Seu nome vem do hebraico ?a^mo^s que se traduz “pesado”.
No início do seu livro de profecias, que leva o seu nome, ele informa que era natural de Tecoa, uma pequena cidade do reino de Judá, situada quase na fronteira com Israel, que compreendia as dez tribos separadas do norte.
Amós era pastor de ovelhas e gado, e colhedor de sicômoros; não era profeta ou filho de profeta, portanto não seria reconhecido pelo povo como um líder ou mestre de religião. Oseias, profeta natural de Israel, foi seu contemporâneo e testemunhava contra a apostasia das dez tribos e a vinda do seu julgamento.
Jeroboão II, reinava em Israel. Sob o reinado de Jeroboão II, o reino de Israel floresceu como nunca antes, nem depois. Houve uma grande prosperidade externa. Em sua profecia o profeta menciona o rico, a sua riqueza e luxo, seu orgulho arrogante e sua autoconfiança, e sua opressão dos pobres. Mas também havia uma terrível corrupção moral, fruto da falsa adoração.
Neste estado de imoralidade, prosperidade e falsa adoração, nem sequer sonhavam que pudesse vir qualquer espécie de calamidade. Tais eram os dias em que o fazendeiro de Tecoa foi de repente convocado por Deus para atravessar a fonteira e ir até a capital do reino de Israel para entregar a mensagem que lhe deu (capítulo 7:14,15).
Amós começou o seu ministério dois anos antes do grande terremoto do ano 750 AC, que ele prenunciou (capítulos 8:8; 9:5). O terremoto foi tão grande que é mencionado pelo profeta Zacarias dois séculos depois (Zacarias 14:5).
A sua mensagem é ponderada, envolvendo os pecados e castigo não só das dez tribos do norte mas de todo Israel (capítulo 3:1), bem como dos povos vizinhos.
Estes eram a Síria, Filístia, Fenícia, Edom, Amom, Moabe: isto nos lembra que Deus julga as nações. Embora na era em que nos encontramos Deus tenha o grande propósito de chamar um povo para o nome do seu Filho, Jesus Cristo, isso não significa que está alheio aos assuntos deste mundo. Ele ainda faz juízo sobre as nações atuais, e em Amós temos uma tremenda mensagem nesse sentido.
Os seus pecados, mencionados por Amós, foram:
1. A Síria, referida pelo nome da sua capital, Damasco, seria castigada por causa da sua brutalidade com as vizinhas tribos de Israel;
2. A Filístia, representada por Gaza, por ter vendido israelitas como escravos;
3. A Fenícia, com capital em Tiro, porque havia quebrado a aliança que havia feito com Israel, que vinha desde os tempos do rei Davi;
4. Os edomitas (descendentes de Esaú), tendo por capital Bozra (Petra), por causa dos seus ciúmes e espírito de vingança contra Israel;
5. Os amonitas, localizados ao ocidente do rio Jordão, porque haviam cometido barbaridades contra duas e meia tribos de Israel a fim de aumentarem o seu território;
6. Os moabitas (descendentes de Ló) seriam julgados por terem queimado os ossos do rei de Edom, uma indicação da sua crueldade e espírito de vingança.
7. Israel, dividido em dois reinos, por suborno, adultério, idolatria e sacrilégio.
Tudo o que foi profetizado com respeito ao castigo desses países veio a acontecer, provando que a mensagem realmente viera de Deus.
Amós fez três discursos contra Israel, nos capítulos 3 a 6, todos começando com o alerta “Ouvi!”. Neles são apontados desordens sociais, castigos da natureza, corrupção dos chefes e predição de ruína, exigindo que o povo de DEUS se faça santo e justo, para evitar o juízo divino. No capítulo 4 são mencionadas “vacas de Basã” e mais adiante a subversão de Sodoma e Gomorra. Esse contexto indica que eram homens agindo como se fossem mulheres, uma perversão característica dos idólatras. Cada nação responderá a Deus; quanto mais Israel, com os seus maiores privilégios?
O sacerdote de Betel, Amazias, mandou ao rei uma acusação de conspiração contra Amós, e quis amedrontar Amós para que fugisse.
Mas em vez de se amedrontar, Amós fez uma profecia terrível contra esse sacerdote “Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel; e tu morrerás numa terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra” (capítulo 7:17).
Amós ainda descreveu castigos divinos revelados em visões, de pragas de gafanhotos, fogo, prumo, assolação, destruição e guerra, mas termina com uma profecia da restauração final, como promessa eterna. Sabemos mediante o esclarecimento feito por meio de outras profecias que se trata do reino de Cristo no milênio.
O estilo de Amós é peculiar por causa do número de alusões a objetos naturais e assuntos agrícolas. Outras alusões mostram também que Amós era um estudioso da lei, além de observador da natureza.
Estas frases foram usadas unicamente por ele:
· “Limpeza de dentes”, isto é, falta de pão (cap.4:6): não se trata de higiene bucal, mas de falta de comida. Era castigo de Deus, mas no entanto não corrigiu a sua situação espiritual “não vos convertestes a mim, diz o Senhor.”
“A soberba de Jacó” (cap. 6:8; 8:7): Jacó (“suplantador”) é aqui o nome dado aos seus descendentes no reino do norte. A soberba era sua filosofia da “nova” moral, que compreendia liberdade de culto, luxúria, gula, embriaguez, música degradante (cap. 5:23), pisar o pobre (cap.5:11), etc. Deus diz que os abomina e odeia. Com isto, aquele reino se tornara em uma nação ímpia. São estas coisas que levam o Seu povo para longe dEle.
· “Os altos de Isaque” (cap.7:9): eram os lugares usados na idolatria que se encontravam nos “altos”. Todos seriam assolados e bem como seriam destruídos “os santuários de Israel” nas cidades, que eram profanados.
· “A casa de Isaque” (cap.7:16): abrangia não só Israel mas também Esaú, cujos descendentes, os edomitas, foram inimigos tradicionais dos israelitas mas acabaram sendo destruídos completamente.
· “Aquele que cria o vento” (cap. 4:13): o vento era um fenômeno pouco compreendido na antiguidade. Por ser invisível, mas vendo-se claramente os seus efeitos, era comum ser considerado uma criatura espiritual com poderes sobre a matéria e vontade própria. Não é assim que é visto nesta profecia, e a palavra “criar” aqui pode ser entendida como “fazer”. Deus sem dúvida tem poder sobre os chamados “fenômenos da natureza”, como o Senhor Jesus demonstrou quando esteve na terra.
· “Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Sim, levastes Sicute, vosso rei, e Quium, vosso deus-estrela, imagens que fizestes para vos mesmos. Portanto vos levarei cativos para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o Deus dos exércitos” (cap. 5:25-27): este texto foi citado por Estêvão em Atos 7:42,43. Aí vemos que Sicute era o infame deus Moloque e a estrela do deus Quium era Renfâ, identificado como sendo o planeta Saturno.
Nas profecias de Amós vemos a responsabilidade que todos os povos têm diante de Deus, e nos faz entender o motivo das catástrofes que caem sobre aqueles que seguem o caminho da idolatria e da perseguição ao povo de Deus. Ele ainda é o Senhor do universo.
Que esses exemplos nos sirvam de advertência.