Introdução. Neste capítulo temos sete descrições do Evangelho do qual Paulo era pregador. Ei-las:
A palavra de Deus - v.2.
A verdade - v.2.
O nosso Evangelho (isto é, anunciado pelos apóstolos) - v.3.
A glória de Cristo - v. 4.
Cristo Jesus como Senhor - v.5.
A glória de Deus na face de Cristo - v.6.
Um tesouro - v.7
A sinceridade de Paulo. Paulo nem adulterou nem modificou a mensagem de Deus, o Evangelho cristão, para ganhar aderentes. Os falsos pregadores faziam isto, porém ele se esforçava para mostrar na sua vida a verdade que ele anunciava.
A obra de Satanás. O "deus deste mundo" fecha contra o Evangelho as mentes dos que não querem a luz do Evangelho; não querem entender, então o Diabo lhes impossibilita a compreensão da mensagem da graça divina.
O senhorio de Cristo. Paulo e os outros apóstolos não se ofereciam a si mesmos como salvadores; somente o verdadeiro Senhor - Jesus Cristo - recebido como realmente o Senhor da vida em todas as coisas pode salvar-nos e nos manter em constante contato com Deus. Veja a palavra de Pedro em Atos 10:36 - "Jesus Cristo, o Senhor de todos" - e a de Paulo em Romanos 10:9 - "se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor ... Serás salvo".
A glória de Deus em Cristo foi vista literalmente pelos três apóstolos no Monte da Transfiguração (Mateus 17:2; Lucas 9:29); ela se vê na luz da nova criação, para que os crentes reconheçam a Cristo como a perfeita representação de Deus.
Vasos de barro. Esta maravilhosa menção da glória de Deus em Cristo - a mensagem do Evangelho - estava sendo anunciada, não por anjos ou por espíritos de pessoas que já tinham morrido, mas por homens ainda no corpo - fracos, atribulados, perseguidos, abatidos (mas nunca vencidos) - e tudo por serem do Senhor Jesus, para que a vida nova (o "Tesouro" do v.7) se mostrasse em pessoas mortais (e não somente depois da morte).
Por isso, os apóstolos sofreram, mas os convertidos cresceram na nova vida.
A fé para a pregação. Os apóstolos pregavam o que eles mesmos criam. Sabiam que Deus, que ressuscitou ao Senhor Jesus, ressuscitaria também os apóstolos e convertidos. A grande graça de Deus ganhou a gratidão de muitos para a Sua glória (13-15). Então não desanimaram; o corpo morreria, mas o espírito vai sendo renovado cada dia e os sofrimentos por amor ao Evangelho (leves e momentâneos!) produzem para os pregadores uma glória incomparável, pois as coisas visíveis desta vida não são a nossa principal ocupação e, sim, as invisíveis, que pertencem à eternidade (18).
1 Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
3 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto,
4 nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus.
6 Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
7 Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;
9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos.
11 E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.
12 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida.
13 E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. Nós cremos também; por isso, também falamos,
14 sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus e nos apresentará convosco.
15 Porque tudo isso é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne abundante a ação de graças, para glória de Deus.
16 Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente,
18 não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
2a. Coríntios capítulo 4