O nome Sardes significa AQUELES QUE ESCAPAM: era uma IGREJA MORTA.
A cidade deste nome era importante e rica quando foi capital do reino de Lídia ao tempo do rei Creso (550 a.C.), mas entrou em decadência nos séculos que se seguiram, sofrendo duas grandes invasões por negligência das suas sentinelas. Quando esta carta foi redigida, prevalecia nela o culto ao imperador romano.
O Senhor Jesus apresenta-se como aquele que tem os sete espíritos de Deus (Isaías 11:1-2, Marcos 1:8), e as sete estrelas (Apocalipse 1:20), indicando seu comando supremo sobre as suas igrejas: é Ele quem dá o Espírito Santo (na conversão de cada crente, operando nas igrejas através de cada um), e a liderança de cada uma é responsável perante Ele (Hebreus 13:17).
Embora reputado como estando vivo, o anjo da igreja de Sardes na realidade estava "morto": sua liderança e a maioria dos membros da igreja não tinham vida espiritual, embora se chamassem cristãos e seguissem um ritualismo religioso.
Eles são instruídos a despertar, reformar-se e a se tornar vigilantes, consolidando o pouco que ainda está vivo dentro dessa igreja, porque as suas obras diante de Deus não estão íntegras (ou completas) . Eles devem recordar-se de como no início haviam recebido e ouvido o verdadeiro Evangelho de Cristo e a sã doutrina dos apóstolos, e, arrependendo-se, obedecê-los. Se não o fizerem, o Senhor os previne que virá inesperadamente para agir contra eles.
Mesmo em Sardes, no entanto, existem algumas pessoas que não haviam "contaminado as suas vestiduras": não se deixando envolver pela corrupção reinante, permanecem fiéis a Cristo; estas merecem e vão desfrutar da companhia de Cristo, em sua pureza.
Sardes é típica da maioria das igrejas durante o período da Reforma, que vai de aproximadamente do ano 1.500 a 1.750; tendo a instituição católico-romana apóstata baixado às maiores profundezas da heresia, idolatria e imoralidade, escaparam dela alguns líderes como Tyndale, Cranmer, Le Févre, Farel, Lutero, Calvino, Zwingli e outros, que se voltaram novamente ao Evangelho e às doutrinas dos apóstolos, rejeitando a autoridade do papa e grande parte das heresias católico-romanas.
Ao mesmo tempo, a avareza e a tirania dos papas pesava sobre as monarquias européias, e algumas delas aproveitaram a oportunidade para se libertar do domínio papal, e deram seu apoio político e militar aos "reformadores". Estes estabeleceram "igrejas reformadas" em seus países, instituições mais ou menos semelhantes à católico-romana de onde haviam saído, infelizmente assim retendo o nicolaitanismo cujas obras são detestadas pelo Senhor.
Como a instituição católico-romana fizera antes, elas também passaram a perseguir todos aqueles que não se submetiam a elas, desde os católico-romanos até os crentes que recusavam aceitar a sua autoridade espiritual. Guerras "religiosas" motivadas pela política se sucederam entre os reinos e as principalidades "protestantes" e o remanescente do império papal através da Europa. Populações inteiras foram destruídas, dizimadas ou obrigadas a emigrar para fugir à prisão ou morte porque não se submetiam à instituição religiosa estabelecida em seu país.
As novas instituições, chamando-se "igrejas", com várias denominações, basearam-se na Bíblia e introduziram boas regras-de-fé para serem obedecidas pelos que a elas eram submissos, por isso pareciam estar "vivas", mas suas obras não estavam completas diante de Deus: retiveram o clericalismo (doutrina dos nicolaitas), batismo infantil (assim negando a necessidade do novo nascimento no Espírito), e se "casaram" com as autoridades seculares. Na realidade estavam mortas: não havia vida espiritual porque eram em sua maior parte compostas e dirigidas por descrentes.
Ainda estão por aí, e devem se arrepender e reavivar a pouca vida espiritual que têm, e voltar ao verdadeiro evangelho de Cristo e ao ensino apostólico que motivou sua separação de Roma. Caso contrário Cristo virá sem que elas estejam preparadas para a Sua vinda (ao contrário da igreja viva, que está preparada e alerta à espera de seu arrebatamento pelo Senhor Jesus a qualquer momento).
Mesmo durante esse período, alguns crentes e igrejas locais resistiram à pressão e à perseguição, permanecendo incontaminados; eles têm a promessa da presença de Cristo em santidade, porque são dignos.
A mensagem para o vencedor, é que ele será vestido de vestiduras brancas (salvação conforme capítulo 7:14, também triunfo, pureza e glória), e que seu nome não será apagado do livro da vida (nunca perderá a sua salvação, mesmo que seja "excomungado" pela autoridade eclesiástica em seu país!); o Senhor Jesus vai declarar diante do Seu Pai e dos anjos que ele Lhe pertence.
1 E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso.
5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
APOCALIPSE 3:1 a 6