Seu nome vem do hebraico Meichai´as que se traduz “quem é como Ja?”.
Era originário de Moresete-Gate (Miqueias 1:14), cidade próxima de Gate dos filisteus.
Miquéias viveu e trabalhou no reinado de Jotão e Acaz (Miqueias 1:1) e também profetizou no tempo de Ezequias (Jeremias 26: 18). Não só profetizou antes da destruição de Samaria (721 AC), mas também antes da reforma de Ezequias (710 AC - compare cap. 1:5). Assim, o capítulo 1 é provavelmente um discurso falado já sob Acaz, e de 2 a 5 sob Ezequias.
Miquéias foi contemporâneo de Isaías, e ambos estavam em Judá, talvez até mesmo em Jerusalém. Seus livros apresentam grande semelhança na forma e no conteúdo, embora ele não tivesse, como Isaías, contato pessoal com os reis e portanto influência em assuntos políticos.
O livro de Miqueias reivindica a santidade, justiça e compaixão de Deus. Ele é denunciador (cap.1-3) mas também consolador (cap. 4-7). Contém notáveis profecias a respeito do Messias e do Seu reino. É citado em Jeremias 26.18; Mateus 2.5-6; 10.35-36.
Em sua denúncia, são condenados os abusos pagãos que existiam não só em Samaria, mas também em Judá e Jerusalém, e que a reforma de Ezequias poderia solucionar apenas em parte e não todos permanentemente (cap. 1:5-7; 5:11-13; 6:7,16).
Além disso, repreende a injustiça social, sendo disso culpados especialmente os poderosos e os grandes da terra (cap. 2: 1 e versículos seguintes, 3:2, 10), a desonestidade e deslealdade nos negócios e a conduta em geral (cap. 6: 10 e_7: 2).
Miqueias se defende dos falsos profetas, que desprezavam essas acusações como sendo de pouca importância, e ameaçavam o profeta, contrariados com suas previsões de castigo iminente (cap. 2:5,11). Opondo-se seriamente contra esses tagarelas e suas previsões de coisas boas, Miquéias anuncia o julgamento através de inimigos que se aproximam, e ele mesmo vai além de Isaías na declaração aberta de que Jerusalém e o templo virão a ser destruídos (cap. 3:12 ss; 4:10 ss; 5: 1 ss).
A primeira passagem mencionada é confirmada pelo acontecimento relatado em Jeremias 26:17 ss. Na passagem que se inicia em 4:10, de uma forma surpreendente a Babilônia é citada como o lugar do exílio.
Miqueias prevê também a libertação do cativeiro da Babilônia e o restabelecimento de Israel em Jerusalém, e declara que isto será feito através de um Rei que:
Na descrição deste governante, Miqueias novamente concorda com Isaías, mas sem obter os detalhes da profecia dele. Os capítulos 4 e 5 claramente se referem ao reino do Messias “nos últimos dias”, quando:
As profecias feitas por Miqueias se assemelham muito às de Isaías, embora tenham características únicas. O estilo de Miqueias é vigoroso e vívido, com uso hábil de retórica. É próprio do seu estilo fazer interrupções dramáticas com as respostas; por exemplo, cap. 2:5,12; 3:1; 6:6-8; 7:14 ss.
Também dá referências históricas, por exemplo, cap. 1:13, 1:15; 5:5; 6: 4 f, 6,16; 7:20, faz uso freqüente da figura do pastor, cap. 2:12; 3:2 ss; 4:6; 5:3 ss; 7:14 e dá detalhes idílicos.
Entre os trechos mais sublimes estão: 6.6-8; 7.7-9, 18-20.