Seu nome vem do hebraico nah?u?m que se traduz “consolador”, ou “consolação” e é o nome do livro profético do qual é o autor.
O nome Naum não ocorre em nenhum outro lugar da Bíblia salvo em Lucas 3:25, mas aqui se trata de outra pessoa que viveu muito depois dele. Da vida pessoal de Naum praticamente nada se sabe. Ele próprio se identifica como “o elcosita”, isto é, um habitante de Elcós, um lugar que não se pode localizar com certeza atualmente. Existem tradições variadas, muito antigas, uma que a coloca ao norte, nas proximidades das escavações de Nínive, outras mais ao sul, em Cafarnaum ou outro lugar da Galileia..
Em função do teor do livro, que consiste numa previsão da queda e destruição de Nínive que veio a ocorrer em 612 a.C., calcula-se que Naum profetizava nos princípios do reinado de Josias e a sua mensagem daria bastante ânimo ao pequeno reino de Judá, sempre ameaçado pelo poderoso império dos assírios.
O assunto da sua profecia é a destruição completa e definitiva de Nínive, a capital do grande império dos Assírios, ainda florescente quando a profecia foi recebida e divulgada por Naum. O seu imperador Assurbanípal tinha atingido o ápice da sua glória, e Nínive era uma cidade imensa, considerada pelos povos sob sua influência como o centro da civilização e do comércio do mundo.
No entanto, o profeta Naum declarou que Nínive era uma “cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! Da presa não há fim!” pois havia roubado e saqueado todos os povos vizinhos. A cidade tinha sido cercada por grandes muralhas e fortificações em desafio a todos os seus inimigos e parecia ser inexpugnável com os exércitos e armas de que estes dispunham.
Mensagem semelhante fora levada a Nínive pelo profeta Jonas, cerca de um século antes, mas os habitantes da cidade haviam se arrependido e alcançado o perdão de Deus. Mas as novas gerações rejeitaram a Deus e voltaram para a prática da idolatria, da violência e da crueldade.
Naum repetiu as denúncias de Jonas, e profetizou a destruição repentina e irrevogável daquela cidade apóstata. O grande império da Assíria que oprimia o povo de Deus logo iria cair. Depois de Naum, Sofonias também profetizou a destruição da cidade (Sofonias 2:4-15).
Desta vez as profecias se cumpriram ao pé da letra: o exército medo babilônico cercou a cidade, e no terceiro ano do assédio houve uma extraordinária enchente do rio que marginava Nínive, derrubando uma parte da muralha. Essa grande brecha nas fortificações permitiu a invasão dos exércitos adversários, em muito maior número e força do que os debilitados defensores da cidade.
A cidade foi assaltada, queimada e destruída tão completamente que suas ruínas acabaram sendo enterradas pela areia do deserto e esquecidas pelo mundo por vinte e cinco séculos. Alguns vestígios dos seus muros encontrados na superfície foram reconhecidos e começaram a ser escavados por arqueólogos ocidentais a partir do ano 1845 A.D.até nossos dias, constatando-se então a vastidão da cidade, a arquitetura dos seus grandes palácios e a alta qualidade das suas esculturas.