A Bíblia Sagrada ensina que na Divindade há três pessoas, da mesma natureza e co-iguais em todos os seus atributos. Reconhecemos que esta verdade da Trindade fica muito além da compreensão humana, porém é básica, é fundamental ao cristianismo. Ninguém pretende explicar a Trindade Divina, mas todo cristão crê em Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo - "um só Deus em três pessoas". Jesus Cristo mandou que os discípulos batizassem "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"( Mateus 28:19), e a bênção apostólica reza: "a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos" (2 Coríntios 13:13). Em outros trechos da Bíblia são mencionados as três Pessoas, não sempre na mesma ordem, pois o Espírito Santo não é inferior, mas sim igual, ao Pai e ao Filho.
No primeiro capítulo da Bíblia o Espírito Santo é chamado "o Espírito de Deus", e tem a Sua parte na criação do mundo. Em Hebreus 9:14 Ele é chamado "o Espírito Eterno". O Espírito de Deus não é uma simples influência, ou força abstrata; é uma pessoa divina, chamada "Deus" e "Senhor". A personalidade do Espírito Santo fica comprovada pelos atos que Ele faz - atos estes que são característicos duma pessoa e não duma influência ou mera força inanimada. Por exemplo, Ele mora, ensina, guia e se entristece (veja João 14:17; 1 Coríntios 6:19; João 14:26; Romanos 8:14; Efésios 4:30); Ele governa os movimentos e serviços dos servos de Deus (Atos 13:2, 4; 16:6-7; 20:28), e faz intercessão a favor dos crentes (Romanos 8:26). O Espírito Santo age junto com o Pai e o Filho para a salvação e a santificação dos pecadores, efetuando neles o novo nascimento e colocando-os no Corpo místico de Cristo (João 3:5; 1 Coríntios 12:13).
O Espírito Santo inspirou os profetas, os apóstolos e os demais escritores da Bíblia Sagrada. Tanto os livros do Velho Testamento como os do Novo foram escritos por "homens santos de Deus, inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Nunca se diz isto dos livros do Apócrifa, nem dos escritos dos "pais da igreja" ou de outro autor qualquer. Todo livro humano é falho, imperfeito, capaz de errar ou de enganar; mas os 66 livros da Bíblia Sagrada são a pura Palavra de Deus - inerrantes, perfeitos, idôneos para instruir o homem no caminho da salvação (2 Timóteo 3:16-17).
O Espírito Santo é também o Intérprete das Escrituras. Diz o Senhor Jesus: "O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas" (João 14:26); e diz João na sua primeira Epístola "vós tendes a unção do Santo … e a unção fica em vós … e vos ensina todas as coisas". Essa unção é obra do Espírito Santo no coração do crente, e inclui o Seu poder de revelar-lhe o sentido da Palavra de Deus, ou diretamente ou por meio dos doutores que Deus pôs na igreja (Efésios 4:11). Os escritos dos assim-chamados "pais da igreja"; o "Livro de Mórmon"; os livros de Rutherford e outros das falsas "Testemunhas de Jeová" - nenhum deles é inspirado pelo Espírito Santo, nem O substituem como único Intérprete da Escritura.
O batismo de todos os crentes desta época, isto é, desde Pentecostes (Atos 2) até a vinda do Senhor (1 Tessalonicenses 4), no poder do Espírito Santo, foi efetuado uma vez, para nunca ser repetido. A Bíblia não contempla um "novo batismo no Espírito" para cada crente individualmente, pois "todos nós fomos batizados em um Espírito formando um Corpo" (1 Coríntios 12:13); a manifestação desse batismo foi dupla - sobre os primeiros judeus crentes em Atos 2, e sobre os primeiros gentios crentes em Atos 10.
É o Espírito Santo que convence o pecador da sua necessidade da salvação. "Todos pecaram", diz a Escritura; ninguém agrada a Deus, não há vida humana que glorifique a Deus. O Espírito Santo fala à nossa consciência, chamando-nos para buscar a Deus e a Sua salvação, e fala-nos do único Salvador, Jesus Cristo (João 16:8-11).
Paulo, escrevendo aos crentes em Éfeso, diz: "Enchei-vos do Espírito" (5:18), com Quem já foram "selados" quando creram (1"13). Pedro foi "cheio do Espírito Santo" em Atos 4:8, mas não em Gálatas 2:11; Barnabé o era em Atos 11:24, porém não Gálatas 2:13 ou Atos 15:37. Assim vemos que o enchimento do Espírito não é uma experiência que se atinge duma vez e para sempre, e que incha o crente e o exalta sobre os seus irmãos. Pelo contrário, é uma experiência repetida e progressiva, e que nos humilha diante de Deus e de nós mesmos, revelando-nos a glória do nosso Salvador e fazendo-nos idôneos para amá-lO e serví-lO melhor.
O crente que está cheio de Cristo, também está cheio do Espírito Santo, e produzirá o Seu fruto (Gálatas 5:22). "Não extingais o Espírito" (1 Tessalonicenses 5:19).