Na Bíblia, a palavra “dispensação” vem do grego oikonomia (oikos = uma casa, nomos = uma lei) mas seu sentido já era mais amplo do que a simples administração doméstica, para abranger também a administração da propriedade alheia.
Em português temos a palavra traduzida “economia” que abrange até a administração do acervo público. A palavra “dispensação” que encontramos em vários lugares na Bíblia, p.ex. 1 Coríntios 9:17, Efésios 1:10, 3:2,9, Colossenses 1:25, portanto tem a ver com a administração das coisas de Deus, seja a incumbência de pregar o Evangelho (1 Coríntios 9:17), a de completar a Palavra de Deus no que diz respeito à igreja (Colossenses 1:25), ou à administração da sabedoria de Deus pela igreja (Efésios 3:9).
Na Bíblia, uma “dispensação” não é um período ou época, mas uma maneira de arrumar ou administrar as coisas. Através do relato bíblico, é possível verificar diversas fases no relacionamento de Deus com os homens, e, com o propósito de distingui-las para fins didáticos, os mestres têm chamado essas fases de “dispensações”, dando assim a essa palavra outro sentido.
O número de dispensações e, portanto, a sua quantidade, variam conforme o entendimento de quem as identifica. Alguns procuram identificá-las mesmo a partir da criação dos seres celestiais, outros simplesmente se limitam ao período antes de Cristo e depois de Cristo, que é a base do nosso calendário.
Talvez uma das classificações mais conhecidas em nosso meio foi divulgada pelo douto irmão Thomas Newberry (1811-1901), como segue: A palavra “era” é usada ao invés de “dispensação”, por ser mais adequada, e as eras são em número de sete:
Quero realçar que essa classificação é apenas humana, para fins didáticos. Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente, o homem tem sido pecador desde a “queda” inicial de Adão, e Deus tem sempre demonstrado ao homem os Seus atributos de justiça, amor, compaixão e graça. Alguns distinguem a “era da graça” a partir da morte do Senhor Jesus, mas isto é incorreto: a graça de Deus se revelou aos homens desde o início. Foi pela graça de Deus que Noé foi preservado para que a humanidade não fosse completamente destruída no dilúvio. Ninguém foi salvo pelas obras da lei, mas desde a antigüidade uma multidão foi salva pela graça de Deus mediante a fé.