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O COMPORTAMENTO DO CRENTE

Na sociedade

Capítulo 12: 9 - 21

Este trecho expande a segunda parte do mandamento central da Palavra de Deus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Deuteronômio 6:5, Levítico 19:18, Mateus 22:37-40, João 13:34, 15:12).

Em relação a outros irmãos na fé:

Um amor hipócrita, fingido, nada mais é do que uma máscara, não é amor e certamente não é como Paulo o descreve em 1 Coríntios 13:1-13.
Aborrecer, detestar, ter repulsa por, é o oposto de amar, e deve ser dirigido a tudo que é mau. Isto requer discernimento à luz das Escrituras. Como o amor, a repulsa ao mal deve ser genuína e sincera, e se expressa também a fim de que outros saibam. Seja o que for, um crente deve se apegar ao que é bom, figurativamente apegando-se a ele e segurando-o bem: isso deve ser evidenciado em todos os seus relacionamentos.

O amor fraternal é um verdadeiro carinho pelos familiares, que os crentes devem manifestar cordialmente entre si, não uma fria indiferença ou uma simples aceitação de rotina. Chega ao ponto do crente preferir  ver os outros serem honrados mais do que ele próprio.

Os crentes não devem ser vagarosos no cuidado, que é ser propositadamente lento ou hesitante ao servir o Senhor, muitas vezes por preguiça ou por não gostar do que têm que fazer (veja Mateus 25:26).Quem faz a obra do Senhor negligentemente é amaldiçoado (Jeremias 48:10). Pelo contrário, devem ser fervorosos no espírito, o que sugere que o seu zelo e entusiasmo  devem estar sob o controle do Espírito Santo. Servir ao Senhor deve ser considerado como o objetivo final de todos os serviços em que um crente está envolvido (Efésios 6:7).

Deve ser prática normal do crente alegrar-se na esperança. Quando as circunstâncias em que se encontra não o conduzem à alegria, ele pode e deve regozijar-se na nossa esperança: a vinda do nosso Salvador, a redenção dos nossos corpos, e a nossa glória eterna. Nesta esperança ele é capaz de ser paciente na tribulação, e nada deve interromper seu sentimento de dependência em Deus para o atendimento das necessidades na sua vida. Ele deve continuar perseverante  na oração porque a oração em Nome do Senhor Jesus traz a paz aos nossos corações e o poder em nossas vidas para fazer o nosso trabalho e para sermos vitoriosos.

Como um membro de uma família, um crente deve acudir as necessidades dos seus irmãos e irmãs na fé. Deus espera que ele compartilhe o que lhe deu com outros crentes que estão em necessidade, como os desempregados, os que foram empobrecidos por despesas médicas e os idosos cujos recursos estão minguados. Também deve exercer a hospitalidade, ou melhor, prosseguir sendo hospitaleiro. Não é só atender alguém  numa eventualidade, mas é procurar irmãos e irmãs crentes a quem pode estender hospitalidade, por exemplo, aqueles na igreja que estão solitários, talvez mesmo introvertidos e reservados, mas que apreciariam esse ato de  comunhão cristã, ou poderia haver algum de passagem carecendo de boas-vindas e hospitalidade. Receber essas pessoas, é a mesma coisa como se estivesse hospedando o próprio Senhor.

Dentro da igreja é de se esperar que sempre prevaleça a paz, mas a natureza humana por vezes se manifesta, e um crente pode se sentir perseguido por outro. Ele deve, em contrapartida,  "abençoar quem o persegue", a fim de preservar a paz dentro da Igreja e contribuir para a cura do mal que o ameaça. Amaldiçoá-lo teria o efeito contrário e iria piorar a situação.

Um crente precisa ter empatia (capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc.) para com seus irmãos e irmãs, não só na sua alegria, mas também em sua tristeza, como parte da mesma família. É da natureza humana ter ciumes quando os outros se regozijam, e se distanciar quando choram.O caminho de Deus é participar das alegrias e tristezas dos que nos rodeiam, como o Senhor Jesus demonstrou ao chorar em empatia com Marta, Maria e os outros enlutados pela morte de Lázaro - ainda sabendo muito bem que iria transformar a sua tristeza em alegria imediatamente após, ao ressuscitar Lázaro.

Ser unânimes entre si, não significa uniformidade de opinião sobre tudo, mas cada crente deve compartilhar os mesmos pensamentos e ações altruístas com seus irmãos e irmãs, a fim de preservar a harmonia do relacionamento (Filipenses 2:2, 1Coríntios 1:10). Portanto, um crente não deve ambicionar coisas altivas mas acomodar-se às humildes: atender não apenas aos seus próprios interesses, mas também aos dos outros, e ter a mente de Cristo, que deixou a posição mais alta imaginável ??para assumir a forma de servo (Filipenses 2:1-8). O sábio Salomão escreveu: "Vês um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há para o tolo do que para ele.” (Provérbios 26:12). Um crente não deve ser sábio em sua própria opinião, lembrando que nada tem que não recebeu primeiro.

Em relação aos descrentes

O crente pode esperar o mal nas mãos do mundo, mas não deve tornar mal por mal a ninguém.  A natureza humana se deleita com a vingança, mas o crente coloca a sua confiança no Deus Todo-poderoso que lhe garante "Minha é a vingança, eu retribuirei "(v.19). Como em todas as circunstâncias da vida, o crente vai agir de maneira honrosa em face de insulto e prejuízo. Deve procurar as coisas dignas, perante todos os homens, porque as ações falam mais alto do que as palavras: o mundo tem pouca preocupação com a linha da doutrina cristã que segue, mas observa com atenção se ele é autêntico ou não, se paga honestamente as suas dívidas, se pode confiar nele para manter a sua palavra.

Não é de surpreender que o mundo venha a odiar os cristãos, porque odiava o próprio Cristo Jesus (João 15:18), mas se for possível, quanto depender do crente, deve viver pacificamente com todos os homens. Assim, não deve provocar ou discutir desnecessariamente, mas sim fazer o melhor que pode para preservar a paz. Quando ofender alguém, ou quando for ofendido, deve se esforçar incansavelmente para obter uma resolução pacífica para o caso.

Se o crente sofrer o mal das mãos dos outros, ele não deve se vingar, mas dar lugar à ira de Deus. Ao invés de ficar com raiva, e tomar a iniciativa de punir os culpados, ele deve deixar tudo nas mãos de Deus: caso contrário estará saindo do controle de Deus, e deixando de andar pela fé. Deus fará justiça e dará a melhor solução.  O crente deverá ainda dar mais um passo à frente, passando da falta de resistência à benevolência ativa: compete-lhe agora mostrar bondade para com seu inimigo, e oferecer-lhe o que precisa quando estiver em necessidade. Ao invés de destrui-lo pela violência, deverá tentar convertê-lo pelo amor. “Assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor recompensará o crente.” (Provérbios 25:21,22).

Ao invés de ceder à provocação de fazer o mal, o crente vence o mal que lhe foi feito  fazendo o bem. O crente nunca deve permitir que o mal o vença. Este é um mundo mau sob um sistema satânico, e o crente não pode lutar contra isso usando suas próprias armas e adotando as mesmas táticas de ódio e vingança do mundo. Vai ser derrotado se fizer. Deus deu ao crente o bem para vencer o mal, e uma armadura para resistir as astutas ciladas do diabo (Efésios 6:11-18).

Em resumo, o crente deve adotar as seguintes práticas e atitudes:

• Regozijo na esperança (do seu futuro glorioso).

• Paciência na tribulação (que é passageira e suportável).

• Perseverança na oração (Deus quer ouvi-lo).

• Participação das necessidades dos santos (são irmãos seus).

• Hospitalidade (alguns, sem o saber, hospedaram anjos).

• Desejar o bem (e não o mal) aos que lhe fazem o mal.

• Alegria com os que se alegram.

• Tristeza com os que choram.

• Empatia com os irmãos.

• Condescendência para com o humilde.

• Submissão a Deus, não se julgando mais sábio do que Ele.

• Benignidade, não retribuindo o mal com o mal.

• Paz com todos, quanto depender de si.

• Mansidão: não se vingar daquele que lhe faz mal: a vingança é do Senhor. Ao contrário, tratar bem ao seu inimigo porque isso o envergonhará e lhe trará bênçãos (Provérbios 25:21-22). Combata o mal fazendo o bem.

 

R David Jones

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.

 

 

 

 

10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

11 Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;

 

 

 

 

12 alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;

 

 

 

 

13 comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;

 

 

 

 

 

 

14 abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis.

 

 

15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.

 

 

 

 

16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos.

 

 

 

 

 

 

17 A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas perante todos os homens.

 

 

 

 

 

18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.

 

 

19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
20 Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.

 

 

21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

Romanos capítulo 12:9 a 21