A obediência é um ato ou efeito resultante da submissão à vontade de outrem. Quem obedece faz o que outro comanda, independentemente da sua própria vontade.
O pecado original de Adão e Eva foi desobedecer à vontade de Deus. Não foi preciso um código de leis para medir o seu pecado. Bastou um ato simples de desobediência para perderem a comunhão que gozavam com Deus, a sua vida espiritual.
Vemos assim a importância que Deus dá à obediência, tanto que, para restabelecer a comunhão, foi necessário enviar seu próprio Filho unigênito ao mundo para dar a Sua vida. Ele, em tudo, “foi obediente ao Pai até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8). Assim, “como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” (Romanos 5:19).
Todos os que são salvos pela graça de Deus mediante a fé no Senhor Jesus Cristo são os “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:2).
Justificado pela obediência de Jesus Cristo ao Deus Pai, o crente prova que permanece nele mediante a sua própria obediência a Deus, para a qual foi eleito por Ele: “Se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou” (1 João 2:5,6, NVI).
A obediência supõe sempre a existência de uma alternativa que será rejeitada. O crente prova ser obediente quando escolhe fazer o que Deus ordena, mesmo nos casos em que ele preferiria fazer algo diferente.
Um exemplo, dos mais extremos, foi a situação em que Abraão se encontrou, quando o SENHOR ordenou que sacrificasse o seu filho da promessa, Isaque, como holocausto. Seria um ato incompreensível para Abraão, mas a sua fé na palavra de Deus era tal que não hesitou em obedecer. Sua fé provou ser bem fundada, pois Deus suspendeu o sacrifício no último momento, e proveu o cordeiro para o holocausto, mas “Abraão considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar” (Hebreus 11:18).
Deus mostrou compaixão pelos descendentes de Abraão, tirando-os da escravidão do Egito, fazendo deles Seu próprio povo, uma nação com a sua própria terra, e antes de lhes dar a sua lei, prometeu “faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” (Êxodo 20:6).
A palavra “misericórdia” aparece 157 vezes na Bíblia, quase sempre se referindo à que é procedente de Deus, e o rei Davi testemunhou: “Todas as veredas do SENHOR são misericórdia e verdade para aqueles que guardam a sua aliança e os seus testemunhos” (Salmo 25:10). Davi teve muita experiência da misericórdia de Deus em sua vida.
Depois de dar a lei de Deus ao povo, Moisés declarou solenemente que punha diante deles “a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR vosso Deus, que hoje vos mando; porém a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.” (Deuteronômio 11:26-28.)
A obediência a Deus é requisito essencial para usufruir da Sua bênção. O Senhor Jesus confirmou essa realidade ao mesmo tempo que condenou de maneira sumária os que tanto veneram Maria. Quando uma mulher da multidão exclamou, referindo-se a ela: “Feliz é a mulher que te deu à luz e te amamentou” o Senhor imediatamente a corrigiu, dizendo: “Antes, felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem” (Lucas 11:27,28 - NVI).
Tiago, um irmão do Senhor por parte de Maria, declarou: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos … O homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer” (Tiago 1:22 e 25 - NVI). A felicidade acompanha os que obedecem aos preceitos de Deus.
Em outra ocasião, “a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: ‘Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora.’ E ele lhes respondeu, dizendo: ‘Quem é minha mãe e meus irmãos?’ E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: ‘Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe.’” (Marcos 3:32-35). Segundo essa promessa, somente quem for obediente a Deus tem o privilégio extraordinário de entrar no círculo familiar do Senhor Jesus Cristo, de nada importando sua vinculação natural.
E não somente isso! O Senhor Jesus também prometeu: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele.” (João 14:23 - NVI). Ser a morada de Deus é ser o Seu templo, como Paulo nos informa em 1 Coríntios 3:16,17.
Sem dúvida Deus se deleita com a obediência que lhe é dada, acima de qualquer outro tributo ou demonstração de reverência que lhe seja feito. Obediência voluntária, abnegação e piedade, que é nossa maior prova de amor. As melhores promessas são para os obedientes.