O aquecimento global parece estar acontecendo, pois pessoalmente podemos notar, entre outras coisas, que a temperatura média em nosso meio ambiente está subindo lentamente, as geleiras sobre as montanhas estão se reduzindo, a calota polar sobre o mar Ártico está se decompondo, os furacões e ciclones são mais freqüentes e devastadores, os ciclos de chuva e seca a que muitos povos estão acostumados têm mudado nas últimas décadas, e o nível do mar tem subido ligeiramente.
Jornais, revistas, a televisão e outros meios de comunicação têm dado muita cobertura a esses fatos, bem como a previsões e estatísticas sobre os efeitos que o aquecimento global, se ele continuar se intensificando, terá sobre o meio ambiente e, em conseqüência, sobre a humanidade.
Os dados existentes se multiplicam na medida em que novos equipamentos sofisticados são inventados e utilizados pelos que se aprofundam na matéria - em geral parecem comprovar uma aceleração do aquecimento global em nossos dias.
Comprovado esse fato, surgem as perguntas: qual é a causa? Quais os efeitos se o aquecimento global continuar? É possível ao homem influir em tamanho fenômeno? Os ímpios, tendo inventado teorias evolucionistas para justificar o seu ateísmo, continuam se baseando nelas para responder a essas perguntas, mas não encontram respostas seguras, e elas variam substancialmente. As respostas à segunda pergunta vão desde os que consideram que estamos passando pelo ápice de um ciclo que se repete periodicamente e outros que acham que é um progresso irreversível que eventualmente trará o fim do mundo como o conhecemos.
Nesse assunto de aquecimento global devemos tomar um cuidado especial porque ele está sendo usado por indivíduos que desejam não só mudar nossa maneira de vida, mas também todo o ponto de vista cristão sobre o mundo em que vivemos. Entre eles estão políticos da extrema esquerda, e panteístas, que têm seus próprios programas para a transformação das estruturas sociais. Assim, muitas informações falsas são divulgadas para atender aos seus interesses, e previsões sobre o futuro são feitas mediante simulações climáticas pouco confiáveis.
Devemos separar os dados concretos das interpretações, ou seja, “examinar tudo e reter o bem” (1 Tessalonicenses 5:21). Se quisermos tirar nossas próprias conclusões daquilo que é divulgado, precisamos compreender a sua base, bem como os objetivos que motivam os comentaristas. Também devemos conferir os dados que apresentam antes de nos considerar em condições de verificar a correção das respostas que estão nos apresentando a essas perguntas.
Essencial também é estarmos baseados sobre a Palavra de Deus como o “livro de instruções” para nós, e em Jesus Cristo como nosso Senhor, Criador e Salvador. É sobre essa base que vamos procurar as respostas aos nossos dilemas.
Cremos na inspiração divina da Bíblia, e ela nos explica brevemente como “no princípio criou Deus os céus e a terra” e, estando esta inicialmente “sem forma e vazia”, em seis dias Ele a tornou habitável para o ser humano, criado no último dia. “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom” (Gênesis capítulo 1).
A Terra foi criada por Deus como um todo interdependente, “muito bom”, de tal forma que Deus descansou ao sétimo dia. Tudo o que é necessário para a vida é mantido em delicado equilíbrio no único planeta em que podemos viver. A distância da Terra até o Sol, a atmosfera, o ciclo das águas, a camada de solo para plantio, tudo está exatamente certo para sustentar a vida.
Em Gênesis, a humanidade teria “domínio” sobre a Terra, não no sentido de saqueá-la, mas de cuidar dela e das suas criaturas (Gênesis 1:26-28, Salmo 8), em harmonia com Deus, nosso Criador.
Pouco tempo depois, porém, o primeiro e único casal humano em existência, decidiu quebrar a harmonia existente entre o Criador e a Sua criação mediante um ato de desobediência consciente. Em decorrência, não só eles perderam a comunhão que tinham com Deus, mas toda a criação foi influenciada, sendo a terra maldita (Gênesis caps. 2 e 3, Romanos 8:22).
Cerca de 1.700 anos depois, tendo Deus sido provocado à ira devido à maldade do homem, Ele desencadeou um gigantesco cataclismo em que grande parte da água da atmosfera caiu, e as águas contidas no único oceano se derramaram sobre a terra seca (Gênesis caps. 6 a 8) e toda a terra foi coberta.
Este dilúvio destruiu a maior parte da humanidade e dos animais da terra, salvando-se apenas Noé e sua família, e os exemplares dos animais que flutuaram na arca com ele. Assim, a perfeita e harmoniosa criação original sofreu degradação lenta resultante da desobediência do primeiro casal humano, e depois as conseqüências do dilúvio, entre as quais se contam a instabilidade da crosta terrestre, a penetração de raios nocivos pela atmosfera e as alterações genéticas nos seres vivos.
Nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra (Gênesis 9:11). Mas a terra sofrerá nova destruição num dia ainda por vir, desta fez pelo fogo, “o dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão” ( 2 Pedro 3:12). No intervalo, inclusive em nossos dias, toda a criação continua num processo de lento desgaste e degeneração, acelerados pela ação humana. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição tem consumido a terra; e os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra, e poucos homens restam” (Isaías 24:5,6).
As catástrofes afetando a Terra irão aumentar nos dias finais desta era. Jesus disse a respeito dos tempos anteriores à Sua Segunda Vinda: “E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.” (Lucas 21:11). Alguns indagam se é isto que está acontecendo agora. Talvez não demore muito mais, porém a situação atual ainda não é tão grave e não temos os “grandes sinais no céu”: os astrônomos estão bem equipados agora para vê-los quando acontecerem.
Comenta-se que o movimento político ambiental “verde”, usando o aquecimento global como alavanca, poderá eventualmente levar o mundo em direção ao governo mundial profetizado em Apocalipse 13. É apenas uma possibilidade, entre muitas outras.
O Senhor Jesus também profetizou: “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.” (Lucas 21:25 a 27). Mas é óbvio, pelo contexto, que ainda não chegamos a esses dias, pois Ele está falando dos tempos ao final da grande tribulação de Israel.
Isto vai acontecer no dia da ira de Deus, ou período da tribulação, antes do qual o Senhor Jesus virá dos céus para nos buscar (1 Tessalonicenses 1:10, Apocalipse 6:17,18). Entendemos que os eventos durante o período da tribulação serão sobrenaturais, assim como o foi o dilúvio, as pragas do Egito, a destruição de Sodoma e Gomorra, etc.
Somente o retorno do Senhor Jesus Cristo salvará a Terra. Após a Sua volta, ela será miraculosamente restaurada e voltará a ser um lugar fértil e belo, capaz de suprir as necessidades dos povos durante o reino milenar de Jesus, quando “... a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9).