O número de discípulos em Jerusalém (compreendidos aqui todos os que se convertiam a Cristo) cresceu muito naqueles dias, e com isso a movimentação de recursos financeiros que passavam dos mais prósperos para os mais necessitados através dos apóstolos (capítulo 2:45, 4:32,34,35) se tornou bastante volumosa.
Entre os mais necessitados se encontravam as viúvas sem arrimo. Surgiu uma reclamação dos judeus “helenistas”, ou seja, aqueles que habitualmente falavam na língua grega, geralmente originários de outros países e que usavam esse idioma internacional da época.
Segundo disseram, na distribuição de recursos às viúvas, as dos “helenistas” estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Era uma questão de ordem administrativa, sem dúvida importante, mas que exigiria muito tempo e esforço para resolver satisfatoriamente, em vista da quantidade de pessoas envolvidas.
Os apóstolos então convocaram uma assembléia da multidão de discípulos, declararam que não era razoável ter que deixar o seu ministério de pregação e exposição da Palavra de Deus para “servir às mesas”. Este era um verbo grego “diakoneo” que significava servir ou administrar em várias maneiras, sendo aqui a de fazer distribuição de alimentos e outros recursos nas mesas usadas para esse fim.
Duas outras palavras com igual significado são “diakonia” (administração) traduzida como “distribuição” no versículo 1, e “diakonos” (servos, ministros), aportuguesada como “diácono” em Filipenses 1:1 e 1 Timóteo 3:8-13. Os apóstolos mandaram que os discípulos escolhessem dentre eles sete homens a quem pudessem encarregar desse serviço. Seriam, portanto, os primeiros diáconos da igreja.
Os apóstolos definiram em seguida as qualificações necessárias:
Conceituados – “de boa reputação”
Espirituais – “cheios do Espírito Santo”
Sábios – “cheios de sabedoria”
Mais tarde, o apóstolo Paulo repetiu mais detalhadamente: que sejam sérios, sinceros, não dados a muito vinho nem gananciosos, cumpridores da Palavra de Deus, achados irrepreensíveis após experiência, monógamos, pais competentes e bons administradores de seus próprios bens (1 Timóteo 3:8-13).
Os apóstolos, feita a escolha, iriam perseverar na oração e no ministério da Palavra. Notemos que a oração é mencionada em primeiro lugar.
Dos que foram escolhidos, curiosamente a maioria tinha nomes gregos, e eram portanto, provavelmente, helenistas como os que estavam se queixando. Assim sendo, não poderia haver mais reclamação de favoritismo. Os apóstolos oraram e lhes impuseram as mãos, o que apenas indicava que recebiam o seu apoio.
Livres do encargo, os apóstolos puderam desenvolver com mais intensidade a sua missão. A palavra de Deus era divulgada, com o resultado profícuo de se alcançar multiplicação do número de discípulos em Jerusalém e a conversão de muitos sacerdotes.
Um dos homens escolhidos para serem diáconos era Estêvão (“coroa”), cheio de graça e poder de Deus, a tal ponto que fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Ele é o primeiro homem, fora dos apóstolos, de quem lemos que Deus usou para fazer tais coisas.
Desta vez a oposição começou com alguns homens de uma sinagoga, chamada Sinagoga dos Libertos: mesmo em Jerusalém havia sinagogas freqüentadas por diferentes grupos que se reuniam aos sábados para o estudo das Escrituras. Os “libertos” seriam judeus que haviam sido libertos da escravidão pelos romanos, e vinham de diferentes localidades do império romano.
O próprio Estêvão era provavelmente um helenista, o que explicaria a razão porque a oposição ao seu ministério poderoso partiu dessa sinagoga. Os que ali se reuniam se opuseram ao Evangelho que ele anunciava e discutiram calorosamente com ele, mas não puderam resistir à sua sabedoria, isto é, à sua melhor compreensão e conhecimento e ao Espírito com que falava (conforme prometido pelo Senhor Jesus em Mateus 10:19,20).
Vencidos em seus argumentos, eles provocaram uma sessão do Sinédrio mediante o uso do mesmo método que fora usado para condenar o Senhor Jesus: o suborno de duas testemunhas para acusá-lo de dizer palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus e de declarar que Jesus, o nazareno, haveria de destruir aquele lugar (o templo) e mudar os costumes que Moisés lhes transmitira.
Na verdade Estêvão não havia blasfemado, mas eles haviam pervertido as suas palavras. Destruir o templo e mudar os costumes de Moisés era, no entender deles, suplantar o judaísmo e terminar com a nacionalidade judaica. Insinuar que, ao dizer estas coisas, ele havia negado a origem divina e o caráter do templo e da lei mosaica era uma falsidade.
Estêvão apenas estaria ensinando que o templo e a lei mosaica eram de natureza transitória, servindo a um propósito provisório, até a chegada do Messias Jesus (de quem eram figuras).
O Sinédrio se reuniu para fazer o julgamento de Estêvão, e quando ele compareceu, todos “viram o seu rosto como de um anjo”. Entendemos que, como um anjo é o mensageiro de Deus, contrastado com aqueles religiosos fanáticos e maus, podia se ver no rosto dele uma manifestação da sua sinceridade e pureza de caráter.
Diante da pergunta do sumo sacerdote “Porventura são assim estas coisas?” Estêvão fez o seu discurso, um modelo de oratória, em que defendeu não só a si próprio como, mais ainda, toda a causa do Evangelho, historiando o relacionamento entre Deus e o judaísmo através do tempo, sob o prisma da rejeição de Deus pelo povo. Começou pelo “O Deus da glória” e parou ao ver a glória de Deus.
O seu discurso manifesta o progresso da revelação divina que culmina em Jesus de Nazaré, que não veio destruir a lei ou os profetas, mas cumprir (Mateus 5:17). Seu propósito foi revelar aos seus inquisidores o verdadeiro significado da história israelita em relação aos fatos recentemente ocorridos, de forma que pudessem compreender melhor e julgar a atualidade, e corrigir a sua conduta. O conhecimento que iriam adquirir da sua história e religião sob esse novo prisma os obrigaria a inocentá-lo da acusação de falso mestre e blasfemador.
Resumimos os seus argumentos principais como segue:
1. A manifestação de Deus a Israel foi gradativa e começou muito antes de Moisés e do templo. Assim sendo, não se completou com Moisés, tendo ele mesmo dito “Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta como eu” (v. 7 a 37).
2. Em toda a sua história o povo de Israel se caracterizou pela desobediência. Custando a crer e compreender as revelações de Deus, ele O rejeitou e inclinou-se vez após vez à idolatria, e perseguiu e matou os profetas (v. 38 a 53).
3. Deus não habita em templos construídos por mãos humanas. O povo, em sua idolatria, carregou o tabernáculo de Moloque, mas Deus lhe deu o tabernáculo do testemunho até os dias de Davi, e Salomão lhe edificou uma casa (v. 43 a 48). Mas o profeta Isaías escreveu: “O céu é meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual o lugar do meu repouso? Não fez, porventura, a minha mão todas estas coisas?” (Isaías 66:1,2).
Estêvão terminou acusando os membros do Sinédrio, que representavam o povo de Israel ali, de serem “homens de dura cerviz, incircumcisos de coração e ouvido, resistentes ao Espírito Santo, traidores e homicidas do Justo, não tendo guardado a lei”.
Enfurecidos, e ouvindo Estêvão descrever a sua visão do “Filho do homem” (como Jesus se declarava) no céu, os do Sinédrio o lançaram fora da cidade e o apedrejaram. Ainda assim, ele se ajoelhou e, antes de morrer, clamou bem alto pedindo ao Senhor que não os culpasse.
Não sabemos quem eram os homens piedosos que sepultaram Estêvão, mas é possível que tenham sido membros da igreja ou mesmo judeus piedosos que o conheciam, ou haviam se beneficiado das suas curas.
Fizeram por ele grande lamentação, pois além de tê-lo em grande estima por causa do seu caráter, sabiam que iriam sentir muito a sua falta.
Saulo, mais tarde feito apóstolo Paulo, via e consentia na sua morte.
No mesmo dia em que Estêvão foi apedrejado, levantou-se grande perseguição à igreja. O povo havia sido agitado pelos membros da sinagoga no dia anterior, quando acusaram Estêvão injustamente de blasfêmia. Ao ser, em seguida, condenado pelo Sinédrio, começaram a perseguir todos os da igreja de Cristo, da qual ele era diácono.
Os fariseus desta vez haviam se juntado aos saduceus na condenação, e entre eles figurava o jovem Saulo, que havia assistido e aprovado com prazer a execução de Estêvão. Ele agora liderava a perseguição da igreja, levado pelo seu zelo para com Deus (Filipenses 3:6), algemando e metendo em prisões tanto homens quanto mulheres (cap. 22:3,4).
Paulo lamentou ter feito tal coisa, depois que percebeu o terrível engano que havia cometido (1 Coríntios 15:9), mas a morte de Estêvão, e a perseguição que se seguiu, desencadeou o movimento que espalhou a igreja pelas regiões da Judéia e de Samaria e "os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a Palavra".
Vemos até aqui como os membros da igreja em seus primórdios obedeceram ao que o Senhor Jesus havia comandado:
6:1 Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.
6:2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
6:3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço.
6:4 Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
6:5 O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia,
6:6 e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos.
6:7 E divulgava-se a palavra de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé.
6:8 Ora, Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
6:9 Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão;
6:10 e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.
6:11 Então subornaram uns homens para que dissessem: Temo-lo ouvido proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.
6:12 Assim excitaram o povo, os anciãos, e os escribas; e investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao sinédrio;
6:13 e apresentaram falsas testemunhas que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras contra este santo lugar e contra a lei;
6:14 porque nós o temos ouvido dizer que esse Jesus, o nazareno, há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos transmitiu.
6:15 Então todos os que estavam assentados no sinédrio, fitando os olhos nele, viram o seu rosto como de um anjo.
7:1 E disse o sumo sacerdote: Porventura são assim estas coisas?
7:2 Estêvão respondeu: Irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando ele na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,
7:3 e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar.
7:4 Então saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. Dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais.
7:5 E não lhe deu nela herança, nem sequer o espaço de um pé; mas prometeu que lha daria em possessão, e depois dele à sua descendência, não tendo ele ainda filho.
7:6 Pois Deus disse que a sua descendência seria peregrina em terra estranha e que a escravizariam e maltratariam por quatrocentos anos.
7:7 Mas eu julgarei a nação que os tiver escravizado, disse Deus; e depois disto sairão, e me servirão neste lugar.
7:8 E deu-lhe o pacto da circuncisão; assim então gerou Abraão a Isaque, e o circuncidou ao oitavo dia; e Isaque gerou a Jacó, e Jacó aos doze patriarcas.
7:9 Os patriarcas, movidos de inveja, venderam José para o Egito; mas Deus era com ele,
7:10 e o livrou de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa.
7:11 Sobreveio então uma fome a todo o Egito e Canaã, e grande tribulação; e nossos pais não achavam alimentos.
7:12 Mas tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou ali nossos pais pela primeira vez.
7:13 E na segunda vez deu-se José a conhecer a seus irmãos, e a sua linhagem tornou-se manifesta a Faraó.
7:14 Então José mandou chamar a seu pai Jacó, e a toda a sua parentela - setenta e cinco almas.
7:15 Jacó, pois, desceu ao Egito, onde morreu, ele e nossos pais;
7:16 e foram transportados para Siquém e depositados na sepultura que Abraão comprara por certo preço em prata aos filhos de Emor, em Siquém.
7:17 Enquanto se aproximava o tempo da promessa que Deus tinha feito a Abraão, o povo crescia e se multiplicava no Egito;
7:18 até que se levantou ali outro rei, que não tinha conhecido José.
7:19 Usando esse de astúcia contra a nossa raça, maltratou a nossos pais, ao ponto de fazê-los enjeitar seus filhos, para que não vivessem.
7:20 Nesse tempo nasceu Moisés, e era mui formoso, e foi criado três meses em casa de seu pai.
7:21 Sendo ele enjeitado, a filha de Faraó o recolheu e o criou como seu próprio filho.
7:22 Assim Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras.
7:23 Ora, quando ele completou quarenta anos, veio-lhe ao coração visitar seus irmãos, os filhos de Israel.
7:24 E vendo um deles sofrer injustamente, defendeu-o, e vingou o oprimido, matando o egípcio.
7:25 Cuidava que seus irmãos entenderiam que por mão dele Deus lhes havia de dar a liberdade; mas eles não entenderam.
7:26 No dia seguinte apareceu-lhes quando brigavam, e quis levá-los à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos maltratais um ao outro?
7:27 Mas o que fazia injustiça ao seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu senhor e juiz sobre nós?
7:28 Acaso queres tu matar-me como ontem mataste o egípcio?
7:29 A esta palavra fugiu Moisés, e tornou-se peregrino na terra de Madiã, onde gerou dois filhos.
7:30 E passados mais quarenta anos, apareceu-lhe um anjo no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo no meio de uma sarça.
7:31 Moisés, vendo isto, admirou-se da visão; e, aproximando-se ele para observar, soou a voz do Senhor;
7:32 Eu sou o deus de teus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. E Moisés ficou trêmulo e não ousava olhar.
7:33 Disse-lhe então o Senhor: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa.
7:34 Vi, com efeito, a aflição do meu povo no Egito, ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-lo. Agora pois vem, e enviar-te-ei ao Egito.
7:35 A este Moisés que eles haviam repelido, dizendo: Quem te constituiu senhor e juiz? a este enviou Deus como senhor e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça.
7:36 Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto por quarenta anos.
7:37 Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta como eu.
7:38 Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para vo-las dar;
7:39 ao qual os nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seus corações voltaram ao Egito,
7:40 dizendo a Arão: Faz-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.
7:41 Fizeram, pois, naqueles dias o bezerro, e ofereceram sacrifício ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos.
7:42 Mas Deus se afastou, e os abandonou ao culto das hostes do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, ó casa de Israel?
7:43 Antes carregastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que vós fizestes para adorá-las. Desterrar-vos-ei pois, para além da Babilônia.
7:44 Entre os nossos pais no deserto estava o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto;
7:45 o qual nossos pais, tendo-o por sua vez recebido, o levaram sob a direção de Josué, quando entraram na posse da terra das nações que Deus expulsou da presença dos nossos pais, até os dias de Davi,
7:46 que achou graça diante de Deus, e pediu que lhe fosse dado achar habitação para o Deus de Jacó.
7:47 Entretanto foi Salomão quem lhe edificou uma casa;
7:48 mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta:
7:49 O céu é meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual o lugar do meu repouso?
7:50 Não fez, porventura, a minha mão todas estas coisas?
7:51 Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; como o fizeram os vossos pais, assim também vós.
7:52 A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que dantes anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e homicidas,
7:53 vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.
7:54 Ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra Estêvão.
7:55 Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus,
7:56 e disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem em pé à direita de Deus.
7:57 Então eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele
7:58 e, lançando-o fora da cidade o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo.
7:59 Apedrejavam, pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.
7:60 E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu. E Saulo consentia na sua morte.
8:1 Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samaria.
8:2 E uns homens piedosos sepultaram a Estêvão, e fizeram grande pranto sobre ele.
8:3 Saulo porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.
8:4 No entanto os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra.
Atos, capítulos 6 a 8:4