Uma das maravilhosas características de Deus é a misericórdia, pois Ele se compadece do ser humano, apesar da sua rebeldia e do seu pecado. Tendo enviado seu próprio Filho unigênito ao mundo, para dar a Sua vida em sacrifício vivo pelo pecado de todo aquele que nEle crê, Deus pode perdoar e salvar da perdição todos os que se chegam a Ele através do Senhor Jesus Cristo.
Como lemos no Salmo 138:6: “Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe.” Deus ouve e atenta para o humilde, aquele que reconhece a sua pequenice diante do Deus excelso, confessa o seu pecado e se submete a Ele. Mas o Senhor fica distante do soberbo, arrogante e orgulhoso, que se considera auto-suficiente, e prefere não tomar conhecimento do seu Criador, ou mesmo nega a Sua existência.
Aos que buscam ao Senhor em humildade, é feita a promessa que O acharão pois Ele está perto dos que O invocam. No Salmo 91, em seus versículos 14 a 16, temos sete promessas àquele que O invoca:
1. Eu o livrarei - assim como através de Moisés o Senhor livrou os israelitas da escravidão, o Senhor o livra da pena, do poder e da presença do pecado.
2. Eu o porei num alto retiro - posição de segurança contra os seus inimigos, sejam eles internos (as tentações da carne, do mundo, e do diabo), ou externos, que são os inimigos de Deus.
3. Quando ele me invocar, eu lhe responderei - Deus ouvirá suas súplicas e intercessões, dando-lhe a resposta mais adequada à sua situação.
4. Estarei com ele na angústia - neste mundo ele passará por provações angustiosas, mas terá a presença do Senhor com ele, para o confortar.
5. Livrá-lo-ei (da angústia) - “fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13).
6. Com longura de dias fartá-lo-ei - isto é a vida eterna.
7. E lhe mostrarei a minha salvação - a salvação de Deus é magnífica, e será mostrada a todo aquele que O invoca.
No chamado Sermão do Monte, o Senhor Jesus informou o padrão de conduta requerida dos cidadãos do reino dos céus. É um padrão alto, e praticamente impossível de ser atingido por qualquer pessoa mediante seus próprios recursos. Mas Ele declarou: “Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Mateus 7:7). A sabedoria e o poder para viver à altura de um cidadão do reino dos céus vem de Deus, e este foi um convite para continuadamente pedir, buscar e bater à porta, pois serão concedidos a quem isso fizer, desde que o faça com fé, não duvidando (Tiago 1: 5 e 6).
O Senhor Jesus fez outra promessa semelhante aos seus discípulos: “se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito.” (João 15:7). Este mandamento e promessa têm suas próprias condições e limitações. Elas envolvem uma situação de união e harmonia tão íntimas com Cristo que nada poderá ser pedido que não for de acordo com a mente de Cristo e do Pai:
“Permanecerdes em mim” é a base do sucesso na oração. Só quem está “em” Cristo, e permanece nEle, pode usufruir do privilégio de ser ouvido. Quanto mais próximo se estiver do Senhor, mais se aprenderá a pensar da maneira que Ele pensa. O propósito de “permanecer” e de orar com fé para obter um resultado positivo, é para que o Pai seja glorificado através de Cristo, em nome de Quem toda súplica deve ser feita, o que elimina as súplicas egoístas.
Y“E as minhas palavras permanecerem em vós” é o suplemento. Quanto mais se aprende da Sua Palavra, mais se compreenderá sobre a Sua vontade. Conhecer a Sua vontade tem como propósito essencial obedecê-la, conformando nossos desejos com os dEle. Quanto mais a nossa vontade concordar com a dEle, mais garantia haverá de recebermos uma resposta positiva como lemos em 1 João 5:14: “E esta é a confiança que temos nEle, que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, ele nos ouve.” Essa palavra “confiança” envolve “ousadia”: precisamos de coragem para entrar na presença de Deus com uma súplica, e teremos essa coragem se estivermos convictos que é a vontade de Jesus Cristo, em nome de Quem a fazemos. Deus não só nos ouve, mas também responde: talvez não nos conceda exatamente aquilo que pedimos, mas será a melhor resposta, em Sua infinita sabedoria.
Há condições e restrições à resposta de Deus às orações. Por exemplo, no Salmo 66:18 aprendemos que o Senhor não ouve as orações quando há iniqüidade guardada no coração: se houver, é necessário primeiro haver confissão para que seja perdoada. A oração deve ser feita com pertinácia, insistentemente (Lucas 18:1-8), e em sinceridade (Hebreus 10:22-a).
George Muller, aquele que dois séculos atrás fundou e manteve orfanatos para centenas de crianças na Inglaterra mediante suas súplicas a Deus e a ninguém mais, declarou: “A oração não consiste em vencer a relutância de Deus. É apossar-se da Sua disposição.” Nossas súplicas são o meio de pedir a Deus que faça aquilo que sabemos Ele deseja fazer.
Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
Isaías 55:6