Introdução - A Galácia era uma província central da Ásia Menor e foi visitada por Paulo na sua primeira viagem missionária (veja Atos 14.1-20), também na segunda viagem (Atos 15.46 - 16.5) e outra vez na terceira viagem (Atos 18.23).
As principais cidades eram Icônio, Listra, Derbe e provavelmente Antioquia da Pisídia. Geralmente se entende que a Epístola foi escrita depois da terceira viagem, mais ou menos no ano 57 A.D., porém não se tem certeza.
Tema - As igrejas naquelas cidades foram fundadas por Paulo, porém estavam sendo perturbadas por ensinadores judaicos, que tentavam diminuir a autoridade apostólica de Paulo e insistiam em que os cristãos guardassem a Lei Mosaica (circuncisão, dias de guarda, abstenção de certas comidas etc.) para serem salvos. Na Epístola, Paulo estabelece a sua autoridade apostólica e refuta os falsos ensinos dos legalistas.
Prefácio. Paulo começa a carta, afirmando a sua autoridade apostólica que veio de Deus Pai e Filho e não dos homens. Os seus companheiros seriam talvez os mencionados em Atos 20.4. A saudação "graça e paz" nas Epístolas (e sempre nesta mesma ordem) se refere a dois dons vindos do Pai e do Filho: e pelo favor divino (não pelas obras da Lei) que podemos ter a paz com Deus.
Jesus Cristo morreu voluntariamente pelos nossos pecados, para nos arrastar (separar de tudo) deste mundo de desobediência a Deus. O Evangelho não nos chama para melhoramento, mas sim para livramento. Por isso, seja Deus glorificado!
A infidelidade dos gálatas. Em vez de dar graças a Deus pelo progresso espiritual daqueles crentes (como ele sempre fazia nas Epistolas a outras igrejas), Paulo se declara espantado pela rapidez com que os gálatas estavam sendo persuadidos a seguir uma doutrina que era uma perversão do Evangelho de Cristo - o Evangelho verdadeiro e único, o qual nem um anjo do céu tem o direito de alterar e muito menos os homens.
O Evangelho anunciado pelos apóstolos é o da salvação gratuita pela fé em Cristo como Senhor e Salvador divino - não pode ser aumentado nem diminuído. A maldição divina ("anátema") seria o destino de anjo, apóstolo ou pregador que o alterasse.
Esse aviso solene está em vigor até aos nossos dias, em que Mormons, Adventistas e varias seitas de culto místico do transcendentalismo e muitos decretos e ensinos da cristandade em geral "vão além" do Evangelho que Cristo e os apóstolos pregaram.
Até onde devia a pregação do Evangelho "agradar" aos ouvintes? (v. 10). A eloqüência, a retórica, a personalidade do pregador - estas coisas podem atrair aos ouvintes; porém, o que agrada mais é a verdade, a certeza bíblica daquilo que se prega. Doutro modo, a pregação não agrada a Deus, nem aos crentes fiéis.
1 Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos),
2 e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia:
3 graça e paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo,
4 o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus, nosso Pai,
5 ao qual glória para todo o sempre. Amém!
6 Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho,
7 o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
9 Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
10 Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
Gálatas capítulo 1: 1 a 10