Seu nome, Jirmejah em hebraico, significa “o SENHOR se levantará”. Era um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim.
Deus o chamou para profetizar no décimo terceiro ano do rei Josias (628 a.C), mas primeiro ele se recusou. Deus o chamou novamente e o animou com promessas e sinais relacionados com a posição e função de um profeta. Então deixou essa cidade e foi residir em Jerusalém, onde muito ajudou o rei Josias.
Jeremias então profetizou aos judeus, obediente ao mando de Deus, sobre a calamidade que o rei da Babilônia traria em breve sobre Jerusalém (Jeremias 1:2-17 e 25:3). Sofonias e outros profetas admoestavam o povo a se arrepender, mas não foram atendidos (Sofonias 1:1, Jeremias 25:3-5).
Dezenove anos mais tarde, no princípio do reino de Jeoaquim, Deus mandou Jeremias colocar-se de pé no átrio do templo e ali ele exortou o povo que viera de todas as cidades de Judá a se humilharem diante do Senhor. Era a festa dos Tabernáculos, quando todos os homens das cidades deviam comparecer a Jerusalém (Deuteronômio 15:16).
Quando não se arrependeram, Jeremias pronunciou o juízo de Deus contra eles, dizendo que aquela casa se tornaria como Siló, e que aquela cidade seria amaldiçoada entre todas as nações da terra (Jeremias 26:6).
Em consequência Jeremias foi aprisionado pelos sacerdotes e “profetas” e todo o povo que estava ali presente. Acusado de merecer a pena de morte, foi declarado inocente e libertado em julgamento público pelos príncipes e anciãos (Jeremias 26:1-19), influenciados por Aicão, homem que tivera grande autoridade no reino de Josias e era amigo de Jeremias.
Em 606 a.C., quarto ano de Jeoaquim em Judá e primeiro do reino de Nabucodonozor na Babilônia, Jeremias reprovou o judeus por não terem obedecido à Palavra do Senhor, que já havia proclamado durante vinte e dois anos.
Durante todo esse tempo o povo havia permanecido teimoso e desobediente, tanto às advertências de Jeremias, como às dos outros profetas do seu tempo.
Novamente Jeremias advertiu o povo da próxima invasão da sua terra por Nabucodonozor com seu exército, que os levaria cativos para a Babilônia e lá ficariam no exílio por um período de setenta anos. Judá e as outras nações teriam que servir o rei da Babilônia.
De fato, logo depois Nabucodonozor veio da Babilônia, invadiu o reino de Judá e cercou a cidade de Jerusalém. Ele amarrou Jeoaquim com cadeias de bronze para levá-lo cativo à Babilônia. Mas logo mudou de idéia, aparentemente quando soube da morte do seu pai, Nabopolassar e voltou apressadamente por um atalho para assegurar os seus direitos no trono da Babilônia.
Nabucodonozor levou consigo alguns cativos (inclusive Daniel), e utensílios da Casa do SENHOR, para uso no seu próprio templo, e forçou Jeoaquim a prometer lealdade a ele. No ano seguinte (605 BC), Nabucodonozor derrotou o exército egípcio, assumindo assim o dominio sobre o Oriente Médio.
Os habitantes de Jerusalém foram convocados a fazer um jejum solene. Deus então mandou que Jeremias tomasse o rolo dum livro, e nele escrevesse todas as palavras que lhe havia falado durante todo esse tempo contra Israel, Judá e contra todas as nações (Jeremias 36:2). O povo de Judá ainda teria oportunidade de se arrepender do seu mau caminho ao ler o mal que lhe esperava, para que Deus perdoasse a sua iniquidade e o seu pecado.
Jeremias ditou essas palavras a um escrivão chamado Baruque, que as escreveu no rolo dum livro, e em seguida mandou que Baruque o levasse à casa do Senhor no dia do jejum para lê-lo diante de todo o povo, a fim de que se convertesse e suplicasse o perdão de Deus. Isso fez Baruque.
O filho de um escriba estava lá e depois da leitura desceu à casa do rei onde estavam reunidos todos os príncipes e lhes contou o que havia sido lido ao povo. Os príncipes mandaram buscar Baruque com o rolo e pediram que o lesse na presença de todos eles.
Temeram muito o que ouviram e depois de obter a confirmação de Baruque que fora mesmo Jeremias que ditara tudo, aconselharam que ele e Jeremias fossem se esconder muito bem, deixaram o rolo na câmara de um escriba e foram contar ao rei o que tinham ouvido.
O rei mandou que trouxessem o rolo e o lessem em sua presença e a dos príncipes. Mostrando seu desprezo, o rei cortava em pedaços e jogava no fogo o que era lido. Terminada a leitura nenhum deles temeu ou demonstrou tristeza, e o rei ordenou que Baruque e Jeremias fossem presos, mas não os acharam porque “o Senhor os escondera”.
Instruído pelo Senhor, Jeremias escreveu tudo outra vez noutro rolo e disse a Jeoaquim que, por ter desprezado e queimado o primeiro rolo, ele e seus descendentes seriam todos castigados: todo o mal que havia pronunciado ali viria sobre eles, sobre os moradores de Jerusalém e sobre os homens de Judá (Jeremias capítulo 36).
Após três anos como vassalo de Nabucodonozor, Jeoaquim revoltou-se mas não teve paz: foi assediado por bandos de caldeus, siros, moabitas, e amonitas, enviados pelo SENHOR para destruir Judá, assim cumprindo as profecias do tempo de Manassés, cuja iniquidade o SENHOR não perdoou (2 Reis 21:10-16).
Finalmente em 600 a.C. o exército de Nabucodonozor atacou e destruiu o enfraquecido reino de Judá e aprisionou Jeoaquim. Quando se foram, Joaquim, filho de Jeoaquim, com apenas dezoito anos de idade assumiu o reino, mas reinou por apenas três meses e dez dias, durante os quais também fez o que era mau perante o SENHOR.
O exército dos caldeus voltou e sitiou Jerusalém. Ao vir o próprio Nabucodonozor, Joaquim reuniu toda a sua corte e foi encontrar-se com ele.
Mas, conforme havia sido profetizado por Jeremias (22:24-28), Nabucodonozor prendeu a todos e os levou cativos para a Babilônia junto com o que havia de mais precioso no templo e na casa do rei, e todos os homens de valor político, militar e industrial, dez mil ao todo.
Joaquim foi encarcerado por 36 anos e aos 54 anos foi libertado por Evil-Merodaque, novo rei da Babilônia, que com simpatia lhe deu um lugar acima dos outros reis que estavam também na Babilônia: passou a comer na sua presença e recebeu uma pensão diária durante o resto da sua vida.
Nabucodonozor designou um tio paterno de Joaquim em lugar dele, filho de Josias, a quem deu o nome de Zedequias. Tinha apenas vinte e um anos e reinou por onze anos sobre o povo pobre que havia ficado na terra. Também fez o que era mau perante o SENHOR, seu Deus, e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do SENHOR.
Em 595 a.C. Deus preveniu através de Jeremias que os Medo-Persas iriam sobrepujar a Babilônia, e confortou os judeus com a promessa de sua libertação do cativeiro. Seis anos mais tarde, Jeremias foi lançado na prisão pelos príncipes por profetizar que o rei e o povo iam cair nas mãos de Nabucodonozor e foi mantido na prisão até que isso aconteceu.
Jeremias foi então levado cativo pelos caldeus a caminho da Babilônia, mas foi solto em Ramá e lhe deram a opção de continuar até a Babilônia com tratamento honroso ou de voltar para viver miseravelmente como os que haviam ficado em seu país.
Ele preferiu ficar com o seu povo (Jeremias 39:11-14, 40:1-6) e foi ter com Gedalias, que havia sido nomeado governador das cidades de Judá. Joanã sucedeu a Gedalias, e recusando-se a ouvir os conselhos de Jeremias desceu ao Egito com o remanescente do povo, levando Jeremias e Baruque com ele (Jeremias Jer_43:6).
Pouco mais sabemos sobre ele, mas provavelmente passou o resto da sua vida procurando converter o povo ao Senhor, contra quem tinham se revoltado tanto (Jeremias 44). Viveu até o reinado de
Evil-Merodaque filho de Nabucodonosor, e deveria ter uns noventa anos ao morrer.
O livro de Jeremias contém algumas profecias messiânicas, estando as principais nos capítulos 23:1-8, 31:31-40 e 33:14-26. Também escreveu o livro de Lamentações, contendo cinco poemas sobre o pecado e o castigo do povo de Israel, e no fim uma oração pedindo que Deus afastasse o castigo de Israel mediante o arrependimento do povo.