O nome Pérgamo significa, no grego antigo, MUITO CASAMENTO - a igreja a quem foi dirigida esta carta, na cidade daquele nome (hoje chamada Bérgama), era uma IGREJA INFIEL.
Naqueles tempos, mais de dezenove séculos atrás, esta cidade tinha uma das bibliotecas maiores do mundo, e foi onde inventaram o pergaminho, que recebeu o seu nome. Segundo os historiadores, quando a Babilônia foi invadida pelos medo-persas, o sumo sacerdote dos babilônios - chamado mais tarde pontifex maximus pelos romanos - fugiu para Pérgamo com o seu clero, e construiu muitos templos naquela cidade. Um deles foi dedicado ao deus Esculápio, que, supunham, tinha poderes de cura e tomava a forma de uma serpente.
O Senhor Jesus identifica-se nesta mensagem como aquele que tem a espada afiada de dois gumes: é a espada do juízo, conforme lemos em Isaías 11:4, 49:2 e Apocalipse 19:15, pois a infidelidade desta igreja requeria punição, se não houvesse arrependimento (versículo 16).
Ele reconhece a fidelidade que a igreja teve no passado, pois conservou o nome de Cristo embora situada onde estava o trono de Satanás. Esta deve ser uma referência à religião babilônica que dominava a cidade, incluindo a adoração à serpente no templo de Esculápio (que significa a serpente que instrui o homem). Uma severa perseguição havia sido promovida contra os cristãos, e um dos membros fieis desta igreja, Antipas (que significa contra tudo) sofreu martírio por causa do seu testemunho.
Contudo, a igreja agora estava cedendo ao inimigo:
dentro dela, havia os que sustentavam a doutrina de Balaão: ela consistia em encorajar a corrupção mediante casamentos com o mundo pagão, o que resultava em imoralidade e idolatria (Números 25:1-3, 31:16). A vida civil e a religiosa eram tão interligadas em Pérgamo, que qualquer atividade social provavelmente resultava em confrontos com o paganismo, e muitos crentes estavam se deixando comprometer com ele.
eles estavam também aceitando as doutrinas dos nicolaítas (que o Senhor odeia). Tendo encontrado resistência em Éfeso, seus promotores fixaram uma base na igreja de Pérgamo, onde ensinavam as vantagens de manter um sacerdócio para dirigi-la, da mesma forma que os judeus tinham, em conformidade com as ordenanças do Velho Testamento.
O Senhor mandou que a igreja se arrependesse, senão Ele viria a ela e traria juízo sobre os que estavam promovendo esses desvios.
A igreja de Pérgamo é um quadro da maioria das igrejas de 313 a 606 A.D. Em 312 A.D. o imperador romano Constantino legalizou a fé cristã e a adotou como religião oficial.
A doutrina de Balaão foi tornada obrigatória: o "batismo" infantil tornou-se a porta de entrada para o novo sistema político-religioso e a fé pessoal perdeu sua importância; sacerdotes pagãos foram "convertidos" e se tornaram "cristãos" bem como seus templos; o imperador doou um bom número de edifícios imponentes, chamados "basílicas", para serem convertidos em templos "cristãos", contribuindo generosamente para a sua decoração; ele deu ao "clero" roupagens especiais, semelhantes àquelas usadas pelos sacerdotes dos templos pagãos; os bispos logo foram providos de tronos, foram vestidos com paramentos magníficos e jóias, tendo diante deles altares caríssimos de mármore decorados com ouro e pedras preciosas. Uma liturgia padronizada de grande pompa foi introduzida, e a livre pregação e ensino da Bíblia foram grandemente restringidos, dando maior ênfase à filosofia pagã grega; ídolos e festas pagãs foram "cristianizadas" com os nomes de "santos", etc.
A doutrina dos nicolaítas fez um progresso enorme, tanto que no primeiro Concílio das igrejas "universais" (grande parte das quais eventualmente convergiram para se submeter ao bispo de Roma, voluntária ou obrigatoriamente), realizado em Nicéia em 325 A.D., dos 1500 delegados vinte por cento já se consideravam "clero", uma classe à parte. Foi um concílio tempestuoso, cheio de intrigas e politicagem, e pela supremacia do "clero" em suas decisões torna-se evidente que esta doutrina havia se tornado firme e permanente.
Nesta carta, duas coisas são prometidas ao vencedor, ou seja, aquele que é nascido de Deus, o crente em Cristo (1 João 5:4-5):
ele receberá do maná escondido: ele terá todo o alimento espiritual de que tiver necessidade (mesmo que tenha sido escondido pela igreja apóstata).
uma pedrinha branca, e sobre ela escrito um nome novo, secreto: provavelmente um símbolo de sua aprovação e aceitação por Deus, e do seu relacionamento íntimo com Cristo, que pessoalmente lhe dá um novo nome que é só seu (por exemplo, Isaías 62:2, 65:15).
12 E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:
13 Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem.
15 Assim, tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço.
16 Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.
APOCALIPSE 2:12-17