Além dos ensinos diretos e bem conhecidos que achamos no Novo Testamento acerca da segunda vinda do Senhor, (tais como Jo 14.3; At 1.11;1 Ts 4.16; 2 Pe 3.9), uma leitura cuidadosa das Suas parábolas nos deixará sem duvidas de que Ele virá de novo ao mundo.
Pelo menos cinco destas parábolas fundamentam-se na Sua partida, ausência e volta; de modo que, se não houver uma segunda vinda, estas parábolas carecem de sentido. Há mais uma – a do Bom Samaritano – que tem referência secundária, porém clara, ao mesmo assunto. Vamos considerá-las:
O Senhor e o mau servo – Mt 24.48-51.
Este servo diz: "Meu senhor demora-se" – isto indica que o senhor partiu, está ausente e pretende voltar.
O Noivo e as virgens – Mt 25.1-13.
"Tardando o Noivo" – indica que ele demora, mas pretende vir.
O Senhor e os talentos – Mt 25.14-30.
Este senhor é "como um homem que se ausentou do seu país" v.14 – isto é ele partiu. "Depois de muito tempo" v.19 descreve a sua ausência: e, "voltou o senhor daqueles servos" refere-se ao seu regresso.
O Dono da casa – Mc 13.34-37.
Aqui Cristo diz que Ele é como um homem que se ausenta do seu país; eis a Sua partida.
Também diz: "Não sabeis quando virá o dono da casa" v. 35; eis a Sua volta inesperada.
O Bom Samaritano – Lc 10.30-35.
Aqui também temos as mesmas indicações. Depois de salvar o homem assaltado, o samaritano levou-o para uma hospedaria e, no dia seguinte, partiu; porém disse ao hospedeiro: "Cuida deste homem.... e eu to indenizarei quando voltar" v.35.
O Nobre e as minas – Lc 19.12-27.
"Certo homem nobre partiu para uma terra distante" – a partida – "para tomar posse dum reino" – motivo da ausência – "e voltar;... negociai até que eu volte" – serviço até sua vinda.
Todas estas parábolas referem-se a Cristo mesmo. É Ele quem é o Senhor, o Noivo, o Bom Samaritano e o Nobre. A linguagem das parábolas indica claramente que Aquele que estava aqui iria embora, ficaria ausente e finalmente voltaria; e a Sua volta não é menos certa do que a Sua partida.
Um grande motivo das parábolas (com exceção, talvez da do Bom Samaritano) era ensinar aos discípulos que o seu Mestre ia deixá-los, e voltaria. A exortação à fidelidade e à vigilância perde sentido se Ele de fato, não vai voltar.
"Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o Dono da casa" – "Certamente venho sem demora" (Ap. 22.20).
14 Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
15 E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
17 Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
18 Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25 E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27 Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
28 Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundáncia; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
30 Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Mateus capítulo 25, vers. 14 a 30