Introdução. Neste capítulo o apóstolo começa a tratar de alguns de Corinto que não tinham sido fiéis a Paulo, antes tinham preferido seguir os falsos "pastores" que se tinham introduzido naquela igreja. Estes negavam a autoridade apostólica de Paulo, os seus ensinos e até o seu caráter pessoal.
As armas da sua milícia. O apóstolo, como a igreja inteira, estava em pé de guerra - não contra os homens mas contra as "fortalezas espirituais" dos inimigos de Deus.
Mas os que em Corinto estavam falando contra ele não entenderam isso. A "mansidão e benignidade de Cristo" (que Paulo sempre mostrava entre eles) foram tomadas por estes como fraqueza ou como fingimento para trair seguidores. Ele tinha medo (diziam eles) de falar (ou fazer) nas igrejas as coisas severas que ele descrevia nas cartas (1-2).
Qual seria a sua resposta a tais calúnias? Ele não "saiu da igreja", como alguns hoje fazem quando se imaginam "insultados" ou "desprezados", nem pagou "mal por mal"; os cristãos têm melhores armas para o combate contra a mentira - armas espirituais, tais como a Escritura, a oração, a paciência, a exposição da verdade. Além disso, Paulo, como apóstolo (o que os detratores negavam), tinha autoridade para punir os que eram desobedientes (3-6).
A resposta de Paulo. Se eles eram, como afirmavam, "de Cristo", ele também o era, sendo o fundador daquela igreja e o pregador do Evangelho de Cristo que eles estavam seguindo. Ele não tinha vergonha em dizer que ele tinha autoridade, como apóstolo, sobre eles, para ensinar-lhes o que era para o seu bem-estar espiritual (7-8).
Tal foi o motivo, também, das suas cartas: os inimigos diziam que as cartas dele eram, sim, poderosas (não podiam negar isso!), mas que pessoalmente ele era de corpo fraco e um péssimo pregador. Pelo contrário, diz ele, os que assim falavam podem ficar certos de que, quando ele viesse aí, os seus atos seriam igualmente fortes como as cartas e as palavras dele (9-11).
O verdadeiro "louvor". Alguns se louvam a si mesmos, mostrando insensatez (12).
Ele não se vangloria além da sua própria experiência; mas ele estava dentro da sua esfera de ação - ele tinha pregado o Evangelho no meio deles (13-14).
Ele também esperava trabalhar além dali, com a cooperação deles, e ainda estaria gloriando-se em coisas dentro da sua esfera (15-16).
O louvor que vem da parte do Senhor - é isto que vale e não o que bem de outrem ou de nós mesmos (17-18).
1 Além disso, eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas ausente, ousado para convosco;
2 rogo-vos, pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia que espero ter com alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne.
3 Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.
4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas;
5 destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo,
6 e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.
7 Olhais para as coisas segundo a aparência? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo: assim como ele é de Cristo, também nós de Cristo somos.
8 Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação e não para vossa destruição, não me envergonharei,
9 para que não pareça como se quisera intimidar-vos por cartas.
10 Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra, desprezível.
11 Pense o tal isto: quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais seremos também por obra, estando presentes.
12 Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas esses que se medem a si mesmos e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento.
13 Porém não nos gloriaremos fora de medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós;
14 porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo;
15 não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios; antes, tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra,
16 para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem, para nos não gloriarmos no que estava já preparado.
17 Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor.
18 Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva.
2a. Coríntios capítulo 10