Introdução. Paulo sugere aos crentes que eles sigam o exemplo das igrejas na Macedônia (norte da Grécia) em mandarem uma dádiva monetária aos crentes empobrecidos na Judéia; lemos disto em Atos 24:17.
O exemplo dos cristãos macedônios. As igrejas da Macedônia seriam principalmente as de Filipos, Beréia e Tessalônica (Atos 16:11 e 17:15). Sofreram constante perseguição, cresceram espiritualmente e pediram a Paulo que lhes fizesse o favor de levar uma dádiva da parte delas para a Judéia.
Note-se que estes crentes macedônios se dedicaram primeiramente ao Senhor (v.5). Veja João 20:15-17, onde aprendemos que o Senhor quer primeiramente o nosso amor, antes do nosso serviço.
Paulo recomendou a Tito que este guiasse os crentes coríntios a tomarem parte naquela obra de amor cristão (v.6).
O exemplo de Cristo. Os coríntios, diz Paulo, tinham mostrado claramente (pela sua reação prática à sua primeira carta) a sua sinceridade na fé cristã; que mostrassem zelo, também, neste ato de amor que agora Paulo estava pedindo - não exigindo - que fizessem (isto é, tomarem parte na contribuição para a Judéia).
O grande exemplo desse amor se vê no Senhor Jesus Cristo, pois Ele, sendo riquíssimo com toda a riqueza dos céus e a glória da Divindade, fez-se homem tão pobre que "não tinha onde reclinar a cabeça" e se submeteu à morte de cruz - tudo para que nós pudéssemos receber as riquezas infindas da vida eterna.
O conselho de Paulo. Desde o ano anterior, os coríntios tinham mostrado boa vontade, tendo iniciado as suas contribuições ao "fundo judaico" (10-11).
Deviam completar a obra, conforme o que lhes fosse possível; Deus não exigia o impossível, nem que eles se fizessem pobres para enriquecer a outros. Ele desejava uma ação mútua entre as igrejas, para manter um nível de igualdade em todas. Para ilustrar isto, Paulo cita o caso dos israelitas e o maná (Êxodo 16:18).
Os servos das igrejas. Tito e "outro irmão" foram enviados a Corinto para receber a contribuição dessa igreja para o auxílio às igrejas na Judéia. Esse "outro irmão" foi eleito pelas igrejas na Macedônia para acompanhar Paulo, assim evitando qualquer crítica (16-21).
Com estes irá também "nosso irmão", zeloso e bem experimentado na vida cristã. Assim Tito e os dois irmãos mencionados nos vv. 18 e 22 seriam mensageiros aprovados pelas igrejas para aquele serviço e os coríntios deviam mostrar diante deles o seu amor por Paulo e justificar a alegria com que este falava sempre deles (22-24).
Presteza. Paulo diz que tinha dito aos crentes macedônios que os da Acaia (Corinto e o sul da Grécia) já estavam preparando a sua contribuição ao donativo para os cristãos necessitados na Judéia. Por isso ele queria que tudo estivesse pronto na chegada dos irmãos que levariam o dinheiro a Jerusalém. Era uma espécie de rivalidade amigável entre os cristãos da Acaia e os da Macedônia, na sua prontidão em socorrer os irmãos na Judéia! Assim todos teriam de compreender que tudo resultava da generosidade deles e não da avareza dele.
Semeando e ceifando. Como regra geral, a ceifa corresponde ao que foi semeado, em espécie, qualidade e quantidade, tanto no comércio, na agricultura como nas coisas espirituais (v.6).
Deus quer a "alegria" no semear - isto é, nas dádivas dos crentes, e Ele lhes dará o poder espiritual (a graça) para cumprirem os seus desejos de O servir. A verdadeira caridade aos necessitados é a característica do justo (v. 9 - citado do Salmo 112:9).
Deus é glorificado. Tudo o que os crentes dão provém de Deus, para que Ele seja glorificado. Ele suprirá aos coríntios tudo o que for necessário para enviarem um ótimo donativo - e Ele receberá uma grande "ceifa" na gratidão dos crentes judaicos (10-12).
Estes louvarão a Deus, não somente por receberem o auxílio monetário, como também pela maravilhosa manifestação da graça de Deus nos crentes que o doaram. Os crentes judaicos orarão a favor dos generosos crentes gentios (13-14).
O Dom inefável. Muito acima do que tudo o que os crentes possam dar está o grande DOM que Deus deu ao mundo - o Senhor Jesus Cristo, o Seu amado Filho - "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Por meio de recebermos a Cristo, recebemos com Ele o "dom gratuito de Deus, a vida eterna" (Romanos 6:23). Cristo é o "Dom inefável" - isto é, não se pode descrevê-Lo com palavras humanas.
2a. Coríntios, capítulo 8
1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;
2 como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade.
3 Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente,
4 pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.
5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus;
6 de maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe essa graça entre vós.
7 Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça.
8 Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa caridade;
9 porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.
10 E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas também querer.
11 Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes.
12 Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem.
13 Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão;
14 mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade,
15 como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos.
16 Mas graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito;
17 pois ele aceitou a exortação e, muito diligente, partiu voluntariamente para vós.
18 E com ele enviamos aquele irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas.
19 E não só isso, mas foi também escolhido pelas igrejas para companheiro da nossa viagem, nessa graça que por nós é ministrada para glória do mesmo Senhor e prontidão do vosso ânimo;
20 evitando isto: que alguém nos vitupere por essa abundância, que por nós é ministrada;
21 pois zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.
22 Com eles, enviamos também outro nosso irmão, o qual, muitas vezes e em muitas coisas, já experimentamos ser diligente e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós tem.
23 Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo.
24 Portanto, mostrai para com eles, perante a face das igrejas, a prova da vossa caridade e da nossa glória acerca de vós.
2a. Coríntios, capítulo 9
1 Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos,
2 porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós, para com os macedônios, que a Acaia está pronta desde o ano passado, e o vosso zelo tem estimulado muitos.
3 Mas enviei estes irmãos, para que a nossa glória, acerca de vós, não seja vã nessa parte; para que (como já disse) possais estar prontos,
4 a fim de, se acaso os macedônios vierem comigo e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos, vós) deste firme fundamento de glória.
5 Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que, primeiro, fossem ter convosco e preparassem de antemão a vossa bênção já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção e não como avareza.
6 E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará.
7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
8 E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra,
9 conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça;
11 para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus.
12 Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus,
13 visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos,
14 e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há.
15 Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.