Seu nome vem do hebraico chabakkuk que se traduz “abraço”.
Em seu livro, Habacuque se apresenta apenas como profeta, um mensageiro de Deus: a sua mensagem não é dirigida especialmente a uma pessoa ou grupo, mas é para conhecimento de todos através dos tempos.
Embora nada se saiba sobre a pessoa de Habacuque, em sua profecia ele prevê a chegada dos babilônios em seus dias (v. 6), o que o coloca próximo a 615 a.C., três anos antes da captura e destruição de Níneve pelos babilônios.
Sua profecia, segundo a introdução feita no primeiro versículo, resulta da obrigação que sentiu em contar uma visão. Pelo estilo da composição é provável que tenha sido um levita instruído na poesia dos salmos e hinos cantados pelo coral do templo.
Tinha grande força emocional como profeta e também como poeta, e o seu ódio ao pecado o constrangeu a clamar a Deus pedindo o Seu justo julgamento (capítulo 1:2-4).
A injustiça predominava no país de Judá, pois os justos eram restringidos pelos ímpios, a lei era impotente, e Deus não parecia se preocupar com o sofrimento do seu povo (Habacuque 1:1-4). Habacuque indaga por que razão Deus permite que tais coisas aconteçam.
A resposta de Deus traz pouco conforto para o profeta. Ele explica que os exércitos da Babilônia avançam por todo o mundo em uma campanha de destruição e morte. Quando Habacuque recebeu esta visão, os babilônios estavam avançando pela Assíria a caminho do Egito. Fica implícito que a nação de Habacuque, Judá, será a próxima a cair.
Habacuque fica chocado com a notícia, pois deseja justiça mediante a punição apenas dos malfeitores em seu país. Ele lembra Deus de Sua justiça e santidade. Como poderia Ele usar os malvados babilônios para destruir seu povo eleito? Certamente Ele sabe que os pecados de seu povo nada são em comparação com os ímpios babilônios: “Tu que és tão puro de olhos que não podes ver o mal... por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas enquanto o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Habacuque 1:13). Esta pergunta direta indica a grande fé de Habacuque. Só uma pessoa muito próxima de Deus ousaria questionar os feitos do Todo-poderoso de forma tão audaz (capítulo 1:12-2:1).
Deus então assegura Habacuque que os babilônios irão prevalecer, não por ser justos mas por serem instrumentos temporários de juízo em Suas mãos (capítulo 2:4). Em seguida, Ele exprime cinco ais contra os babilônios (capítulo 2:9,12,15,19) pois Deus não admite escarnecimento e o fim dos babilônios é tão certo como o juízo que vão trazer sobre Judá. Através de tudo isso, Deus irá reivindicar o seu justo caráter: “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (capítulo 2:14).
A sua profunda fé o leva a escrever uma oração que é uma declaração e também um hino de louvor para ser acompanhado por instrumentos de cordas, considerado como um lindo poema sobre os caminhos inescrutáveis de Deus (capítulo 3). É um dos maiores testemunhos de fé encontrados na Bíblia.