Os onze discípulos mencionados aqui são os onze apóstolos escolhidos pelo Senhor Jesus (capítulo 10:2-4, Atos 1:13), para quem Ele havia aparecido quando se reuniram no dia da Sua ressurreição, e no domingo seguinte, em Jerusalém, depois de terminada a festa dos Pães Asmos. Ele lhes havia dito que se dirigissem à Galiléia, e assim o fizeram.
João nos conta que sete discípulos foram pescar no mar de Tiberíades à noite, sem sucesso, mas ao voltar de madrugada o Senhor se apresentou diante deles pela terceira vez na praia e lhes propiciou uma pesca abundante, depois ofereceu-lhes uma refeição de pão e peixes. Em seguida o Senhor mandou que Pedro apascentasse o Seu rebanho (João 21:1 a 24).
Mateus agora relata o que aconteceu numa das outras vezes que esteve com eles na Galiléia, e encontramos outros informes em Marcos 16:15 a 18 e 1 Coríntios 15:6 que provavelmente se referem à mesma ocasião. Juntando os três, aprendemos que os discípulos haviam subido para um monte na Galiléia, seguindo instruções do Senhor, e O encontraram ali. É provável que não foram só os apóstolos, mas estes foram acompanhados por uma grande multidão, mais de quinhentas pessoas conforme lemos na carta aos coríntios.
Ao vê-lo eles O adoraram, reconhecendo a Sua sublime Pessoa e dando-lhe a reverência e a homenagem devida, mas alguns duvidaram.
Era uma cena das mais sublimes, em que o Cristo ressuscitado, sem qualquer aparato ou demonstração visível de majestade e força militar, declarou a todos: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra."
Que declaração mais surpreendente do seu Mestre! Era como se já estivesse no céu, tendo domínio sobre tudo, e com as legiões de anjos prontos a fazer tudo o que pedisse. Como seria recebido pelos líderes do povo, pelo poderoso César? Como impor essa autoridade que declarava ter?
Como das outras vezes, o Senhor Jesus se apresentava como uma pessoa normal, não havendo nEle alguma particularidade sobrenatural que o distinguisse dos outros.
Era assim que os discípulos O conheciam, pois conviveu com eles nas lidas diárias, revelara ser um brilhante e sábio ensinador e de um caráter sem mácula, mas fora lamentavelmente rejeitado pelos sacerdotes e doutores do templo, e poucos dias atrás crucificado como malfeitor!
Ninguém o vira no ato de ressuscitar, como haviam visto Lázaro e outros mais, no entanto a prova que os convenceu foi que, tendo seu corpo desaparecido do túmulo, apesar da forte guarda romana, Ele esteve novamente diante deles, em perfeita saúde e evidentemente bem vivo. Um dos que havia duvidado, Tomé, exclamou diante das provas que viu: "Senhor meu e Deus meu".
Ainda assim, a notícia de que recebera toda a autoridade no céu e na terra era quase inacreditável! Sua autoridade ou poder anteriormente sobre os demônios, sobre as enfermidades, sobre a natureza e mesmo sobre a morte tinha sido demonstrada (capítulos 7:29, 11:27, 21:23 etc.) e convencia ao que duvidasse que Ele era o Messias, o Filho de Deus.
Mas ter adquirido toda autoridade no céu e na terra era completamente outra dimensão. Desse grupo reunido na montanha de uns quinhentos discípulos, homens e mulheres não é de admirar que alguns duvidaram. Como os discípulos mais próximos, que haviam tido dificuldade a princípio de aceitar a realidade da Sua ressurreição, eles não eram crédulos ingênuos.
Tendo informado a autoridade que agora tinha, o Senhor Jesus prosseguiu, dando-lhes o que se chama "A Grande Comissão", baseada e sustentada por essa autoridade e com a qual Ele promete estar sempre presente com o Seu povo.
O Senhor Jesus mandou que os Seus discípulos fossem fazer três coisas:
Angariar discípulos de todas as nações. Em outras palavras, anunciar o Evangelho publicamente em todo o mundo, e ensinar os que estiverem dispostos a ouvir, para conhecerem claramente as doutrinas de Cristo.
Batizar os discípulos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Temos claramente aqui a trindade divina, com suas três pessoas, cada uma distinta das outras mas tendo individualmente todos os atributos divinos, todas as três sendo um só Deus. Mas, o batismo cristão é feito em nome das três pessoas individualmente, assim não deixando dúvida que Deus está agindo nas três.
Ensiná-los a guardar todas as coisas que o Senhor ordenou. A evangelização não consiste em apenas pregar o Evangelho, esclarecer os interessados e batizar os que se salvam pela fé no Senhor Jesus Cristo. O Senhor sabia que o Seu rebanho estaria crescendo através dos séculos, e os discípulos que já haviam recebido os Seus ensinamentos precisavam preparar outros para ampliar, bem como continuar, a obra do Senhor. É assim que a igreja de Cristo cresce através do mundo e pelos séculos até a Sua volta.
Essas tarefas não são todas necessariamente exercidas por uma só pessoa. Logo no início da igreja, lemos que o Espírito Santo deu-lhe evangelistas, pastores e mestres para atender melhor a cada um desses setores.
Marcos nos conta que o Senhor deu uma lista de coisas que iriam acompanhar aqueles que criam no que Ele estava dizendo. Isto Ele disse porque sabia que alguns duvidavam.
Os que criam iriam expelir demônios, falar novos idiomas, pegar serpentes, se tomassem veneno ele não lhes faria mal, e curariam enfermos com a imposição de mãos. Entende-se que o Senhor estava considerando os que criam, como um grupo, e estes sinais seriam feitos por alguns deles, não por cada um deles. No livro de Atos vemos o cumprimento de alguns destes sinais.
Esta comissão recebe a garantia do Senhor Jesus: "E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século". Ele, o Pai da Eternidade, fez essa promessa infalível, essencial para a manutenção e o crescimento da Sua igreja na terra. Os verdadeiros discípulos do Senhor Jesus podem contar com o Seu apoio ao obedecer à sua Comissão, até "a consumação do século".
Quando se dará a consumação desse século, só Deus sabe. Não se trata de um século de cem anos, mas de um período de tempo, em que ainda estamos, durante o qual haverá oportunidade de salvação para todo o pecador.
Aqui termina o Evangelho de Mateus.
O Senhor apareceu aos discípulos durante um período de quarenta dias depois da Sua ressurreição. Lucas nos dá mais informações sobre os dias finais antes da ascensão do Senhor Jesus Cristo, tanto no seu Evangelho como no livro de Atos
Cristo mandou os discípulos voltarem para Jerusalém, lá apareceu-lhes novamente, e mandou que ficassem naquela cidade até receberem o dom do Espírito Santo. Levou-os até Betânia, e erguendo as mãos os abençoou.
"Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu" (Lucas 24:51).
Os discípulos O adoraram e, jubilantes, voltaram para Jerusalém e estavam sempre no templo, louvando a Deus (Lucas 24:52-53).
Evangelho de Mateus, capítulo 28 e versículos 16 a 20
16 Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara.
17 Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
18 E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Evangelho de Marcos, capítulo 16 e versículos 15 a 18
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.
1 Epístola aos Coríntios, capítulo 15, versículo 6
6 depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram;.