O ateu, materialista e humanista diz para si e quer persuadir os outros que a morte é um ponto final para a vida. Ou seja, com a morte o ser humano deixa de existir, assim como a luz de uma vela desaparece quando se apaga a chama. Como que instintivamente, sentimos que isto não pode ser verdade. Continuamos a existir mesmo depois que todo o nosso corpo deixa de funcionar e morre.
A Bíblia nos fornece a resposta claramente, da parte do nosso Criador que é a maior Autoridade a respeito disso: “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo” (Hebreus 9:27). Cada um de nós, que estamos vivos, vamos morrer uma única vez, mas vamos continuar conscientes porque haverá um julgamento e depois uma sentença a cumprir. Logo, a teoria do “ponto final” é falsa, bem como as teorias da reencarnação.
A respeito do julgamento e juízo que vêm depois da morte, a Bíblia nos informa que ocorrerão ainda no futuro, quando todos os mortos comparecerão, ressuscitados, diante de Deus para o julgamento final (Apocalipse 20:12).
Este é o plano básico. Mas dentro dele existe uma ressurreição destinada apenas para os “eleitos” de Deus: esta foi precedida pela ressurreição já realizada do Seu Filho, Jesus Cristo, designada como “as primícias”, sendo ela a evidência que nos garante a realidade da vida depois da morte, seguida pelos que são de Cristo, na Sua vinda para buscar a Sua igreja (1 Coríntios 15:23, 1 Tessalonicenses 4:16).
Em preparação para o reino milenar de Jesus Cristo no mundo, haverá também a ressurreição dos demais santos: os do Velho Testamento (Isaías 26:19, Daniel 12:2), e os que morrerem durante o domínio da besta, durante a grande tribulação (Apocalipse 20:5). Com isto se conclui a primeira ressurreição. Os santos de todos os tempos, até então, viverão e reinarão com Cristo durante o milênio.
Para todos, salvo os transladados ainda em vida da terra para o céu, sem passar pela morte, como Enoque (Gênesis 5:24) e Elias (2 Reis 2:1), haverá um intervalo entre a morte e a ressurreição e existe curiosidade, bem como diferentes teorias, sobre qual será o estado da alma durante esse período. Vamos então estudar o que a Bíblia nos ensina a respeito dele.
Cada ser humano tem três partes distintas: o corpo, a alma e o espírito. Na morte física, o corpo torna à terra e ao pó, porque dela foi tomado (Gênesis 3:19), mas o espírito volta a Deus, que o deu (Eclesiastes 12:7). É difícil distinguir a alma do espírito, e os dois permanecem juntos. Quando, portanto, falamos da alma está incluído o espírito, e vice-versa.
A Bíblia informa que, quando o corpo morre, nem a alma nem o espírito ficam pairando no espaço, mas vão para lugares definidos. São dois lugares descritos pelo próprio Senhor Jesus em Lucas 16:19 a 31. Neste exemplo um homem foi levado para o “seio de Abraão” onde foi confortado pelos sofrimentos físicos e morais havidos na terra, e o outro foi para um lugar inferior, de tormentos, no hades. Entendemos assim que ambos estavam no hades, pois é o grego equivalente do hebraico sheol, o lugar mencionado no Velho Testamento como destino da alma depois da morte, mas em dois níveis diferentes: havia entre os dois um grande abismo, de forma que era impossível passar de um nível para o outro. Os dois homens estavam em plena consciência, mas tendo experiências opostas, um de conforto e o outro de tormento.
Quando entregou o Seu espírito a Deus, Jesus Cristo também desceu ao hades (Atos 2:27) juntamente com o assaltante convertido crucificado com Ele, para o “paraíso” (Lucas 23:43). Entendemos assim que o “paraíso”, e o “seio de Abraão”, são o mesmo lugar superior no hades.
Até esse ponto, então, as almas só desciam para dois lugares no hades, um acima do outro, havendo entre os dois um abismo e não existindo qualquer meio de transferência entre um e outro, embora pudessem se ver e se comunicar.
Três dias e três noites depois de descer, o Senhor Jesus voltou em espírito novamente ao Seu corpo que, não tendo se corrompido durante esse tempo, Ele transformou em algo espiritual e glorioso, com propriedades não existentes anteriormente quando era mortal. Durante um período de quarenta dias Ele apareceu a centenas de testemunhas, entre as quais os Seus apóstolos e discípulos, e depois ascendeu visivelmente (até passar por nuvens) ao céu para tomar o Seu lugar à destra de Deus. Ali Ele está até hoje.
Lendo mais adiante, somos informados que ao morrer, os que são salvos pela fé sobem imediatamente para a presença de Cristo, no céu (2 Coríntios 5:8, Filipenses 1:23). Aprendemos também que o “paraíso” agora está em cima, haja vista a singular experiência de um homem, citada por Paulo, que foi arrebatado até lá (2 Coríntios 12:4). Esta palavra “paraíso” aparece novamente na carta que, numa visão, o Senhor Jesus mandou João escrever destinada às “igrejas” (Apocalipse 2:7) – a árvore da vida agora está no “paraíso”, e ao vencedor na carreira da fé será dado comer dela.
Nada há que indique que a Bíblia fala de dois “paraísos” diferentes, e que os santos do Velho Testamento tenham ficado, com Abraão, presos no do hades. Lemos em Efésios 4:8... “Por isso foi dito: Subindo ao alto, (Cristo) levou cativo o cativeiro”. É uma citação do Salmo 68:18, pela qual entendemos que a multidão de crentes do Velho Testamento contida no “paraíso” foi levada com Ele ao ascender ao céu, como cativos voluntários do poder do SENHOR: assim como os conquistadores da antiguidade voltavam trazendo nações inteiras ao cativeiro, o Senhor Jesus levou do território inimigo esses troféus acumulados na multidão de homens e mulheres fiéis ao SENHOR.
Ao julgamento final, portanto, comparecerão os que passarem pela segunda ressurreição, todos que estiverem esperando no lugar inferior do hades, desde o início da humanidade. Estarão aqui também os que morreram desde o fim do período da tribulação, durante o milênio e na batalha final: enfim, todos os que não foram justificados em Cristo.
Todos os que tiverem feito o bem, todos os que ouviram e aceitaram o Evangelho, tendo crido em Deus o criador de todas as coisas, e na obra redentora do Seu Filho, Jesus Cristo, têm vida eterna e não entram em juízo no julgamento final (João 5:24, 28). Ao morrer, agora vão em espírito para um lugar de conforto na presença do Senhor Jesus Cristo, no céu, e oportunamente serão ressuscitados primeiro para reinar com Ele.
Todos os que tiverem praticado o mal, não se arrependeram e rejeitaram o Evangelho de Cristo, depois de morrer irão para o lugar de tormento no hades, também chamado inferno, onde permanecerão até a segunda ressurreição, para comparecerem ao julgamento final, em corpo, alma e espírito, quando então serão condenados e lançados no “lago de fogo” por toda a eternidade. O lago de fogo é chamado de “segunda morte” (Apocalipse 2:11), que o Senhor Jesus denominou “trevas exteriores”, referindo-se à separação permanente, eterna e absoluta da presença de Deus.
Não existe qualquer possibilidade de se encaixar uma heresia como um "sono da alma", um estado intermediário para uma segunda oportunidade, um purgatório, ou uma simples aniquilação no relato íntegro e completo que encontramos na Bíblia.