Os fariseus e os escribas, estando ainda juntos, foram silenciados com a última pergunta que o Senhor Jesus lhes fez: como podia o Messias ser filho (descendente) de Davi, se Davi O chama, no Espírito Santo, de Senhor (Salmo 110:1)?
Davi escreveu esse salmo, como todas as Escrituras de que ele faz parte, por inspiração do Espírito Santo, portanto é uma verdade inegável.
A única resposta possível à pergunta que Ele fez, é que o Messias era eterno, superior ao rei Davi e vivo ao seu tempo, e também humano, pois seria seu descendente. O Messias é tanto o Senhor de Davi, como o Filho de Davi - Ele é Deus e homem.
O cumprimento da profecia está na vinda ao mundo do Senhor de Davi, por obra do Espírito Santo, nascendo de uma mulher que era descendente do rei Davi, Maria, e tomando o nome de Jesus (salvador). Ele era o Messias.
Esta explicação deveria saltar aos olhos daqueles religiosos, mas "ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo".
Os fariseus e escribas, percebendo que Ele era mais sábio do que eles, e que não o podiam subjugar mediante argumentos, partiram para vencê-lo mediante a violência física, com o que Ele já contava.
Então, neste seu último discurso aos judeus, o Senhor Jesus preveniu o povo contra os seus líderes, escribas e fariseus, que "se sentavam no trono de Moisés", isto é, ensinavam a Lei de Moisés.
O Senhor Jesus mandou que o povo lhes obedecesse, pois eram a autoridade constituída, mas que não fizesse o que eles faziam, porque não praticavam o que pregavam. Tinham ainda por hábito impor severas obrigações sobre o povo (por exemplo, exageravam as minúcias da letra da lei), enquanto eles próprios não se dispunham a fazer qualquer coisa para aliviá-los.
Os fariseus e escribas tudo faziam para se exibir. Por exemplo:
A lei mandava que as palavras de Deus fossem "atadas por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos" (Deuteronômio 6:8, 11:18), em sentido figurado conforme Êxodo 13:9, 16, significando que os seus estatutos deveriam estar sempre à mão para que fossem lembrados. Mas, os fariseus introduziram pequenas caixas ou cilindros de couro contendo textos bíblicos, presos nas testas e nos braços ("tefilins"), materializando o que era espiritual. Ainda as faziam bem largas para que todos vissem.
A lei mandava que os judeus colocassem franjas com um cordão azul nas quatro bordas das suas vestes (Números 15:38-41, Deuteronômio 22:12), para lembrarem-se de todos os mandamentos do SENHOR e cumpri-los. Os fariseus faziam as franjas exageradamente longas para chamar a atenção.
Queriam os lugares de honra nas festas e nas sinagogas, e ser saudados nos lugares públicos como gente importante e mestres ("rabinos").
O Senhor Jesus ordenou que ninguém devia adotar para si títulos para distingui-los dos outros dentro da igreja, e que deveriam ser reservados para a divindade. Há um só Mestre (o Cristo), um só Pai (Deus) e um só Chefe (o Cristo). É claro que isto é no sentido espiritual, no ambiente da igreja, e nada tem a ver com o ambiente familiar, profissional, etc. Nesta área devemos obedecer ao mandamento "dai a cada um o que deveis: … a quem honra, honra" (Romanos 13:7).
No reino de Deus todos os santos são irmãos e ninguém deve se exaltar sobre outro. Este mandamento do Senhor Jesus tem sido em grande parte abandonado pelas muitas instituições e "igrejas" que se chamam de cristãs, através dos tempos, e títulos pomposos como "Santíssimo Papa", "Sua Reverência", "Reverendo", e muitos mais são usados. Mas dentro da Sua igreja, os maiores devem ser servos, pois quem a si mesmo se exaltar será humilhado, e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.
Em seguida, o Senhor Jesus pronunciou oito "ais" sobre os mestres da lei e fariseus. Não se tratavam de maldições, mas de expressões de tristeza pelo destino que os esperava, em vista do que faziam:
Não entravam eles próprios e também impediam de entrar no Reino dos céus os que queriam. Isso era hipocrisia, pois fingiam ser piedosos. Os falsos líderes religiosos de hoje também são os maiores inimigos do Evangelho.
Exploravam os bens das viúvas, sob o disfarce de fazer longas orações. Por causa do disfarce estavam sujeitos a castigos mais severos. Há seitas ainda hoje que fazem viúvas idosas transferir suas propriedades à "Igreja" sob promessas de orações, ou "missas" pela sua alma.
Eram zelosos em fazer prosélitos, mas para ensinar-lhes os seus maus caminhos. Esses prosélitos se tornavam duas vezes piores do que eles próprios. "Filhos do inferno" era uma expressão usada para denominar os que eram muito maus e mereciam ir para o inferno. É uma característica dos líderes das novas seitas heréticas que encontramos hoje.
Eram cegos, insensatos, não entendendo a lei de Deus. Era obrigação deles conhecer e ensinar os preceitos da lei, mas ensinavam errado, sofismando. O Senhor Jesus usou como exemplo o ensino sobre o juramento, onde eles procuravam distinguir o que era sagrado no templo daquilo que não era, para exonerar quem jurava "mal". Qualquer juramento é uma obrigação, e não se deve procurar escapar dela depois, usando de argumentos enganosos.
Eram meticulosos no cumprimento dos menores detalhes da letra da lei, mas negligenciavam os seus preceitos mais importantes. Pagavam os dízimos sobre as menores coisas, mas não praticavam a justiça, a misericórdia e a fidelidade aos outros, que era como "coar um mosquito e engolir um camelo". Deviam praticar estes preceitos, sem, entretanto omitir aqueles detalhes.
Exteriormente eram asseados nas menores coisas, mas em seu interior estavam cheios de ganância e cobiça. Deviam primeiro limpar o seu interior e com isso purificar as suas ações.
Eram como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas imundos por dentro. Aparentavam ser justos ao povo, mas na realidade estavam cheios de hipocrisia e maldade.
Falsamente honravam os profetas e os justos da antigüidade para manifestar que não os teriam matado como fizeram seus antepassados. Ao admitirem que aqueles criminosos eram seus antepassados, o Senhor Jesus declara que eles confessam ter a mesma natureza que eles. Fariam o mesmo e assim seria completada a medida do pecado deles (conforme Ele profetizara na parábola dos lavradores - cap. 21:33-39).
O Senhor Jesus terminou com uma violenta invectiva contra os líderes dos judeus e a sua capital, Jerusalém.
Por causa da sua maldade e hipocrisia, pela segunda vez (cap. 12:34) Ele os chamou de "serpentes e raça de víboras". Se continuassem nesse caminho seria impossível para eles escapar da condenação do inferno, mas Ele iria lhes dar ainda uma oportunidade, enviando profetas, sábios e mestres.
No entanto, Ele já sabia que eles iriam tratar estes enviados muito mal, matando, crucificando, e açoitando-os, e perseguindo-os de cidade em cidade. Isto se cumpriu depois do dia de Pentecostes.
Junto com os seus antepassados, eles se tornariam culpados do assassínio de todos os justos, desde Abel (Caim portanto foi incluído neste bando) até Zacarias, filho de Baraquias (entende-se que é o profeta mencionado em 2 Crônicas 24:20-21, último livro segundo a ordem dada às Escrituras hebraicas).
O castigo aqui na terra viria sobre aquela geração. Jesus Cristo, Senhor de Israel, declarou que muitas vezes havia procurado dar-lhes abrigo e proteção, mas não quiseram, e mataram os profetas e apedrejaram os enviados. Em conseqüência, "sua casa" (Jerusalém, seu território) ficaria deserta (a destruição de Jerusalém viria alguns anos mais tarde, bem como a expulsão do povo da sua terra).
Eles não O veriam mais até que O recebessem como o Messias.
Foi sua última mensagem ao povo de Israel enquanto estava na terra e a profecia da Sua volta se cumprirá depois da Grande Tribulação, quando voltará para salvar o remanescente de Israel que estará sendo perseguido até o deserto pela Besta e os seus exércitos. Isto é quando a nação O verá, crendo nele, e vendo o cumprimento das velhas profecias que tanto esperavam (Apocalipse 19:11-21).
41 E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus,
42 Dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi.
43 Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?
45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho?
46 E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo.
1 Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos,
2 Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.
3 Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;
4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;
5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,
6 E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.
8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.
9 E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
10 Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
11 O maior dentre vós será vosso servo.
12 E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.
14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.
16 Ai de vós, condutores cegos! pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro?
18 E aquele que jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.
19 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que santifica a oferta?
20 Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está;
21 E, o que jurar pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita;
22 E, o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
24 Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade.
26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,
30 E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas.
31 Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?
34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade;
35 Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.
36 Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração.
37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!
38 Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta;
39 Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.
Mateus cap. 22, vers. 41 ao cap. 23, vers. 39.