O Senhor e os Seus discípulos tinham estado fora da Galileia por algum tempo e não tiveram oportunidade de pagar o imposto "de duas dracmas", que era pago anualmente por homens judeus de vinte anos ou mais no mês de Adar (março), para a manutenção do templo em Jerusalém.
Os coletores do imposto vieram e perguntaram a Pedro se o seu Mestre não pagava o imposto. Pedro respondeu que sim. É curioso que foram perguntar ao discípulo ao invés do próprio Mestre - seria por respeito, ou para evitar embaraço? Foram diplomáticos.
Entende-se pelo que vem a seguir, que Pedro, muito religioso, havia naturalmente pensado que o Senhor tinha o dever de pagar.
Quando Pedro entrou na casa onde o Senhor Jesus estava, este mostrou que sabia da conversa, usando uma parábola para que Pedro visse que, assim como a família do rei de um país não lhe paga impostos, o Filho de Deus não tem o dever de pagar o imposto do Seu templo, a casa de Deus.
Embora pela lógica estivesse isento, na prática o Senhor se dispôs a pagar o imposto para "evitar escândalo". Os demais judeus não iriam compreender essa lógica, e o Senhor preferiu fazer o que não precisava a fim de não dar a impressão que Ele e os Seus discípulos desprezavam o templo, e a adoração que se fazia nele de acordo com a lei mosaica.
Em seguida Ele proporcionou a quantia necessária para o imposto dele e de Pedro, mediante um peixe que, apanhado com um anzol, tinha em sua boca uma moeda equivalente ao imposto dos dois.
Com este milagre Ele provou o seu atributo divino de presciência: Ele sabia qual de todos os peixes no mar da Galiléia teria uma moeda desse valor em sua boca, onde estava, e que este seria o primeiro a ser fisgado pelo anzol...
É um exemplo a ser seguido, quando somos confrontados com hábitos e costumes a que não somos obrigados, mas com os quais cumprimos para não causar ofensa, desde que moralmente inócuos.
24 E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas?
25 Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios?
26 Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos.
27 Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.
Mateus capítulo 17, vers. 24 a 27