Seu nome vem do hebraico Miryâm que se traduz “rebeldemente”. Foi irmã de Moisés e Arão, onze anos mais velha que Moisés e nove mais que Arão. Os três morreram no espaço de um ano, na ordem da sua idade.
Miriam aparece primeiro na Bíblia em Êxodo 2:4, quando observava de longe a arca que flutuava no rio Nilo, abrigando seu irmãozinho de três meses, Moisés, da morte a que estava condenado por decreto do faraó do Egito. Pouco depois ele foi apanhado da água por ordem da filha do faraó, e Miriã persuadiu a princesa a nomear a sua mãe para ser a ama dele.
Aparece pela segunda vez, aos 86 anos, tomando na mão um tamboril, seguida por todas as mulheres israelitas “...com tamborís e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; Lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro” (Êxodo 15:20-21). Estavam louvando a Deus pela travessia do mar Vermelho, escapando da escravidão do Egito. É aqui que ela é chamada de “profetisa” (v.20), mas nenhuma profecia da parte dela é relatada.
Em um terceiro relato em Números 12:1-15, ela aparece com Arão repreendendo Moisés por ter tomado como esposa uma mulher cuchita (etíope). Era um ato de insubordinação e desrespeito ao grande líder, agravado pelo fato que na realidade foram impulsionados por inveja da sua posição e julgavam que estavam em pé de igualdade porque o Senhor havia também falado por eles (v.2 – ver também Miqueias 6:4)
O Senhor se irou contra eles por isso e declarou que falava com profetas por visões e sonhos mas não era assim com Moisés: por causa da sua grande fidelidade, falava com ele boca a boca, claramente, e não em enigmas, pois ele contemplava a forma do Senhor (v.6-8). Terminou castigando Miriã com lepra. Mas Moisés intercedeu por ela e a lepra a deixou depois de sete dias. Este evento é lembrado em Deuteronômio 24:8-9 com relação à praga da lepra.
Morreu aos 130 anos em Cades, no deserto de Zim, pouco antes da entrada do povo na terra da promessa.