Nestes versículos temos o começo de uma descrição detalhada da conduta santa que deve marcar os povos de Deus, nas várias circunstâncias de nossa vida como estrangeiros no mundo.
A boa conduta deve ser a caraterística comum dos crentes. Somos somente “peregrinos e estrangeiros” neste mundo, mas cidadãos do céu (Filipenses 3.20; João 17.16), portanto devemos revelar nossas atitudes que foram formadas pela palavra de Deus. Não devemos manifestar as obras da carne, tais como a malícia, a astúcia, a hipocrisia, a inveja, e a difamação (2.1).
Não é fácil, porque estamos em uma guerra permanente contra nossas inclinações pecaminosas. Este esforço é vividamente descrito em Gálatas 5:16-24. Os incrédulos, chamados aqui gentíos, estão de vigia para apontar deslizes na conduta moral dos crentes, e falam contra nós com contentamento. O mundo sempre se deleitou em falar mal contra o povo de Deus, frequentemente nos deram apelidos insultuosos desde as igrejas cristãs mais antigas, e às vezes chegamos a ser considerados até inimigos do rei ou do Estado. Mas no “dia da visitação”, literalmente “dia da inspeção”, significando o juízo, recordarão nossa boa conduta e admitirão que somos certamente o povo de Deus.
O comportamento cristão verdadeiro não está em assumir alguma atitude piedosa, ou simplesmente de negar-se a fazer coisas mundanas. É uma ação muito positiva, e inclui a honestidade e as boas obras em todas as atividades da vida.
Mesmo sendo cidadãos do céu, devemos nos sujeitar ao governo da terra onde vivemos. Temos responsabilidade sob três aspectos:
Devemos reconhecer e aceitar que os poderes existentes foram ordenados por Deus: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus.” (Romanos 13:1). Devemos obedecer pelo Senhor. Este mandamento aplica-se mesmo aos governos humanos ateus a menos que, naturalmente, a lei se choque contra as Escrituras. Nessa situação o crente deve obedecer a Deus ao invés do homem (Atos 4:18-20).
Devemos pagar impostos ao governo humano (Mateus 17:24- 27; 22:21, Romanos 13:7).
Devemos orar pelos líderes no governo humano: “Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador” (1 Timóteo 2:1-3).
O crente em Cristo tem uma liberdade maravilhosa que os outros não têm. Mas não deve usar sua liberdade para provocar a autoridade do governo existente, ou para usá-la como uma capa de malícia. Devemos lembrar que embora sejamos livres, somos os servos de Deus.
O versículo 17 é um ótimo lema para os crentes: Honrai a todos, que não implica em honra igual - não somos instruídos a amá-los todos, mas respeitá-los; Amai aos irmãos, enquanto respeitamos a todos os homens, só precisamos amar os irmãos, significando todos os outros crentes no sentido coletivo de irmãos em Cristo, e perseverar em fazê-lo; Temei a Deus, em ambos os sentidos da reverência e do temor, constantemente revelando em nossas vidas que somos tementes a Deus; Honrai ao rei, o titular do governo do país em que estivermos deve ser honrado por causa de seu cargo, em obediência ao Senhor, seja quem for: pode ser um primeiro-ministro ou um presidente, não importando sua habilidade ou competência.
Quando isto foi escrito, a sociedade era dividida entre patrões e senhores, empregados ou escravos. A palavra “servo” usada aqui significa especialmente um doméstico ao invés de escravo, mas diretivas semelhantes foram dadas aos “servos” cristãos (escravos) em outro lugar (Colossenses 3:22-25; Efésios 6:5-7; 1 Timóteo 6:1; Tito 2:9).
Hoje diríamos, “empregados, submetam-se aos seus superiores.” Os superiores igualmente variam, sendo alguns bons e compreensivos, outros perversos ou desumanos. Contanto que ele não esteja exigindo algo ilegítimo ou desonesto, o empregado cristão deve ser submisso a ele, durante a duração do seu contrato de emprego, não importando a qualidade do tratamento que recebe. Ser submisso implica liberdade de escolha, e a sujeição é feita voluntàriamente, não porque o empregado sente que seu superior é uma grande pessoa mas por causa do seu próprio testemunho por Cristo.
Naqueles dias, se um empregado desagradasse seu senhor roubando, mentindo ou se tornando rebelde e recusando a trabalhar, seu senhor podia puní-lo fisicamente com chicotadas. Hoje há uns métodos mais sutis da punição, tais como dar um relatório mau, negar uma promoção ou um bônus, transferir para uma área impopular, ou destituir. Se o empregado toma sua punição pacientemente, não é nenhuma virtude porque está recebendo somente o que merece. Alguns sofrem devido à sua própria falha ou tolice. Reconhecer que é assim e aceitar o sofrimento subseqüente com paciência não merece louvores.
Mas quando o mau trato é injusto, a reação natural de todos nós é reagir. Como crentes, entretanto, devemos aprender a deixar isso nas mãos de Deus, porque a vingança é Sua, e Ele retribuirá (Romanos 12:19), e Ele fará muito melhor do que nós podemos fazer. O Senhor Jesus mesmo disse, “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus …” (Mateus 5:11-12). Isso nos faz lembrar os sofrimentos de Cristo, que nos servem de exemplo.
Durante a Sua vida na terra, nosso Senhor Jesus Cristo sofreu dois tipos do sofrimento: Sofreu pela causa da justiça como ser humano e sofreu pelos pecados do mundo.
Deixou-nos um exemplo quando durante sua vida “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Filipenses 2:7), a seguir submeteu-se às afrontas e ao mal-entendido (Salmo 69). Quando saiu para o ministério público, os relatos dos Evangelhos nos contam como sofreu por causa da justiça. Ele deixou seu Pai acertar as contas.
Quando sofrermos pela nossa fé, recordemos o exemplo que Ele nos deixou nesse sentido: permitamos que Deus acerte as contas para nós também. E Ele vai acertá-las, podemos estar certos disso.
Seu sofrimento pelos pecados do mundo, entretanto, era algo que somente Ele poderia suportar, e não constitui um exemplo para nós: era o preço de nossa redenção. Não podemos sofrer para lavar os nossos próprios pecados, muito menos sofrer pelos pecados do mundo. Cremos e aceitamos o que Ele fez, mas nunca podemos imitá-lo.
Ele mesmo levou nossos pecados em seu próprio corpo no madeiro, de modo que nós, tendo nEle morrido para os pecados, pudemos nascer de novo para viver para retidão nEle. Este é o verdadeiro significado de: "pelas suas pisaduras fomos sarados” encontrado em Isaías 53:5, que em nossos dias é incorretamente citado e falsamente ensinado por curandeiros. Fomos sarados dos pecados. Não há qualquer dúvida que o Senhor Jesus veio a ser o grande Curador, mas o grande Curador cura dos pecados. Nenhum médico humano pode fazer aquilo. O uso nessa frase destas palavras revela que o profeta Isaías não estava falando da cura física, mas daquela que é imensamente mais importante e mais profunda, a cura do pecado.
A humanidade, tanto a perdida como a salva, é chamada de ovelhas: “éreis desgarrados, como ovelhas”. Esta, também, é uma citação de Isaías 53: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós” (versículo 6). O sofrimento de Cristo é realmente o tema da última parte deste capítulo. Sofreu para deixar-nos um exemplo, e sofreu uma morte substitutiva pelos nossos pecados. Mas agora já retornamos ao pastor e supervisor (“bispo”) de nossas almas.
Estes versículos se referem à conduta santa em relacionamentos domésticos, especialmente entre maridos e esposas. Este assunto é tratado também nas cartas escritas pelo apóstolo Paulo (1 Coríntios 7; Efésios 5; Colossenses 3) que estava só (pode ter sido solteiro ou viúvo), enquanto que Pedro era um homem casado - mas ambos escreveram inspirados pelo Espírito Santo, e seus escritos estão conseqüentemente em perfeita harmonia.
Deus deseja que os casais que são seus filhos sejam felizes juntos em seus lares, e deu-nos a chave da sua felicidade em Sua palavra. A conduta santa do marido e da esposa asseguram uma união abençoada e resistente.
Aceita-se geralmente que é a esposa que faz o lar, mesmo se a artificialidade dos conceitos modernos de igualdade tenham minado este papel muito importante da mulher. Não é portanto de surpreender que o ensino que temos aqui comece, não com o marido, mas com a esposa.
Vem em seguida ao ensino sobre a conduta santa dos “subordinados” no trabalho. No sentido bíblico submissão é cooperar de livre vontade com qualquer pessoa, primeiro por amor e respeito a Deus e depois por amor e respeito àquela pessoa. Das esposas se requer que sejam submissas aos seus próprios maridos (não ao marido de outra mulher!) daquela mesma maneira. Nada tem a ver com os costumes daqueles dias, mas é o mandamento de Deus: elas devem se submeter aos seus próprios maridos, como ao Senhor (Efésios 5.22).
Para haver ordem em qualquer situação, é preciso haver um responsável. No casamento, a responsabilidade cabe ao marido. A obediência da esposa ao seu marido não é para ser como a obediência de uma criança mas é uma submissão voluntária em amor. Talvez seria melhor dizer, dando-lhe mais significado, que é a resposta ao amor do seu marido, porque os maridos cristãos devem amar as suas esposas da mesma maneira que Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Efésios 5:25).
Ser submissa a um marido descrente, ou a um marido que, afirmando ser cristão, não obedece os mandamentos de Deus em sua conduta matrimonial, é muito mais difícil. Mas a submissão a ele e a observação de uma conduta pura acompanhada de temor (reverência seria uma palavra melhor) é essencial para ganhá-los, e é mais efetivo do que longas discussões, repreensões, e atitudes de desprezo. Podem ser ganhos mediante uma vida de piedade, sem uma constante atormentação.
A esposa cristã deve pregar um sermão sem palavras, pela sua vida pura que vive diante do seu marido. Esta pureza é provada por sua fidelidade, por sua maneira de vestir-se, por sua obediência, e por seu respeito para ele. Todavia, não é chamada para submeter-se ao ponto de comprometer o seu relacionamento com Deus, pois a Ele deve ser dado o primeiro lugar sempre.
Quanto à ornamentação de mulheres cristãs, devem vestir-se de maneira agradável, com bom gosto e de forma modesta, refletindo sua beleza interior de um espírito manso e tranqüilo, que é muito preciosa na vista de Deus.
De todas as mulheres no Velho Testamento que evidenciaram um caráter piedoso, modesto e obediente, Sara, esposa de Abraão, é escolhida como um exemplo: Sara era uma mulher tão bela que diversos reis a quiseram como esposa, e Abraão teve um grande problema com isso. Mas ela chamou Abraão de “senhor” e estava disposta a obedecê-lo quando ele pediu que fizesse algumas coisas muito extraordinárias - incluindo dizer a meia verdade sobre ser sua irmã e não sua esposa!
As palavras no versículo 6 “se fazeis o bem e não temeis nenhum espanto” pode ser uma referência ao terror que fêz com que Abraão e Sara incorressem nessa falsidade - é muito improvável acontecer a mulheres cristãs hoje. Sara levantou seus olhar a Abraão. É maravilhoso quando uma esposa pode levantar seu olhar ao seu marido.
Comparativamente pouco é dito aos maridos, provavelmente porque muita instrução já lhes fora dada em outro lugar. Mas o que é dito aqui é muito importante. O marido não é superior à sua esposa por causa de seu papel como responsável pelo grupo familiar. Não deve ser orgulhoso, egoísta nem considerar sua esposa como uma subordinada.
Cada marido cristão deve tratar sua esposa como alguém especial. Deve tratá-la atenciosa e inteligentemente, porque é “o vaso mais fragil” nesta parceria de coherdeiros da graça da vida (se ambos são crentes). Deve dar-lhe o primeiro lugar em todas as coisas, por exemplo, quando entram em um quarto ela vai primeiramente, na calçada ele anda na parte externa para sua proteção.
Quando uma mulher deixa o seu lugar, como na sociedade igualitária atual, ela não sobe, mas desce. Quando permanece em seu lugar, pode ser tratada com honra e colocada na posição a que tem direito, o que seu marido fará a fim de que suas orações não sejam impedidas.
Sete caraterísticas do comportamento são mencionadas, seis positivas e uma negativa:
mesmo sentimento, não necessariamente vendo tudo na mesma maneira se houver diferença legítima de opinião, mas tendo o mesmo desejo de alcançar uma retidão digna do povo de Deus.
compaixão: tendo simpatia uns pelos outros, e incentivando ao invés de criticar, reclamar e ser invejoso (Gálatas 6.2).
amor fraternal: os irmãos têm um laço de família que normalmente os une. Nossa fraternidade como filhos de Deus deve igualmente ser evidente e unir-nos (João 13.35).
misericórdia: somente os misericordiosos provam ser membros do Reino de Deus e alcançarão misericórdia (Mateus 5.7, 18.22).
humildade: não apenas uma demonstração externa de humildade e de servilismo, mas uma consideração sincera para com os outros, expressa pelo respeito e serviço (Romanos 12.10), não tentando mandar sobre os outros.
incapacidade de fazer represálias: a represália faz parte da nossa velha natureza pecaminosa (Romanos 6.6) que foi crucificada em Cristo e deve realmente ser considerada como morta (Colossenses 3.5).
ação abençoadora: um crente quer o bem estar de todos seus irmãos. Fomos chamados para receber uma herança rica de bênçãos divinas sem merecer nenhuma, logo como podemos ter maus sentimentos para com outros na mesma situação? Cristo amou-nos enquanto éramos pecadores (Romanos 5.8), então do mesmo modo devemos amar aqueles que se fazem nossos inimigos, desejando-lhes o bem e sendo bons para com eles.
Os versículos 10-12 são uma citação do Salmo 34.12-16, e são a receita de Deus para uma vida boa e agradável. Depende do que dizemos e do que fazemos: abstendo-nos de falar o mal ou engano, deixando o que é mau e fazendo o bem, procurando a paz (Romanos 12.18-21). Se fizermos isto, o Senhor se voltará para nós e ouvirá as nossas orações!
Um filho de Deus não deve se acomodar e agir piedosamente, mas abster-se de todo envolvimento em bisbolhetice e maldade, fazer o bem e buscar o que promove a paz. Vamos viver hoje para Deus. Como isto é importante!
Capítulo 2
11 Amados, exorto-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma;
12 tendo o vosso procedimento correto entre os gentios, para que naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.
13 Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano,
14 quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.
15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos,
16 como livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de Deus.
17 Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei.
18 Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos vossos senhores, não somente aos bons e moderados, mas também aos maus.
19 Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente.
20 Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus.
21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.
22 Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano;
23 sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente;
24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
25 Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.
Capítulo 3
1 Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres,
2 considerando a vossa vida casta, em temor.
3 O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos,
4 mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que és, para que permaneçam as coisas
5 Porque assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam submissas a seus maridos;
6 como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, se fazeis o bem e não temeis nenhum espanto.
7 Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.
8 Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes,
9 não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para herdardes uma bênção.
10 Pois, quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;
11 aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.
12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua súplica; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.
1a. Carta de Pedro, capítulo 2, ver. 11 até capítulo 3, ver. 12