A abertura pelo Cordeiro do sétimo e último selo do livro em forma de rolo marca o início de acontecimentos que se seguem desde um pouco antes da metade dos sete anos de tribulação até o estabelecimento do reino de Cristo na terra (Apocalipse 20:4). O silêncio de cerca de meia hora no céu chama a atenção de todos os que lá se encontram para as coisas terríveis que estão para acontecer à medida que o furor de Deus é desencadeado sobre a humanidade pecadora e sem arrependimento.
Uma trombeta é dada a cada um de sete anjos, para serem tocadas em seqüência, proclamando as fases da ira de Deus. O som de trombeta é um sinal de julgamento para Israel, e será ouvido no dia da ira de Deus sobre Israel e a humanidade em geral (Amós 3:6, Sofonias 1:14-16).
Antes de serem tocadas, outro anjo oferece muito incenso com as orações dos santos no altar: são os santos da tribulação na terra, perseguidos pela religião falsa chamada Babilônia (capítulo 17); as almas dos que entre eles haviam sido mortos clamaram por vingança (capítulo 6.10).
Chega a hora de serem atendidos: o incensário é enchido com fogo do altar (o fogo representa o juízo consumidor de Deus) e é lançado sobre a terra acompanhado de trovões, vozes, relâmpagos e terremoto, indicando a presença de Deus nessa atividade.
Em seguida têm lugar o que chamamos de "juízos das trombetas", sendo que os três últimos são anunciados por um anjo que os chama de "ais". Sua natureza é a seguinte:
Seguem-se algumas interpretações selecionadas dos acontecimentos descritos no texto bíblico:
As trombetas eram usadas para a chamada do povo de Israel para as assembléias, para a guerra, para a adoração, e para proclamar festas religiosas como o ano do jubileu e a festa dos tabernáculos (Números 10:2-10, Levítico 23:23-25, Juizes 3:27, 1 Crônicas 13:8); na conquista de Jericó foram usadas sete trombetas (Josué 6:4); ouviu-se o som da trombeta quando o SENHOR desceu sobre o Sinai (Êxodo 19:16,19).
É bem provável que haja uma transformação da natureza física de algumas substâncias para dar cumprimento à profecia dos primeiros quatro juízos, como aconteceu quando houve as pragas no Egito (Êxodo 7-10, Joel 2:30-31); é também possível que Deus use o que já existe, como erupções vulcânicas, deslizamentos e ondas gigantescas, colisão com um meteoro, com a poluição atmosférica que disso resulta.
O anjo, ou águia, dependendo da tradução do versículo 13 do capítulo 8, parece ser um serafim (Isaias 6:6), proclamando no céu os grandes sofrimentos ainda para vir.
A estrela caída do céu é um anjo (capítulo 20:1).
O poço do abismo é o lugar onde estão os espíritos imundos, ou demônios (Lucas 8:31); sua entrada está fechada com chave, mantendo os espíritos prisioneiros ali dentro. Existem também anjos insubordinados no inferno, em escuridão, em algemas eternas (2 Pedro 2:4, Judas 6), e há muitos outros ainda soltos pelo mundo e nas regiões celestes (Efésios 6:12), destinados ao juízo e ao lago de fogo com o diabo (Mateus 25:41). Os espíritos imundos são como gafanhotos; eles recebem autoridade e poder limitados, sob o anjo do abismo, cujo nome, traduzido em português, é Destruição (Salmo 78:49).
A voz que procede dos quatro ângulos do altar depois de tocada a sexta trombeta é provavelmente do Senhor Jesus, e se relaciona com o clamor dos mártires do quinto selo e as orações dos santos da tribulação.
São soltos quatro anjos de destruição que se encontram atados junto ao rio Eufrates - este rio está na Babilônia, um lugar freqüentemente associado a demônios, na Bíblia - e usam duzentos milhões de cavaleiros (provavelmente criaturas espirituais) para a sua missão de destruir um terço da população do mundo por meio de fogo, fumaça e enxofre (Joel 2:1-11).
A palavra feitiçarias é uma tradução da palavra grega pharmakeia, da qual vem a nossa farmácia, fabricação de drogas: já se usavam drogas alucinatórias nos tempos do Velho Testamento.
1 E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.
2 E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.
3 E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.
4 E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.
5 E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos.
6 E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.
7 E o primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada.
8 E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
9 E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus.
10 E o terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas.
11 E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.
12 E o quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas, para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite.
13 E olhei e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar!
1 E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar.
3 E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra.
4 E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus.
5 E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem.
6 E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
7 E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem.
8 E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão.
9 E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate.
10 E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses.
11 E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom.
12 Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.
13 E tocou o sexto anjo a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus,
14 a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates.
15 E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.
16 E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles.
17 E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre.
18 Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam da sua boca.
19 Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda é semelhante a serpentes e tem cabeça, e com ela danificam.
20 E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.
21 E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces.
APOCALIPSE 8 E 9