Seu nome vem do hebraico hul´da que se traduz “doninha”.
Ela residia na “segunda parte” de Jerusalém, conhecida como “o colégio”, que alguns supõem ser o subúrbio entre o interior e a parede externa da cidade, Acra. Seu marido Salum era o guarda das vestiduras do templo.
Foi uma das únicas três mulheres chamadas de “profetisa” no Velho Testamento (as outras foram Miriam e Débora). Outra é assim chamada mas apenas por ser a esposa do profeta (Isaías 8:3).
Ela aparece na Bíblia apenas numa ocasião, mas evidentemente era já conhecida como profetisa do Senhor quando foi procurada pelo sumo sacerdote Hilquias e outros homens importantes a fim de consultar o Senhor pelo rei Josias de Judá e pelo povo sobre o conteúdo do livro da lei que haviam encontrado quando começavam a reparar o templo em Jerusalém.
Josias havia sido constituido rei quando tinha apenas oito anos de idade e reinou trinta e um anos em Jerusalém. A Bíblia nos diz que nem antes nem depois houve rei em Israel que se convertesse ao SENHOR de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças, segundo toda a Lei de Moisés, trazendo o maior reavivamento espiritual na história do povo de Israel.
Logo aos dezesseis anos ele começou a buscar o Deus de seu ilustre antepassado Davi. Aos dezoito anos mandou reparar os estragos na casa do Senhor, e ali o sumo sacerdote encontrou o livro da lei, passou-o ao escrivão e este o leu ao rei. Ao ouvir e compreender as palavras da lei, ele rasgou as suas vestes em sinal de luto, pois percebeu quanto o povo de Israel havia se afastado dela, e a condenação a que estava exposto.
O rei ordenou a Hilquias, e com ele três outros oficiais, que fossem consultar ao SENHOR por parte dele e do restante do povo, porque grande fora o furor do SENHOR, que se derramara sobre eles porque seus pais não haviam obedecido aos mandamentos escritos naquele livro.
Então estes quatro homens foram ter com a profetisa Hulda.
É notável que fossem procurar Hulda, uma mulher, para consultar o Senhor sobre uma matéria tão importante pois já estariam em cena Sofonias e talvez até Jeremias, ambos trazendo profecias severas da parte do Senhor. Sem dúvida foram dirigidos por Deus para ir até ela, e dela receberem uma mensagem confortadora e estimulante da parte do Senhor para este rei, que cedo se destacou pela sua fidelidade em contraste com seus antecessores ímpios.
Hulda lhes disse que o SENHOR, o Deus de Israel, lhes ordenava que falassem ao rei que todas as maldições escritas no livro que lhe haviam lido viriam sobre a terra e os seus moradores, porque O haviam deixado e adorado outros deuses. Mas quanto ao rei Josias, ele não veria todo o mal que viria sobre aquele lugar porque havia se enternecido e humilhado e chorado diante dEle. Josias iria em paz à sua sepultura.
Mesmo sabendo que o juízo do Senhor era inevitável, Josias ordenou que todos os homens de Judá, todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, desde o menor até ao maior se reunissem com ele diante do templo; em seguida todas as palavras do Livro da Aliança que fora encontrado na Casa do SENHOR foram lidas diante deles.
Feito isto, o rei se pôs em pé junto à coluna e fez aliança ante o SENHOR, para O seguirem, guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, cumprindo as palavras dessa aliança, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo anuiu a esta aliança.
Aos vinte anos de idade, com doze no trono, começou a purificar Judá e Jerusalém, tirando-lhes os altos, os postes-ídolos e as imagens de escultura e de fundição que seu pai havia novamente introduzido.
Com a sua forte liderança, Josias conseguiu promover a fidelidade ao SENHOR durante toda a sua vida. A reforma que se seguiu à constatação do que era reto e a realização do concerto foi ainda mais completa do que primeira purificação do seu reino.
Josias fez grandes reformas: purificou o templo de todo resquício de idolatria; eliminou por toda a terra os sacerdotes idólatras, matando os sacerdotes dos altos sobre os próprios altares; destruiu e profanou os objetos, altares, templos e monumentos aos deuses falsos; reinstituiu a festa da páscoa de conformidade com a Palavra de Deus que havia lido, de forma que foi celebrada como nunca fora desde os tempos dos juízes; para cumprir as palavras da lei aboliu os médiuns, os feiticeiros, os ídolos do lar, os ídolos e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém.
A leitura da Palavra de Deus encontrada no templo conduziu o rei a ouvir a profecia que o Senhor deu através de Hulda, e isso foi vital para o reavivamento espiritual do seu povo, e consequentes bênçãos de Deus, adiando para mais tarde o juízo previsto nas profecias que vinham através dos outros profetas do seu tempo.
Esta é uma lição para nossos dias: somente mediante o arrependimento da negligência existente, a busca e a obediência sincera dos ensinos contidos na Palavra de Deus e a comunhão com Ele é que podemos esperar um reavivamento espiritual do Seu povo.