Porque ninguém podia entrar no templo (cap. 15.8), a grande voz que vem dele deve ser a voz de Deus: a hora chegou, e nada pode agora impedir sua cólera sobre a humanidade.
As calamidades que seguem o derramar as taças são de natureza semelhante àquelas que terão resultado do tocar das sete trombetas, seguem a mesma seqüência, e quatro delas tinham sido aplicadas já ao Egito na antigüidade.
Sua severidade, entretanto, é muito maior, e elas abrangem toda a humanidade rebelde: sua finalidade é infligir uma punição completa e final, e parece que as taças serão derramadas em seqüência rápida (Mateus 24:22).
O derramamento da primeira taça terá um impacto direto sobre aqueles que carregam a marca da besta e adoram a sua imagem: eles serão afligidos por algum tipo de úlcera da pele ou tumor maligno (Êxodo 9.9-11; Deuteronômio 28.35).
O juízo da segunda trombeta terá afetado um terço das águas salgadas dos oceanos, mas quando a segunda taça for derramada, todo o restante das águas salgadas se transformarão em sangue, destruindo o restante da vida no mar.
De maneira semelhante, um terço da água fresca terá sido envenenado ao soar da terceira trombeta, mas o resto de toda a água fresca nos rios e nas fontes será transformado em sangue quando a terceira taça for derramada (Êxodo 7.17-25, Salmo 78.44) - a que está nos poços e nas cisternas talvez escapem.
Duas declarações serão feitas:
pelo anjo das águas, que os juízos do Santo são justos porque assim como essa humanidade havia derramado o sangue dos santos e dos profetas, Ele agora lhes havia dado sangue para beber.
do altar, confirmando a justiça do juízo do Senhor Deus Todo-Poderoso. A voz estará vindo provavelmente das almas dos mártires da tribulação, satisfeitas com a vingança de Deus (cap. 6:9-11), do que se depreende que neste caso, o número dos fiéis que morrerão pela sua fé estará completo a essa altura.
O juízo da quarta trombeta terá resultado em uma redução de um terço da luz do sol, da lua, e das estrelas, enquanto que após o derramamento da quarta taça o calor do sol será aumentado ao ponto em que os homens sofrerão queimaduras. A humanidade reconhecerá que esta punição vem de Deus, mas ao invés de se arrepender e voltar-se para Ele ela blasfemará o Seu nome.
O juízo da quinta trombeta terá causado o terceiro escurecimento, entre outras coisas. O juízo da quinta taça causará o quarto escurecimento geral: o reino inteiro da besta estará em trevas (que será todo o mundo à exceção dos três países da Transjordânia: Daniel 11:41). Seus habitantes sofrerão uma dor lancinante (causada pelas queimaduras do sol, doenças e úlceras sustentadas nos castigos anteriores), que os fará blasfemar ainda mais.
O juízo da sexta taça marcará o começo da campanha de Armagedom: o rio Eufrates será secado para permitir maior velocidade de penetração das forças babilônicas orientais (o Iraque atual) a quem provavelmente se juntarão também a Síria, o Irã e a Turquia. As nações do mundo, sob sete reis, serão convocadas pela trindade satânica (o dragão, a besta e o falso profeta) reforçada pela atividade demoníaca, para que seja assegurada a sua cooperação em colocar seus exércitos em Armagedom para a batalha do grande dia do Senhor, o Todo-Poderoso (os judeus se recusarão a se submeter à autoridade mundial do Anticristo, e ao procurar destruí-los, Satanás também tenta quebrar qualquer controle remanescente que Deus tenha sobre a humanidade - Salmo 2.1-6). A batalha de Armagedon será a final de uma série de invasões, envolvendo várias batalhas, algumas no Egito (Daniel 11.40-45), e finalmente em Jerusalém. (Zacarias 14.2).
No versículo 15 temos outro parêntese, em que o Senhor Jesus se dirige aos fiéis na terra naquele tempo, que incluem os judeus remanescentes que se refugiaram nas montanhas: Ele os recorda do ensinamento em Mateus 24 que diz respeito ao fim do período da tribulação, quando Ele virá novamente; eles são animados a continuar firmes na fé, porque quando virem o ajuntamento dos exércitos, então saberão que a Sua segunda vinda está bem próxima; eles são alertados a se prepararem para Sua chegada para que não tenham do que se envergonhar (nus significa despreparados - Lucas 12.35-48).
A última taça é derramada pelo ar, e o último ato da cólera de Deus nesta série é desfechado, resultando em catástrofes imensas: o maior terremoto de todos os tempos terá lugar, destruindo montanhas e ilhas, bem como as cidades das nações. A grande cidade, Jerusalém (Zacarias 14.4 e Apocalipse 11.8), será dividida em três partes, e Babilônia será destruida debaixo do furor de Deus (veremos isto nos capítulos seguintes). A terra será bombardeada com granizo de pedras que pesarão entre 20 e 50 quilos cada uma. Mesmo depois disto, os homens ainda blasfemarão de Deus por causa do seu castigo. Claramente é uma humanidade ímpia e empedernida que estará no mundo, sofrendo as conseqüências dos seus atos.
1 E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.
2 E foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.
3 E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda alma vivente.
4 E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.
5 E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas.
6 Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste sangue a beber; porque disto são merecedores.
7 E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.
8 E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.
9 E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória.
10 E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam a língua de dor.
11 E, por causa das suas dores e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras.
12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente.
13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs,
14 porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso.
15 (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.)
16 E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.
17 E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito!
18 E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto.
19 E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.
20 E toda ilha fugiu; e os montes não se acharam.
21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era mui grande.
APOCALIPSE capítulo 16