Na sua primeira carta aos coríntios Paulo havia explicado que o crente não se deve isolar dos descrentes, apesar da sua natureza pecaminosa, porque para isso teriam que sair do mundo (1 Coríntios 5:9,10), assim como também não deveriam deixar os seus cônjuges incrédulos se estes concordassem em continuar vivendo com eles (1 Coríntios 7:12,13). Os crentes têm que ser testemunhas ativas de Cristo no meio dos infiéis, pois são o sal ou a luz no mundo. Mas vincular-se em submissão ao mesmo jugo que eles é diferente: Paulo define a liberdade do crente como "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm … eu não me deixarei dominar por nenhuma … nem todas as coisas edificam" (1 Coríntios 6:12, 10:23). A simples convivência é diferente da vinculação a uma submissão ou obediência, mediante uma convenção junto com eles.
O jugo pode ser decorrente de uma obrigação legal, como o serviço militar. Paulo não pode estar se referindo a isso, uma vez que ensinou que devemos obedecer à autoridade constituída em nosso país. Existem ainda, hoje em dia, associações para diversas finalidades e muitas não são prejudiciais ao testemunho cristão nem impingem sobre a liberdade do crente, por exemplo alguns clubes esportivos, alguns hospitais e sociedades beneficentes, associações profissionais, etc., nos quais os crentes podem exercer uma influência positiva sem incorrer em restrições ao seu testemunho. Aqui também não há "jugo desigual".
Paulo está, sem dúvida, condenando aqui as associações pessoais ou sociais feitas de espontânea vontade com os incrédulos, quando, longe de edificar a vida espiritual do crente, elas cerceiam ou mesmo prejudicam o testemunho da sua fé. Ao pertencer a essas associações o crente estará sendo dominado por elas. O mandamento é "saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor". Evidentemente, muito menos ainda podemos começar por entrar, depois de ter sido recebidos como filhos de Deus. Devemos fazer de tudo que estiver ao nosso alcance para evitar situações em que nossa lealdade seja dividida, pois nossa dedicação a Deus deve ser integral.
Ao constituir uma empresa com incrédulos, o crente deve se assegurar da sua liberdade. Toda empresa é regida por estatutos e contratos e são estes que precisam redigidos de forma a
Sempre haverá riscos devido aos interesses diferentes, e em qualquer sociedade, mesmo entre só crentes, há que se conceder alguma coisa para a satisfação da maioria, em prejuízo da liberdade. O crente deve cuidar para que a sua lealdade a Deus não seja prejudicada com isso. Recomendo a exposição de 2 Coríntios 6:14 feita aqui .