O Senhor Jesus, terminando o seu sermão aos discípulos, tratou agora de um breve período, subseqüente à grande tribulação dos judeus, e que precederá o Seu reino milenar na terra. Haverá julgamento e Ele mencionou três critérios que serão adotados, mediante duas parábolas e uma revelação.
Esta parábola começa com as palavras "Então o reino dos céus será semelhante a …" o que demonstra claramente que ilustra fatos que ocorrerão por ocasião da Sua segunda vinda (capítulo 24:29-51).
Um casamento judeu, na época em que o Novo Testamento foi escrito, começava com as providências feitas pelo pai do noivo, procurando a noiva e pagando o preço pedido por ela. Isto podia ser feito quando o noivo era ainda criança ou depois, a qualquer tempo até a sua maturidade.
Pouco antes do casamento, o noivo ia até a casa da noiva para buscar e levá-la para sua própria casa, e logo depois vinha a cerimônia do casamento, à qual alguns parentes e amigos íntimos eram convidados. A seguir vinha a festa das bodas, que chegava a durar uma semana, e da qual participava um número muito maior de pessoas, vizinhos, amigos e conhecidos.
Este procedimento é o modelo para a ordem dos acontecimentos que levam às "bodas do Cordeiro": Deus o Pai tomou as providências e pagou o preço, o sangue do Seu Filho, para comprar Sua noiva, a igreja (Efésios 5:25-27). Desde então houve um grande intervalo (em termos humanos) de quase dois mil anos até agora, em que a noiva esteve crescendo até atingir a maturidade (Atos 15:14, Romanos 11:25), debaixo do poder e direção do Espírito Santo através da Sua Palavra. Não demorará muito agora até que o Noivo, o Filho de Deus, venha buscá-la (1 Tessalonicenses 4:13-18) para levá-la ao Seu lar, que é o Céu.
Ali, depois de passar pelo Tribunal de Cristo, a igreja é vista vestida de linho finíssimo, resplandecente e puro, que são os atos de justiça dos santos (Apocalipse 19:8), portanto as obras inúteis terão sido "queimadas" e as obras aproveitáveis "purificadas pelo "fogo" do julgamento.
A cerimônia das Bodas terá lugar antes da segunda vinda de Cristo ao mundo, para julgá-lo. A noiva consiste apenas dos cristãos arrebatados, que terão sido ressuscitados ou transformados. Os salvos do Velho Testamento e os fiéis que morrerem na Tribulação são os "convidados" para a ceia das Bodas (Apocalipse 19:9) e por causa disso são chamados bem-aventurados pois estarão presentes nesta última fase do casamento, tendo participado da primeira ressurreição, que é a dos justos (Apocalipse 20:4,5). A ceia das bodas terá lugar na terra, no início do reino milenar de Cristo.
A cena da parábola é parte do casamento, quando, depois de casados, o esposo leva a esposa para o banquete nupcial, ou ceia das bodas, acompanhados por dez virgens (damas de honra) levando candeias acesas, pois acontece de noite.
As dez virgens representam, portanto, os que se declaram ser discípulos de Cristo, na terra, por ocasião da Sua volta. Em sua grande maioria serão judeus esperando a vinda do Messias, mas apenas uma parte realmente se converteram e têm o Espírito Santo, representado pelo óleo.
Só estes poderão estar presentes na ceia das bodas, no início do milênio. Todos os outros serão rejeitados pelo Senhor Jesus, como foram as cinco virgens "loucas" da parábola.
A lição aqui para nós, conforme disse o Senhor Jesus, é vigiar, porque não sabemos o dia nem a hora em que Ele voltará. Estejamos atentos, e preparados para o nosso arrebatamento.
Na volta do Senhor Jesus, ele encontrará servos verdadeiros e falsos.
Segundo a parábola, havia três servos, e cada um recebeu do seu senhor, que partia em viagem, um valor em dinheiro correspondente à sua capacidade, a fim de negociar e produzir lucro para o senhor.
Os talentos, portanto, não são qualidades naturais, como inteligência, habilidades físicas, etc., mas essas qualidades são levadas em conta no desempenho do serviço de cada servo, e as responsabilidades que lhe são confiadas é que correspondem aos talentos.
Os dois que receberam mais, aplicaram bem o que lhes foi confiado, e obtiveram bom resultado, proporcional ao valor que receberam. O terceiro, preguiçoso, nada fez além de enterrar o que tinha recebido.
Como os dois primeiros, os servos autênticos de Cristo se aplicam a servi-lo em todas as oportunidades que se lhes oferecem, com amor e dedicação, tendo assim algo de positivo para apresentar quando o Senhor voltar.
Já aquele que apenas se apresenta como sendo de Cristo, mas na realidade nunca se converteu, na realidade não O ama nem quer fazer nada por Ele, e mesmo se ressente contra ele. Se realmente quisesse servir ao Senhor, mesmo se sentindo incapaz, pelo menos poderia entregar os recursos que lhe foram dados a outros que os pudessem usar para o Senhor, por exemplo, contribuindo para o trabalho evangelístico, missionários, etc.
Quando voltar, o Senhor Jesus vai pedir contas aos que dizem ser Seus servos. Os que forem como os dois primeiros serão recompensados igualmente: "Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" e assim entrarão no Seu reino. Os que querem ser usados para a glória de Deus receberão os recursos, que se tornarão mais abundantes na proporção do que fizerem.
Os que forem maus e negligentes, como o terceiro servo, perderão os recursos que tiverem, serão severamente repreendidos e condenados ao inferno, que é o destino de todos os falsos cristãos.
Finalmente, haverá um julgamento das nações sobreviventes na volta do Senhor Jesus Cristo. Este julgamento não deve ser confundido com o do tribunal de Cristo, limitado à Sua igreja (Romanos 14:10, 1 Coríntios 3:11-15, 2 Coríntios 5:9-10), ou o julgamento final depois do Milênio, em que serão julgados os mortos que não participaram da primeira ressurreição (Apocalipse 20:11-15).
Todas essas nações terão passado pela grande tribulação, durante a qual terá havido uma grande perseguição aos judeus, e as nações gentílicas serão julgadas de acordo com o tratamento que deram a Israel (Joel 3:1-3): o Senhor Jesus disse que o que tiverem feito "a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
Haverá então a separação das pessoas de cada nação segundo esse critério, dando direito à entrada no Seu reino do milênio àqueles que tiverem tido compaixão dos judeus perseguidos. O Senhor disse que era como se o bem que lhes tiverem feito fosse para Ele próprio, e Ele os chamou de "justos" e "benditos do meu Pai".
Os demais, os "malditos", serão condenados ao "fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos", o "lago de fogo e enxofre", lugar de tormento eterno. Serão condenados assim, porque nada terão feito pelos judeus perseguidos e necessitados durante a grande tribulação.
Concluindo, percebemos que o Senhor estava ensinando três critérios que haverá, para a entrada no Seu reino do milênio, dos sobreviventes da grande tribulação, sendo os primeiros dois aplicáveis aos judeus:
Os que estiverem esperando a Sua vinda, convertidos e, portanto, tendo o Espírito Santo.
Os que amam o Senhor e se dedicam para servi-lo.
Dos gentios, os que tiverem demonstrado compaixão e ajudado os judeus cristãos perseguidos.
1 Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.
2 E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas.
3 As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.
4 Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.
5 E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram.
6 Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.
7 Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.
8 E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.
9 Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.
10 E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.
11 E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
12 E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço.
13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.
14 Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
15 E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
17 Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
18 Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25 E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27 Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
28 Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
30 Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
31 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
46 E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.
Mateus capítulo 25