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Predeterminação e Livre Arbítrio

1. Deus já predeterminou todas as coisas que acontecem por toda a eternidade?

Alguns teólogos respondem afirmativamente a esta pergunta baseados principalmente no livro de Provérbios de Salomão, considerado como o "abrigo da doutrina da divina predeterminação", p.ex. Provérbios 16:1,9,33, 19:21, 20:24, 21:1, 29:26. Se o Senhor dirige os passos do homem, isso significa que ele é controlado, ou governado por Deus. Daí concluem que, não importa o que o homem queira fazer, e os planos que faça, é a vontade do seu Autor que será executada (Manual de Berhof, p.231). Em Lamentações 3:38, Amós 3:6, Isaías 45:7 temos textos que poderiam até sugerir que Deus faz o mal.

No entanto, frequentemente descobrimos que Deus apenas permitiu que certas coisas fossem feitas, mas foram por isso atribuídas a Ele. Por exemplo, foi o diabo que tentou Jó com severas tribulações, mas Jó (Jó 1:21), o autor do livro (Jó 42:11) e mesmo Satanás (Jó 1:11, 2:5) puseram a culpa em Deus; em outro exemplo célebre, Satanás provocou o rei Davi a numerar o povo (1 Crônicas 21:1) mas a culpa foi posta em Deus (2 Samuel 24:1).

Mas a vontade permissiva de Deus é encontrada em toda a Bíblia, e inclui o livre arbítrio que é concedido ao ser humano. Um exemplo clássico é a salvação do homem perdido: "O Senhor ... é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se" (2 Pedro 3:9), "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados" (Atos 3:19) e "ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura; quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." (Marcos 16:15 a 16). Vemos aí expressa a vontade de Deus (quer que todos se salvem) e a Sua permissão (não crer e ser condenado), que dá o livre arbítrio ao homem.

Charles Hodge, um calvinista muito respeitado, comentou: "É evidente por esses e outros textos que é um uso comum atribuir a Deus os efeitos que Ele, em Sua sabedoria, permite acontecer". Isto vem a ser a vontade permissiva de Deus, que os calvinistas não admitem, pois seria desastroso para a sua teologia fundamental.

É necessário conciliar os eternos propósitos de Deus, ou os Seus "decretos" como dizem alguns, com as consequências do livre arbítrio concedido ao homem. O homem, por causa das suas limitações, não tem capacidade para isto. Mas Deus, eterno e onisciente, sabe tudo, seja o presente, o passado ou o futuro, de forma que Ele prevê igualmente tão bem como como Ele vê e como Ele se lembra. Assim, tudo o que aconteceu, acontece e vai acontecer está dentro dos Seus planos. Ele é Soberano. Mas o homem só sabe um pouco do presente, aprende um pouco do passado de outras fontes e não tem conhecimento certo do futuro (salvo o que lhe foi revelado por Deus em Sua Palavra).

Por causa da sua vontade permissiva, o homem faz suas próprias decisões, e é ele próprio responsável pelos seus atos. Mas Deus já sabe de antemão o que qualquer homem vai fazer, e isto está, portanto, em Seus planos. A profecia bíblica, boa parte já cumprida, com exatidão, é a prova disso. Por exemplo, Judas decidiu trair Jesus porque quiz, mas Jesus já sabia e era cumprimento de uma profecia. Há muitos outros exemplos.

Os Eventos da história, tanto os já acontecidos como os que ainda haverão de acontecer, não ocorrem por expressa determinação da vontade de Deus, mas são conhecidos por antecedência por Ele, para o cumprimento dos seus eternos desígnios.

Deus tem propósitos eternos que haverão inevitavelmente de ser cumpridos, e nos meios para alcançar tais propósitos, Deus conta com a participação humana. A doutrina do concurso divino não é antagônica à livre ação do homem, pois este age espontaneamente com a permissão de Deus. A ação livre do homem e a ação soberana divina são congruentes devido à onisciência de Deus, que conhece antecipadamente a ação que o homem vai tomar.

2. Um conceito sobre a eternidade de Deus.

 A eternidade de Deus se define como uma existência que não tem princípio nem fim. É mais do que a mente humana pode compreender, pois estamos limitados ao que é finito - tudo tem princípio e tem fim. Também estamos limitados ao tempo e ao espaço, e não compreendemos uma existência sem os dois.

A Bíblia começa com as palavras "No princípio Deus criou os céus e a terra" (Gênesis 1:1) e termina dizendo "O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão ... e eles reinarão para sempre". Note: Deus já era antes da criação dos céus e da terra: antes da existência do universo, pois foi criado por Ele. E Ele e os seus servos (tratando-se aqui dos homens e mulheres que se reconciliaram com Deus mediante a fé, através dos tempos) viverão também eternamente e reinarão com Ele (Apocalipse 22:3,5).

O profeta Daniel expressa-se assim: "os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade" - uma eternidade seguindo a outra, sem fim... Por não compreender isto, alguns perguntam: Quem criou Deus? Obviamente a resposta é: ninguém. Ele é o "Eu Sou": sempre foi, é e será!

3. Quem são os eleitos mencionados no primeiro capítulo da carta aos Efésios? A morte de Cristo na cruz resgata os eleitos? Cristo morreu por todos ou apenas pelos eleitos ?

Na Bíblia encontramos as palavras “eleição” e “eleito”, traduções originadas das palavras gregas “ekloge¯” (escolha, eleição) e  “eklektos” (escolhido, eleito ou favorito) e da palavra hebraica "baw-kheer" (selecionado, escolhido, eleito).

Deus inegavelmente tem todo o direito de fazer a escolha que quiser em tudo. Também possue os atributos divinos da onisciência, onipotência, etc. A Bíblia nos mostra vários exemplos em que é revelada a escolha de Deus, dos quais selecionamos os seguintes:

1. Quanto a Israel

  • Escolheu os descendentes  de Israel (Jacó) para serem o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra (Deuteronômio 7:6, 14:2, 1 Crônicas 16:3, Marcos 13:20, 27, etc).
  • Escolheu os descendentes de Levi (um dos filhos de Jacó) para levar a arca de Deus, para assistir e ministrar em nome do Senhor  para sempre (Deuteronômio 18:5, 1 Crônicas 15:2).
  • Escolheu os sacerdotes, descendentes de Levi, para O servirem, e para abençoarem em nome do Senhor (Deuteronômio 21:5).
  • Escolheu Davi e seu filho Salomão para serem reis sobre Israel (1 Crônicas 28:4, 29:1)
  • De dentro do povo de Israel, elegeu um remanescente de sobreviventes para serem salvos (Romanos 11:7).

2. Quanto à igreja de Cristo

  • Segundo a presciência de Deus Pai (1 Pedro 1:2) Ele escolheu os que amam a Deus, os que são chamados de acordo com o Seu propósito, os que Ele conhecia desde o princípio para a salvação mediante a santificação do Espírito e a fé na verdade (Romanos 8:29-30, Colossenses 3:12, 1 Tessalonicenses 1:4, 2 Tessalonicenses 2:13, 2 Timóteo 2:10, Tito 1:1). Estes vencerão com Cristo a besta e o seu exército depois da tribulação dos judeus (Apocalipse 17:14).
  • Ele escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios, e as coisas fracas do mundo para confundir as fortes (1 Coríntios 1:27), bem como as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são (1 Coríntios 1:28)
  • Ele escolheu os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam (Tiago 2:5)
  • Ele elegeu Pedro dentre os discípulos, para que os gentios ouvissem da sua boca a palavra do evangelho e cressem (Atos 15:7)
  • Ele escolheu Paulo para ser apóstolo aos gentios e demonstrar o Evangelho de Cristo (Gálatas 1:1, Efésios 1:1, 3:8-9).

3. Quanto aos anjos

  • Ele elegeu anjos (os que não se envolveram em pecado ou rebelião contra Deus, mas mantiveram seu primeiro estado) para continuar em Sua presença (1 Timóteo 5:21, Judas 1:6, 2 Pedro 2:4).

Conclusão

Em Efésios, assim como em todo o mundo, os “eleitos” são os santos, também chamados “fiéis em Cristo Jesus” (cap.1 v.1), ou seja, os que confiaram em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Estes são os “irmãos” conforme os exemplos 2 a, b, c. Veja a exposição feita sobre a carta aos Efésios, com índice AQUI. Tanto em Israel, como na Igreja, Deus escolhe, ou elege, determinadas pessoas para determinadas tarefas e sem dúvida continua escolhendo. O Espírito Santo age nos santos para que isso aconteça. Veja exemplos 1 b e 2 acima.

A morte de Cristo resgata os eleitos, pois foram eleitos por terem posto a sua fé na Sua obra de redenção. Exemplo 2 a acima.

Cristo morreu por todos, mas somente os que crêem e O recebem como seu Senhor e Salvador são escolhidos por Deus para receberem a salvação e demais privilégios concedidos pela Sua grande graça (Mateus 22:14, 26:28, etc.). Recomendo que leia as páginas sobre salvação que encontrará NESTE índice.

 

R David Jones

 

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