O capítulo 17 descreve o surgimento e destruição da grande "Babilônia" em seu aspecto religioso e este capítulo é a profecia da destruição do sistema econômico ímpio centrado no homem e apoiado por Satanás, que igualmente teve as suas origens na antiga Babel.
No capítulo anterior, um dos sete anjos com as taças levou João para ver uma alegoria da Babilônia, deu-lhe a interpretação e profetizou o término do seu sistema religioso quando, no meio do período da tribulação, a federação política cumpriria os desígnios de Deus ao tirar dela o seu poder e propriedades e destrui-la. O líder da federação, a besta, assumirá então todo o poder, e exigirá que ele próprio seja adorado.
No entanto, a Babilônia, em seu aspecto econômico, sobreviverá nessa nova ordem política e o seu fim marcará também o fim do período da tribulação. Como no capítulo anterior, os eventos descritos na profecia devem ser aceitos literalmente.
O capítulo começa com uma proclamação por "outro anjo", o sétimo a partir do capítulo 14, aparentemente de uma ordem mais elevada porque tem grande autoridade e glória. Usando os verbos no tempo aorista profético do original grego, ele anuncia o que vai acontecer como se já tivesse acontecido. Quando Deus diz que alguma coisa vai acontecer, podemos falar como se já tivesse acontecido, porque é certo que acontecerá.
Após a destruição da Babilônia, o lugar onde está situada se tornará um lugar de prisão de demônios, espíritos malignos, pássaros imundos e detestáveis (onde ficarão durante o milênio). A Babilônia é o foco da contaminação dos poderes políticos e comerciais do mundo.
A cidade chamada Babilônia, objeto deste capítulo, será a capital política e comercial do mundo - como Jerusalém será a capital religiosa depois que a religião apóstata centrada em Roma for eliminada. Todas as profecias do Velho Testamento ainda não cumpridas sobre a Babilônia se realizarão (Isaías 13:19-22, Jeremias 51:59-64, etc.); ela será o centro da iniqüidade de todo o mundo, de onde se controlará todo o comércio, como vemos em Zacarias 5:5-11: Sinar é onde foi construída a torre de Babel de onde originou a Babilônia.
Ela será reconstruída antes, ou durante os primeiros três anos e meio do período da tribulação; seus baixos padrões morais e espirituais serão notórios, contaminando os líderes das nações do mundo e os magnatas do comércio internacional. A Babilônia, na Bíblia, representa a rebelião da humanidade contra Deus.
Antes da sua destruição, o povo de Deus é instruído a deixar a cidade (Jeremias 50:6-8,28, 51:5-6,45) por uma voz do céu, provavelmente a do Senhor Jesus, para que não sejam cúmplices dos seus pecados e não participem da sua punição. Em seguida ele ordena que seja feita retribuição à Babilônia em proporção dobrada às suas ações e estilo de vida da qual ela se beneficiou.
A sua punição e destruição vem de Deus: enquanto a sua população sofre o juízo das sete taças, causando morte, luto e fome, em um só dia a cidade será consumida pelo fogo (como na antigüidade a Babilônia foi conquistada pelos medo-persas em um dia), e nunca mais será habitada por seres humanos
Três classes de pessoas vão lamentar a queda da Babilônia:
Os reis da terra (a besta e os seus confederados), porque a Babilônia é a sede do seu poder e autoridade.
Os comerciantes do mundo, porque o comércio internacional tem a Babilônia como a sua base e eles estarão perdendo grandes fortunas.
Os magnatas dos transportes porque a Babilônia é a fonte da sua riqueza.
Haverá alegria e triunfo, tanto no céu como na terra, pela queda irrevogável da Babilônia: enquanto seus habitantes lamentam, os servos do Senhor são exortados a se regozijar porque:
A queda da Babilônia é um ato de justiça de Deus, vingando a causa do seu povo, que delegou a vingança a Quem ela pertence; embora não tenham prazer no sofrimento dos outros, eles podem se regozijar ao se revelar a justiça gloriosa de Deus.
Será uma ruína sem possibilidade de recuperação. Este inimigo nunca mais poderá lhes molestar, e a garantia disto é dada por um símbolo notável: um anjo forte levanta uma pedra pesadíssima e a lança no mar dizendo que, da mesma forma, a Babilônia será arrojada e nunca jamais será achada.
Ele explica que isso se dará por causa da sua grande iniqüidade ao enganar as nações e ao destruir e assassinar aqueles a quem não podia enganar. Esses pecados abomináveis merecem uma grande ruína como essa.Com esse capítulo termina o período assustador chamado pelo Senhor Jesus de "Grande Tribulação".
No próximo capítulo vamos encontra-lo voltando à terra para colocar o ponto final nesse período escabroso, triste e desastroso, despontando então a aurora dos mil anos do Seu reino na terra. Amém.
A igreja não está esperando ver o cumprimento das coisas sobre as quais lemos do capítulo 4 ao capítulo 18 enquanto ela estiver na terra. A sua gloriosa esperança é a vinda do seu Senhor e Salvador Jesus Cristo aos ares para buscá-la. Não sabemos quando vai acontecer, pode demorar mais um pouco, pode ser neste mesmo momento. Não podemos marcar uma data, mas podemos observar os acontecimentos ao redor de nós, pois este é um grande período na história do mundo e o dia da nossa redenção (Romanos 8:23, Efésios 4:30) está agora mais próximo do que a qualquer tempo no passado.
Em nossos dias todas as condições parecem estar ficando prontas para o desenrolar desses acontecimentos que certamente virão. No dia e hora certos o Senhor virá para nos levar. Enquanto isso, façamos a nossa parte em Sua obra para a qual fomos chamados, aproveitando o tempo enquanto estivermos aqui.
1 E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória.
2 E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível!
3 Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.
4 E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas.
5 Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela.
6 Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.
7 Quanto ela se glorificou e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto, porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto.
8 Portanto, num dia virão as suas pragas: a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo, porque é forte o Senhor Deus, que a julga.
9 E os reis da terra, que se prostituíram com ela e viveram em delícias, a chorarão e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio.
10 Estarão de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo.
11 E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra as suas mercadorias:
12 mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda madeira odorífera, e todo vaso de marfim, e todo vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore;
13 e cinamomo, e cardamomo, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos e de almas de homens.
14 E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti, e todas as coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás.
15 Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando,
16 e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas.
17 E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longe.
18 E, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade?
19 E lançaram pó sobre a cabeça e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! Porque numa hora foi assolada.
20 Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas, porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
21 E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada.
22 E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, e de músicos, e de flauteiros, e de trombeteiros, e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e ruído de mó em ti se não ouvirá mais;
23 e luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias.
24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.
APOCALIPSE capítulo 18