Josafá, filho de Asa, reinou por vinte e cinco anos em Jerusalém. Como seu pai, fez o que era reto perante o SENHOR. Contudo, os altares idólatras não se tiraram, porque o povo não tinha ainda disposto o coração para com o Deus de seus pais.
Os seus três primeiros anos foram provavelmente um reinado em conjunto com o seu pai Asa, que se achava enfermo dos pés.
Alguns fatos importantes se destacam no seu reinado, como:
Josafá primeiro se empenhou em se fortalecer militarmente contra Israel, com quem não tinha havido paz nos últimos anos do reinado de Asa.
Rejeitando os ídolos, ele procurou a Deus e andou nos seus mandamentos.
O SENHOR confirmou o reino em suas mãos, por causa da sua fidelidade.
Ele recebeu presentes de todo o povo de Judá, dando-lhe riquezas e glória em abundância.
Ele tirou os altos e os postes-ídolos de Judá.
Mandou príncipes e levitas, quatorze ao todo, junto com dois sacerdotes, para percorrer todas as cidades de Judá e ensinar ao povo o Livro da Lei do SENHOR.
Os reis das terras em redor ficaram aterrorizados, com medo do SENHOR, e não lhe fizeram guerra. Ao contrário, alguns dos filisteus lhe trouxeram presentes e tributo, bem como os arábios.
Josafá se engrandeceu em extremo, continuamente, edificou cidades-fortaleza e cidades-armazéns, empreendeu muitas obras e tinha um exército forte em Jerusalém.
Josafá introduziu um sistema judicial no país, com juízes em cada cidade fortificada, exortando-os a "julgar da parte do SENHOR e não do homem, temendo o SENHOR porque não há por parte dEle injustiça ou imparcialidade nem aceita Ele suborno".
Também estabeleceu um tribunal superior em Jerusalém para resolver as causas contestadas; ele se compunha de levitas, sacerdotes e cabeças das famílias de Israel, a quem ordenou que andassem com integridade no temor do SENHOR e admoestassem aos juízes das cidades, cujas sentenças fossem contestadas, que não se fizessem culpados diante do SENHOR.
O sumo sacerdote presidiria nos assuntos religiosos, e um príncipe de Judá nas causas civis.
Houve três episódios notáveis durante o seu reino: a sua aliança com o rei de Israel numa guerra perdida contra o rei da Síria, a vitória que o SENHOR lhe deu sobre dois poderosos inimigos, e a sua sociedade desastrosa com Israel num empreendimento marítimo.
O filho de Josafá casou-se com uma filha de Acabe: este, além de idólatra, perseguia o povo de Deus. No décimo sétimo ano do seu reinado, Josafá foi visitar Acabe e este lhe propôs participar de uma campanha militar contra os sírios que ocupavam o território de Ramote-Gileade. Josafá se dispôs a acompanhá-lo, mas primeiro quis consultar ao SENHOR através de um seu profeta.
Havia muitos profetas falsos em Israel (400) e todos prediziam que haveria vitória, para agradar Acabe. Por insistência de Josafá, Acabe mandou que trouxessem Micaías, profeta do SENHOR a quem Acabe detestava porque nunca lhe dizia coisas agradáveis.
Mesmo arriscando sua própria segurança, Micaías lhe falou por parte do SENHOR que a batalha seria perdida e Acabe morreria nela. Acabe, furioso, mandou que o prendessem no cárcere e que ali ficasse a pão e água até que ele voltasse da batalha.
Acabe tomou medidas para sua própria segurança, e traiçoeiramente combinou com Josafá que este iria vestido com seus trajes reais enquanto Acabe iria disfarçado como um soldado comum.
O rei dos sírios havia ordenado aos seus exércitos que não pelejassem contra ninguém, pequeno ou grande, salvo o próprio rei de Israel. Josafá, vestido como estava, foi tomado como sendo o rei de Israel e perseguido até que se identificou como rei de Judá e foi então deixado em paz. Apesar do seu disfarce, Acabe foi morto ao acaso por uma flecha.
Josafá voltou em paz para sua casa em Jerusalém, mas levou uma repreensão do SENHOR através do seu profeta, o vidente Jeú. No entanto, foi poupado maior castigo por ter combatido a idolatria e procurado o SENHOR.
Passado algum tempo os amonitas, moabitas e outros que se juntaram a eles, ao oriente do mar Morto, reuniram as suas forças para invadir o reino de Judá.
Josafá temia esse grande exército e recorreu ao SENHOR: apregoou o jejum em todo o Judá e o povo se congregou para pedir socorro ao SENHOR.
Em pé no templo, em meio ao povo, Josafá clamou ao SENHOR lembrando como Ele tinha abençoado o povo de Israel no passado, e como, ao ser inaugurado o templo, Ele havia prometido ouvir e livrar o povo quando, em sua angústia, clamasse a Ele diante do templo; ele pedia que agora o SENHOR executasse julgamento contra esses povos, contra os quais eles não tinham forças para resistir, que vinham para expulsá-los da sua terra.
O Espírito do SENHOR veio sobre o levita Jaaziel, e ele disse ao rei e à congregação que não temessem porque a peleja era de Deus e o SENHOR lhes daria livramento sem que tivessem de pelejar. Eles deveriam sair-lhes ao encontro, tomar posição, ficar parados e ver o salvamento que o SENHOR lhes daria. Josafá e todo o povo se prostraram com o rosto em terra e adoraram ao SENHOR, e os levitas também se dispuseram para louvar ao SENHOR, em voz muito alta (provavelmente cantando) …
Pela manhã eles saíram ao deserto de Tecoa: Josafá os exortou à fé no SENHOR e nos Seus profetas, e ordenou aos cantores que fossem à frente, vestidos de ornamentos sagrados e louvando ao SENHOR porque a Sua misericórdia dura para sempre. Era uma maneira extraordinária para um exército sair à batalha: com um coral na frente a cantar louvores a Deus, depois o exército, com o povo atrás. Demonstravam assim a sua fé no livramento que Deus lhes havia prometido.
O SENHOR fez com que o exército inimigo se destruísse ele próprio, deixando um rico e abundante despojo para o povo de Judá: levaram três dias para saquear os exércitos caídos por terra. Então chamaram aquele lugar de Vale de Bênção, e voltaram a Jerusalém, para a Casa do Senhor, com alaúdes, harpas e trombetas, com alegria. Veio da parte do SENHOR o terror sobre todos os reinos daquelas terras, quando ouviram como o SENHOR havia pelejado contra os inimigos de Israel. E o reino de Josafá teve paz depois disso.
No terceiro episódio Josafá se aliou com o filho e sucessor de Acabe, Acazias, um homem iníquo, numa sociedade para construir navios e explorar a rota de Társis. A mãe de Acazias era a infame Jezabel, cujos costumes ele adotou. Társis, ou Ofir, era onde estavam as minas de ouro e prata de onde Salomão havia importado muita riqueza com os navios de que dispunha em seu tempo. Mas o SENHOR não aprovou essa aliança, conforme profetizou Eliézer, e os navios se quebraram antes de sair do porto.
Apesar dos seus esforços, Josafá não conseguiu eliminar por completo a idolatria do povo. No entanto ele andou nos bons caminhos do seu pai e fez o que era reto perante o SENHOR.
1 Reis 22:
41 E Josafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel.
42 E era Josafá da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar; e vinte e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Azuba, filha de Sili.
43
E andou em todos os caminhos de Asa, seu pai, não se desviou deles, fazendo o que era reto aos olhos do SENHOR. Todavia, os altos não se tiraram; ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos.
44 E Josafá esteve em paz com o rei de Israel.
45 Quanto ao mais dos atos de Josafá, e ao poder que mostrou, e como guerreou, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Judá?
46 Também desterrou da terra o resto dos rapazes escandalosos que ficaram nos dias de Asa, seu pai.
47 Então, não havia rei em Edom, porém um vice-rei.
48 E fez Josafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber.
49 Então, Acazias, filho de Acabe, disse a Josafá: Vão os meus servos com os teus servos nos navios. Porém Josafá não quis.
50 E Josafá dormiu com seus pais e foi sepultado junto a seus pais, na Cidade de Davi, seu pai; e Jorão, seu filho, reinou em seu lugar.
Ler também 1 Reis 22:2-4 e
2 Crônicas 17 a 20