Em nossas Bíblias a palavra "servo" geralmente é tradução do verbo grego "doulos" que significa "estar em sujeição" e é usado como substantivo. A tradução "servo" é a mais cabível e correta, pois quem está em sujeição serve a outro, seja qual for o motivo dessa sujeição e as normas legais que a regem. Outro verbo grego, derivado deste, "douloo" tem o sentido de "submeter-se à servidão" e encontramos em 1 Coríntios 9:19 ("fiz-me escravo"), Romanos 6:18 ("feitos servos da justiça") e Romanos 6:22 ("feitos servos de Deus"). Na maioria das vezes a palavra "servo" é usada metaforicamente, como se vê em Atos 16:17, Tito 1:1, 1 Pedro 2:16, Apocalipse 7:3 e 15:3 (de Deus), Filipenses 2:7 (a humilhação voluntária de Cristo), Gálatas 1:10, Efésios 6:6, Filipenses 1:1, Colossenses 4:12, Tiago 1:1, 2 Pedro 1:1, Judas 1:1 (do Senhor Jesus Cristo), João 8:34, Romanos 6:17 e 20 (do pecado), 2 Pedro 2:20 (da corrupção).
O substantivo grego "diakonos", quando não aportuguesado para "diácono", também é traduzido como "servo" (Mateus 22:13, 23:11, Marcos 9:35, João 2:5, 12:26 e Romanos 16:1), bem como "pais" (Mateus 12:18, Lucas 1:54,69, 7:7, 15:26, Atos 4:25,27,30).
Havia escravidão quando o Novo Testamento foi escrito, tanto na nação de Israel, quanto sob o domínio romano e alguns textos evidentemente se aplicam aos escravos, por exemplo, Mateus 8:9; 1 Coríntios 7:21, 22a, Efésios 6:5; Colossenses 4:1; 1 Tito 6:1, mas nem por isso deixam de se aplicar também a outras situações de sujeição, seja por contrato de trabalho, ou voluntárias.
Assim sendo, não haverá distorção do sentido original se obedecermos às instruções dadas aos "servos" na Bíblia, mesmo se tratando de contratos de trabalho, etc. Deveríamos servir sempre como se fosse ao próprio Senhor, de quem somos servos como eram os escravos daquele tempo. É parte da ética cristã, e que honra ao Supremo Senhor.