Não existe qualquer passagem bíblica sobre aparição de “anjo de fogo”.
Ampliando: As palavras traduzidas por anjo em hebreu e grego significam simplesmente mensageiro, e são empregadas na Bíblia para indicar qualquer agente que Deus envia para executar os Seus propósitos, seja ele um homem, uma coisa, ou um ser espiritual criado por Ele.
A palavra anjo também é usada na Bíblia para seres espirituais inteligentes sem a conotação de serem mensageiros de Deus; nesse sentido lemos, por exemplo, que satanás tem seus próprios anjos, espíritos rebeldes como ele próprio (Mateus 25:41, Apocalipse 12:7-9). Anjos neste segundo sentido são espíritos, limitados no tempo e no espaço como o homem, mas sem a limitação da matéria porque seus corpos são imateriais; como o espírito humano, são imortais; não se reproduzem sexualmente, como o homem. São invisíveis aos olhos humanos por causa da sua imaterialidade, mas em certas ocasiões raras Deus tem dado a homens, mesmo a um animal, a capacidade de vê-los.
São muito numerosos e segundo o relato bíblico têm graus diferentes de dignidade e de poder (Zacarias 1:9, 11; Daniel 10:13; 12:1; Efésios 1:21; Colossenses 1:16; 1 Tessalonicenses 4:16; Judas 1:9). Quando os anjos foram realmente vistos sempre o foram em forma humana (Gênesis 18:2; 19:1, 10; Daniel 3:25; Lucas 24:4; Atos 1:10), e expressões como “iguais aos anjos” (Lucas 20:36), os títulos que lhes são dados e o fato de serem chamados filhos de Deus (Jó 1:6; 38:7) como Adão (Lucas 3:38), parecem todos indicar uma grande semelhança entre eles e o homem (Juízes 13:6; Daniel 10:16).
Fogo aparece na Bíblia, tanto no sentido literal, como figurado. Em seu sentido figurado, o fogo simboliza a presença do SENHOR, a segunda pessoa da Trindade, que oportunamente se encarnou na pessoa do Senhor Jesus Cristo; também é símbolo do Seu poder. Veja Exo 3:2; 13:21; 14:19; Num 11:1, 11:3; Jui 13:20; 1Reis 18:38; 2Reis 1:10, 1:12; 2:11; Isa 6:4; Eze 1:4; Zac 2:5; Apo 1:14. Em sentido figurado, fogo também representa a Palavra de Deus (Jer 23:29), é emblema de grandes provações e desventuras (Zac 12:6; Lucas 12:49; 1Cor 3:13; 3:15; 1Pedro 1:7), e da punição eterna (Mat 5:22; Mar 9:44; Apo 14:10; 21:8). A influência do Espírito Santo também é comparada com a do fogo (Mat 3:11), sendo a Sua descida sobre a igreja marcada com algo semelhante a labaredas de fogo (Atos 2:3).
Quando vistos, os anjos nem sempre eram reconhecidos como tais. Ainda mais importante, como espíritos, eles podem desenvolver o seu trabalho para Deus de maneira eficaz sem serem vistos por pessoas. Têm havido casos raros em que pessoas sentiram a presença de anjos dando-lhes a sua proteção. Também algumas vezes têm acontecido, por exemplo, de inimigos do Evangelho serem afastados repentinamente dos seus maus propósitos contra o povo de Deus, sem um motivo plausível; de uma “coincidência” providencial evitar o que normalmente seria um acidente fatal, etc. Nunca saberemos com certeza se anjos estiveram envolvidos, mas, sem dúvida, parece possível.
Um dia o Senhor Jesus voltará em glória com os Seus anjos, para dar início ao Seu reino na terra. Os Seus anjos então darão andamento a outro aspecto do seu ministério: o afastamento e punição dos ímpios que estiverem vivos em todo o mundo naquela época: “Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 13:41-42). Assim os anjos abrirão o caminho para dar um bom início ao reino milenar.
Muitas suposições são feitas sobre o ministério dos anjos, confundindo a realidade com a imaginação. Se formos sábios, nós nos limitaremos ao que Deus nos revela em Sua Palavra, que é destinada especificamente a nós.
Como talvez já seja do seu conhecimento, Satanás é uma palavra derivada do grego satanas e do hebraico satan que se traduz em "adversário" em nosso idioma. No Velho Testamento é usada:
No Novo Testamento é usada sempre para o Diabo, em sua qualidade de adversário de Deus e Cristo, do Seu povo, e da humanidade.
Diabo, do grego diabulus é outro dos vários nomes dados ao príncipe dos espíritos malignos na Bíblia, significando "falso acusador, caluniador". Ele é um ser espiritual muito poderoso, criado por Cristo para Si como foram todas as coisas (Colossenses 1:16), mas se ensoberbeceu diante de Deus, perdeu a sua posição e foi condenado à perdição (Ezequiel 28:12-19, 1 Timóteo 3:6).
Ele tinha poder sobre a morte, mas com o triunfo de Cristo ao morrer sobre a cruz pelo pecador, o seu império sobre a morte foi aniquilado (Hebreus 2:14). Deus ainda lhe concede certa liberdade para provar o Seu povo (1 Timóteo 3:6,7, 1 Pedro 5:8), como fez a Jó e mesmo a Cristo, e ele ainda comparece diante de Deus para acusar o Seu povo, mas temos agora ali um Defensor e Advogado para nos defender das suas acusações: o nosso Salvador Jesus Cristo (Apocalipse 12:10, 1 João 2:1).
Além disso, atualmente entre as suas atividades estão:
Satanás é atualmente o príncipe da potestade do ar (Efésios 2:2), o líder das forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Efésios 6:11-12), o acusador que acusa os irmãos de dia e de noite, diante do nosso Deus (Apocalipse 12:10). Sua posição é tão alta que mesmo o arcanjo Miguel não se atreveu a insultá-lo sobre o corpo de Moisés (Judas 9).
Sua condenação virá porque se ensoberbeceu (1 Timóteo 3:6) querendo ser semelhante ao Altíssimo (Ezequiel 28:16-17, Isaias 14:13-14). Sua fúria e malignidade se intensificarão no fim desta era (Apocalipse 12:12). No meio dos sete anos de tribulação (Apocalipse 12) Miguel (quem é como Deus?), um dos primeiros príncipes dos seres celestiais e o único anjo chamado arcanjo na Bíblia (Judas 9), protetor da nação de Israel (Daniel 10:13,21, 12:1), comandará um exército de anjos que lutará contra Satanás e os seus anjos. Satanás perderá a batalha e será expulso do céu, com seus anjos, e será lançado à terra com o seu bando, disposto a causar o maior estrago possível porque sabe que pouco tempo lhe resta: ele conhece as Escrituras muito bem!
Seu primeiro alvo será a nação de Israel (a mulher). Mas Deus, de forma milagrosa, a protege (Mateus 24:15-22) dando-lhe duas asas da grande águia (Êxodo 19:4) e escondendo-a no deserto. A essa altura haverá ainda muitos crentes judeus espalhados pelo mundo, e Satanás se empenhará em destrui-los, através da besta, ou anticristo, mas o povo de Deus o vence recorrendo ao sangue remidor de Cristo, à evangelização acompanhada por retidão de vida, e à sua disposição a fazer qualquer sacrifício por Cristo, inclusive a morte (ver Efésios 6:10-17).
Então, ao fim dos sete anos de tribulação Cristo voltará a este mundo pela segunda vez, e seus anjos amarrarão o Diabo por mil anos. Em seguida ele será libertado por pouco tempo para instigar a humanidade a uma revolução, mas será vencido e lançado no lago de fogo que foi preparado para ele e os seus anjos, por toda a eternidade (Mateus 25:41, Lucas 10:18, Apocalipse 20:2,10).
Esse evento só é mencionado aqui, com o propósito de ilustrar que não devemos injuriar ou difamar as autoridades, sejam elas boas ou más. Lemos em Deuteronômio 34:6 que "O SENHOR sepultou Moisés em Moabe, no vale que fica diante de Bete-Peor, mas até hoje ninguém sabe onde está localizado seu túmulo". Nunca foi encontrado, e esse era o plano de Deus: nem mesmo o diabo sabe onde se encontra, para revelá-lo aos homens. O arcanjo Miguel tem uma função especial com respeito ao povo de Israel (Daniel 10:21) e ele disputou naquela ocasião com o diabo a respeito do corpo de Moisés, decerto para que o diabo não prejudicasse o plano de Deus. O diabo se interessava em levar o povo à idolatria, e o corpo de Moisés lhe seria útil para essa finalidade. Era perecível, embora os egípcios daquela época tivessem uma técnica admirável de mumificação, como atestam as inúmeras múmias ainda existentes. Mumificado ou não, o corpo de Moisés, o grande servo e profeta de Deus, seria alvo certo para "veneração", haja vista o que se faz ainda hoje com os restos mortais (relíquias) dos "santos".