A igreja de Corinto é incentivada a seguir a caridade, como explicado no capítulo anterior, e a procurar com zelo os dons, mas principalmente que profetizem.
Um idioma que ninguém entende é inútil para comunicação, embora possa ser compreendida por Deus (que conhece nossos corações). Aquele que fala uma língua desconhecida deve orar para que a possa interpretar (que aprenda a língua conhecida na igreja), pois do contrário não há proveito nenhum para a igreja.
Mesmo em oração, ou ao cantar, deve-se ter controle mental e usar palavras compreensíveis para que outros que estiverem presentes possam acompanhar a oração ou o hino.
Paulo agradece a Deus por poder falar mais idiomas do que todos os da igreja de Corinto, mas diz que prefere falar na igreja cinco palavras compreensíveis de sua escolha, para instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida por eles. O dom de línguas foi dado aos crentes como sinal para o povo judeu incrédulo, que ouviria o Evangelho da boca de estrangeiros cuja língua natural é outra (Isaías 28:11,12).
Por outro lado, quem tem o dom de profetizar, edifica a igreja, pois fala para edificação, exortação e consolação. A igreja também tem proveito mediante revelação, ciência e doutrina transmitidos em linguagem compreensível.
Se todos os crentes em uma reunião ficarem falando em língua incompreensível, qualquer pessoa ignorante ou descrente que os ouvir dirá que estão loucos. Mas se todos profetizarem, a presença de Deus e a mensagem do Evangelho se fará evidente para os de fora.
(Embora o dom de profecia no sentido de nova revelação direta da parte de Deus junto com os dons de línguas e ciência, tenha sido dado por tempo limitado, conforme o capítulo 13, os dons de edificação, exortação e consolação aqui mencionados continuam ainda a ser dados para a edificação da igreja).
A participação livre nos cultos é indicada; não deve, porém, chegar a se transformar em desordem pois tudo deve ser feito para edificação.
Podem falar em língua estrangeira dois, quando muito, três, sucessivamente, desde que haja intérprete: se não houver, fiquem calados na igreja.
Também não falem mais do que dois ou três profetas, e os outros julguem (discernindo se a mensagem é mesmo de Deus).
Se vier revelação a alguém que estiver sentado, ele deverá ter a palavra, calando-se quem estiver falando. Todos podem profetizar, um após o outro, para todos aprenderem e serem consolados.
As atividades dos profetas estão sob seu próprio controle; assim, eles nunca devem exigir audiência alegando estar sob influência de um poder sobre o qual não têm controle.
As mulheres devem conservar-se caladas, porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. Mantendo-se submissas, devem interrogar seus maridos, em casa, se querem aprender alguma coisa (ver também 1 Timóteo 2:11-14). Isto inclui línguas e profecia pois a mesma palavra grega falar é usada nos versículos 27 e 29.
A igreja de Corinto não era o único repositório da verdade, e qualquer crente que se considera profeta, ou espiritual, deve reconhecer que estas instruções são mandamento do Senhor. Quem não as respeita ou aceita não deve ser acatado pela igreja (será ignorado provavelmente sugere "será ignorado por Deus").
Os crentes devem procurar com zelo o dom de profetizar, e não devem proibir o falar em outras línguas (desde que interpretadas). Mas que tudo seja feito com decência e ordem.
1 Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.
2 Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios.
3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.
4 O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação.
6 E, agora, irmãos, se eu for ter convosco falando línguas estranhas, que vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 Assim, também vós, se, com a língua, não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar.
10 Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.
12 Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja.
13 Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar.
14 Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.
15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
16 Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto o Amém sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?
17 Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.
18 Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos.
19 Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida.
20 Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento.
21 Está escrito na lei: Por gente doutras línguas e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor.
22 De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.
23 Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão, porventura, que estais loucos?
24 Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
25 Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós.
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
27 E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete.
28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.
29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
30 Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.
32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
34 As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.
35 E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja.
36 Porventura, saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?
37 Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.
38 Mas, se alguém ignora isso, que ignore.
39 Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas.
40 Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
1a. Coríntios capítulo 14