O Deus vivo nunca Se deixou ficar sem testemunho de Si mesmo (Atos 14.17), pois embora nos tempos passados todos os povos andassem nos seus próprios caminhos, Ele sempre desejava que O buscassem e O conhecessem, para o próprio bem deles. Nos séculos depois da queda do homem, e até os nossos próprios dias, as bênçãos da natureza – as chuvas, o sol e as "estações frutíferas" – testemunharam da existência e do amor de Deus. Porém a inclinação do homem tem sido sempre para o pecado, e as nações logo caíram na idolatria.
Alguns séculos depois do Dilúvio, Deus escolheu os descendentes dum homem fiel, Abraão, para serem as Suas testemunhas no mundo. Estes eram os israelitas – também chamados hebreus e judeus – cuja história como nação foi em grande parte predita por Deus (a escravidão no Egito, a volta para a Palestina, o exílio para Babilônia, a volta debaixo dos persas, etc.). Os israelitas ouviram a voz de Deus quando, congregados diante do monte Sinai, receberam dEle a Sua lei (Deuteronômio 5.22-24), e desde então foram constituídos por Ele como Seu "povo próprio, reino de sacerdotes e nação santa" (Deuteronômio 7.6; Êxodo 19.5-6) – "as Minhas testemunhas, a quem escolhi" (Isaías 43.10).
O testemunho dos judeus tinha que ser principalmente o fato de ser Jeová o único Deus verdadeiro e vivo – "Antes de Mim, deus nenhum se formou, e depois de Mim nenhum haverá … Eu, eu sou o Senhor, e fora de Mim não há Salvador; vós sois as Minhas testemunhas, Eu sou Deus; ainda antes que houvesse dia, Eu sou Deus" (Isaías 43.10-13).
Outrossim, "aos judeus foram confiados os oráculos de Deus" (Romanos 3.2). Receberam "as alianças, a lei, o culto e as promessas" – mormente as promessas a respeito do Salvador, o Messias, que Deus enviaria ao mundo, e que seria "Deus forte, Pai da eternidade", e que nasceria duma virgem na cidade de Belém de Judá (Isaías 9.6; 7.14; Miquéias 5.2).
Como testemunhas de Deus, os judeus como nação falharam na prática. No decorrer dos séculos, afastaram-se de Deus, desonraram os Seus profetas, desobedeceram à Sua lei e, finalmente, recusaram receber o Messias quando chegou no seu meio. Por conseqüência, Deus os rejeitou como nação Sua, Jerusalém foi destruída e o povo judaico foi espalhado entre as nações.
O Messias, Jesus Cristo, veio "para dar testemunho da Verdade" João 18.37); veio como "luz para os povos" (Isaías 42.6). Disse Ele: "Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" Jo 8.12. Ele testemunhou pelas Suas obras; testemunhou da justiça de Deus e do amor de Deus; trouxe para os homens a salvação de Deus, e avisou-os da ira de Deus sobre os que rejeitam tal salvação. Fez a obra necessária para esta salvação, morrendo por nossos pecados e ressuscitando para a justificação de todo crente. O Senhor Jesus é a Testemunha "fiel e verdadeira" Ap 1.5; 19.11.
Na hora da Sua ascensão, o Senhor Jesus deu aos Seus discípulos a tarefa de serem as testemunhas Dele para o mundo At 1.6-8 – para um mundo hostil, pecaminoso, cheio de "deuses" e filosofias, um mundo que "não suportaria a sã doutrina, mas, recusando-se a dar ouvidos à verdade, entregar-se-ia às fábulas" 2ª Tm 4.4. Tal era o mundo de então, e tal é o mundo de hoje. No meio dele estão os crentes em Cristo, a verdadeira Igreja de Deus, os quais, pela pregação do Evangelho e pela sua conduta santa 1ª Pe 2.9-12, são as testemunhas de Deus no mundo até a vinda de Cristo. Salvos pela graça de Deus, por meio da fé em Cristo, os verdadeiros cristãos, pela sua vida pura e irrepreensível, pelo seu caráter honesto e sincero, são as testemunhas do amor, poder e conforto de Deus nos problemas e sofrimentos desta vida, assim como da Sua salvação eterna.
Como testemunha, a nação de Israel não era fiel. Somos nós, os crentes em Cristo, fiéis testemunhas de Deus?.. A cada um de nós Ele diz: "Sê fiel até a morte e Eu te darei a coroa da vida" (Apocalipse 2.10).