As tribulações não têm significado, o sofrimento não tem sentido, e testar é tolice a menos que haja um bom motivo. Deus não nos dá uma tribulação por que apenas deseja atribular-nos: não é um fim em si, mas existe um propósito para isso:
A fé é como um metal precioso que deve ser testado para ver se é genuíno, e o teste envolve a perseguição, a doença, o sofrimento, ou a mágoa.
Se a fé for genuína, a tribulação não somente a prova, mas também produz paciência, ou resistência em nossas vidas.
Os tempos de dificuldade são épocas de aprendizagem. Em Hebreus 12 vemos que um dos métodos que Deus usa na vida de um crente é a disciplina, que significa literalmente "treinar a criança". Deus diz que há um motivo para ela, e é bom: "sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto." (Romanos 8:28)
Conseqüentemente, quando a pressão das provações estásobre nós e somos colocados no fogo da adversidade, tragédia e sofrimento, a atitude da fé consiste em crer que Deus a permitiu para um bom propósito e que Ele tem um objetivo elevado em vista.
Sabemos que Deus está fazendo algo das nossas vidas. Isto não significa necessariamente que podemos sempre compreender o propósito que Deus tem em vista. Este é o teste positivo da fé genuína.
A paciência é o fruto do Espírito Santo. Nunca nos tornaremos pacientes tentando ser pacientes, nem irá o Espírito Santo colocar essa virtude repentinamente em nós: ela surge mediante o sofrimento e as provações. Nunca seremos cristãos "perfeitos" (significando completos, maduros) sem paciência. Paulo confirma isto mais tarde quando escreve aos Romanos: "também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.." (Romanos 5:3-5).
Deus precisa nos dar tribulação para aprendermos a ter paciência, que produzirá também a esperança e o amor nas vidas dos homens e das mulheres. Às vezes quando as tribulações vêm nós ficamos desesperados e usamos meios frenéticos para abreviar a provação. Nunca devemos perder a esperança ou ficar desanimados ao passar por provações. Algumas nunca serão removidas. Devemos aprender a aceitá-las e provar que a graça de Deus é suficiente para nós. Paulo, por exemplo, pediu ao Senhor três vezes que removesse um problema de ordem física. O Senhor não a removeu, mas deu a Paulo a graça para suportá-lo (2 Coríntios 12:8-10).
Sentimos às vezes que somos inadequados e não sabemos como manejar uma tribulação que venha sobre nós. É possível ter muito conhecimento, contudo ter pouco sentido prático para fazer bom uso dele: temos falta de sabedoria, insuficiente para certas situações. Mas não temos que enfrentar todas as tribulações na vida apenas com nossa própria sabedoria. Se percebermos que nos falta sabedoria com respeito a um problema, há uma fonte imediata de suprimento: peçamos a Deus, que dá a todos liberalmente e sem reprimenda, e nos será dado. Satisfaz a Deus quando estamos dispostos a aprender e somos tratáveis. A sabedoria espiritual envolve a aplicação prática da Palavra de Deus às situações do dia-a-dia.
O nosso problema pode facilmente consistir em não nos dispormos a acreditar em Deus, mesmo quando oramos a Ele. Naturalmente confiamos em Cristo como nosso Salvador, e acreditamos inteiramente que nos salvou e nos receberá no céu. Mas nas tribulações diárias da vida, podemos estar em estado de incredulidade quase total.
Nós nos preocupamos com nosso bem-estar, mesmo depois de ver que Deus sempre nos abriu a porta para podermos passar. Poderíamos apreciar nossa vida muito melhor se nos convencêssemos verdadeiramente que Ele ama e cuida de nós, e que nada é impossível para ele.
Quando as provações nos sobrevêm, é nossa fé que nos dará segurança através delas, e Deus dará a sabedoria se nós o crermos - Ele gosta de nos ajudar e não nos repreende por depender dele. Se sentirmos que não somos capazes de viver nos difíceis tempos da atualidade, temos um Pai celeste que pode suprir toda a sabedoria de que precisamos.
Vacilar é levar um problema ao Senhor e crer nele, mas no dia seguinte desistir da Sua assistência porque nada aconteceu e procurar encontrar a solução com nossos próprios recursos imperfeitos, sem Ele. Tal pessoa "é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte". Seremos levados a grandes alturas, descansando calmamente em suas promessas, depois cairemos de volta nos cavados, sentindo que Deus se esqueceu de ser bondoso.
Deus não é honrado por um tipo de fé que alterna entre a confiança e a suspeita. Ele não dá discernimento divino a uma pessoa vacilante e instável assim. Se vamos resolver o problema por nós mesmos, Deus não poderá trabalhar em sua solução por nós. Então, porque não passá-lo a Deus que tem a sabedoria suprema?
Duas ilustrações são dadas das provações:
"O irmão humilde": ele pode dizer, "sou só um indivíduo pobre. Eu não tenho muita coisa. Não tenho nenhuma riqueza." Ele pode encontrar-se insatisfeito, desanimado, talvez sem controle sobre as suas circunstâncias de privação, não havendo motivo para pensar que ele é preguiçoso ou descuidado. No entanto, se ele for um filho de Deus, todas as coisas são dele: "tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus." 1 Coríntios 3:22-23. Ele deve se regozijar com suas bênçãos espirituais.
Os "ricos": não é dito "regozije o homem rico nas suas riquezas", mas que o rico pode se regozijar em seu abatimento. Como a Bíblia ensina: "Não se glorie o … rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR." (Jeremias 9:23,24). Com sabedoria divina, o homem rico pode encontrar um motivo verdadeiro para regozijar-se se ele for destituído das suas possessões materiais, sabendo que no céu ele terá uma possessão melhor e mais permanente (Hebreus 10:34). Qualquer provação que nos desabitua do amor pelas coisas passageiras e transfere nossas afeições para as coisas que são de cima é uma bênção camuflada.
Testar não somente é um dos métodos de Deus para fazer-nos crescer na fé cristã, permitindo-nos nutrir e desenvolver paciência em nossas vidas aqui em baixo, mas depois de suportar a provação também podemos ter em vista a "coroa da vida.". A comunhão de Deus é dada livremente para sempre àqueles que crêem em Cristo. Mas aqueles que se provaram nas tribulações serão honrados pelo que passaram, e irão apreciar mais profundamente a vida eterna no céu.
3 sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.
4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.
6 Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.
7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.
8 O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.
9 Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
10 e o rico, em seu abatimento, porque ele passará como a flor da erva.
11 Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos.
12 Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
Tiago 1:3 a 12