"Cantares de Salomão", também chamado "O Cântico dos Cânticos", é geralmente considerado o mais difícil entre os livros da Bíblia para ser compreendido, tendo um comentarista escrito que "é o mais obscuro livro do Velho Testamento". Não vou aventurar-me, portanto, a assumir que tenho a chave da sua compreensão.
Há um entendimento quase universal de que se trata do relato de uma história de amor puro e fiel, mas o seu significado, ou interpretação, têm estado abertos para a imaginação dos seus leitores através de quase três milênios. Em grande parte é um diálogo, mas há dificuldade em discernir quem fala. Estamos certos que foi inspirado pelo Espírito Santo para o nosso ensino, e por isso procuramos encontrar as lições contidas em suas páginas.
Não havendo amor mais sublime do que o do Senhor Jesus Cristo para com a Sua igreja, partimos da premissa que as duas figuras principais os representam, ou seja, o pastor (namorado, noivo, esposo conforme a tradução usada) se refere ao Senhor Jesus, e a jovem sunamita na corte de Salomão seria a igreja de Cristo. A flor (ou rosa) de Sarom e o lírio dos vales, aos quais a sunamita foi comparada, são então a Igreja. As filhas de Sião, filhas de Jerusalém, nos lembram o povo do mundo, dentro do qual se encontra a Igreja. No livro, o pastor elogia a beleza da sunamita comparando-a com uma égua das carruagens do faraó: um animal de que todos se admiravam (capítulo 1, versículo 9), certamente tão bem alimentada e cuidada quanto os carros de luxo dos nossos presidentes.