Atendendo à oração que Salomão lhe havia feito por ocasião da dedicação do templo, o SENHOR lhe apareceu pela segunda vez depois que ele terminara de fazer tudo o que tinha desejado e designara fazer.
O SENHOR disse a Salomão que:
Ele havia santificado a casa que Salomão lhe havia edificado (o templo). Em outras palavras:
- Ele próprio havia separado o templo para o Seu serviço e lhe dado o Seu nome,
- o objetivo era que permanecesse assim para sempre, e
- todos os dias o SENHOR estaria observando e cuidando do que ali se fazia.
O trono de Salomão sobre Israel seria confirmado para sempre através da sua dinastia, nunca lhe faltando sucessor como fora prometido a Davi, desde que ele se comportasse diante de Deus como seu pai Davi, com integridade de coração e com sinceridade, em completa obediência a tudo que lhe fosse mandado e guardando a lei de Deus.
Mas se houvesse infidelidade da parte de Salomão, dos seus filhos ou do povo, afastando-se de qualquer maneira do SENHOR e da sua lei, e fossem servir a outros deuses, adorando-os, Israel seria eliminado da sua terra, e o templo seria lançado longe da presença de Deus. Os povos então desprezariam Israel, e se admirariam de como o SENHOR havia castigado o Seu povo por causa da sua idolatria.
Todas essas condições deixaram de ser cumpridas e o povo recebeu esse castigo, exata e literalmente como o SENHOR lhe dissera. O templo de Salomão deixou de existir há milênios, e só agora uma parte do povo de Israel está voltando para a sua terra, depois de milênios no exílio.
Um novo templo será construído em Jerusalém para a morada de Deus quando o Senhor Jesus voltar para o seu reino milenar aqui na terra.
Enquanto isso, Deus habita no "templo" do corpo do crente e da igreja.
Esta pequena passagem fala do descontentamento de Hirão com vinte cidades que Salomão lhe havia dado, mas vemos mais adiante que Hirão continuou a colaborar com Salomão em suas empresas. Parece que faltam alguns detalhes.
Salomão não poderia ter dado essas cidades a um rei gentio, pois eram parte da herança de Israel. Entende-se, portanto, que Salomão entregou essas cidades a Hirão apenas como garantia de um empréstimo de cento e vinte talentos (4.100 kg) de ouro (v.14) usados para custear as suas obras. A madeira de cedro e de cipreste haviam sido pagas com víveres.
Hirão foi olhar essas cidades e não gostou delas, passando o lugar onde se encontravam a ser chamada Terra de Cabul (desagradável, sujo, lixo), ou seja, Terra Imprestável. Por isso ele não quis ficar permanentemente com elas, o que seria desastroso para Israel.
Salomão deve ter resgatado sua dívida e retomado as cidades, pois as edificou e colocou israelitas para morarem nelas (2 Crônicas 8:2).
Os descendentes de cananeus que não tinham sido completamente eliminados pelos israelitas foram forçados a trabalhar nas obras de construção do templo, dos palácios, cidades e fortificações.
Hazor, Megido e Gezer eram três cidades que Salomão construiu em pontos estratégicos para fins de defesa do seu território: Hazor estava no norte do país, Megido ficou sendo uma cidade importante no centro-norte, comandando a planície de Esdralom e vital para a defesa do vale do Jordão, enquanto Gezer ficava ao ocidente de Jerusalém e tinha sido destruída, com os cananeus que nela habitavam, pelo faraó do Egito e dotada à sua filha que se casou com Salomão. Milo era algum tipo de fortificação para a cidade de Jerusalém, construído depois do palácio da filha do faraó.
Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios pacíficos ao SENHOR três vezes por ano, provavelmente por ocasião das três festas nacionais: Pães Asmos, Pentecostes e Tabernáculos.
Não somente construiu imóveis, mas também uma esquadra de navios mercantes com base em Eziom-Geber, junto a Elate, na praia do mar Vermelho, na terra de Edom. (Hoje Israel tem ali o seu porto de Elate, vizinho a Aqaba na Jordânia, antiga Edom). O rei Hirão colaborou no treinamento dos marinheiros de Salomão, que depois foram buscar ouro em Ofir (14.340 kg).
Segundo os arqueólogos e historiadores, os sabeus habitavam a parte sul da península arábica. Embora o nome da sua rainha no tempo de Salomão não nos seja dado na Bíblia, os historiadores têm procurado descobrir quem ela era e têm dado algumas sugestões.
A frota mercante do rei Salomão não somente trazia riqueza para ele, mas sem dúvida o fez famoso em toda a região onde ia, através das margens do mar Vermelho, e mesmo até a Índia, possivelmente.
Sua fama não podia deixar de chegar aos ouvidos da rainha de Sabá. Alguns até pensam que os navios de Salomão estariam competindo com as caravanas de camelos que atravessavam o deserto da Arábia para chegar até Sabá e levar os seus produtos, ameaçando a sua prosperidade. E todos sabiam que Salomão devia a sua sabedoria e prosperidade ao SENHOR seu Deus.
A rainha quis averiguar ela própria a verdade. Sendo muito rica e poderosa, ela não temeu percorrer todo o caminho até Jerusalém para provar Salomão com perguntas difíceis, levando com ela uma grande comitiva e riquíssimos presentes.
Salomão respondeu a todas as perguntas que a rainha lhe fez, não havendo nada que não pudesse explicar. Ainda lhe mostrou a casa que edificara (o templo, talvez), e ela viu o que ele comia, o lugar dos seus oficiais, os uniformes e serviço dos criados e copeiros, e o holocausto que oferecia no templo.
Ela ficou como fora de si, deslumbrada com o que assistiu e viu, e declarou que a realidade da sabedoria e prosperidade de Salomão excedia em muito o que ela havia ouvido, sem acreditar. Ela bendisse o SENHOR Deus de Salomão, reconhecendo que Ele amava Israel para sempre e por isso havia constituído Salomão como seu rei.
A rainha presenteou Salomão com as grandes riquezas em ouro (4.100 kg), especiarias e pedras preciosas que ela havia trazido. Salomão por sua vez retribuiu dando-lhe tudo o que ela desejou e pediu, e mais ainda segundo a sua generosidade. E ela voltou para a sua terra com a sua comitiva.
Além do ouro, madeira de sândalo e pedras preciosas que a frota de Hirão trazia para Salomão, sua própria frota trazia-lhe ouro e prata, marfim, bugios e pavões. Ele recebia também impostos dos comerciantes e tributos de todos os reis da Arábia e dos governadores da terra, bem como presentes dos que lhe vinham visitar para ouvir sua sabedoria. Só em ouro ele recebia quase 22.800 kg por ano. Ele assim excedeu todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria.
Aqui Salomão chegou ao zênite da sua glória e prosperidade, conforme o SENHOR lhe havia prometido.
Capítulo 9:
1 Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de edificar a Casa do SENHOR, e a casa do rei, e todo o desejo de Salomão, que lhe veio à vontade fazer,
2 o SENHOR tornou a aparecer a Salomão, como lhe tinha aparecido em Gibeão.
3 E o SENHOR lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica que, suplicando, fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias.
4 E, se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei e guardares os meus estatutos e os meus juízos,
5 então, confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como falei acerca de Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono de Israel.
6 Porém, se vós e vossos filhos de qualquer maneira vos apartardes de mim e não guardardes os meus mandamentos e os meus estatutos que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, e vos curvardes perante eles,
7 então, destruirei Israel da terra que lhes dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel será por ditado e motejo, entre todos os povos.
8 E desta casa, que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará, e assobiará, e dirá: Por que fez o SENHOR assim a esta terra e a esta casa?
9 E dirão: Porque deixaram ao SENHOR, seu Deus, que tirou da terra do Egito seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e se encurvaram perante eles, e os serviram; por isso, trouxe o SENHOR sobre eles todo este mal.
10 E sucedeu, ao fim de vinte anos, que Salomão edificara as duas casas, a Casa do SENHOR e a casa do rei
11 (para o que Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de faia e ouro, segundo todo o seu desejo). Então, deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra de Galiléia.
12 E saiu Hirão de Tiro a ver as cidades que Salomão lhe dera, porém não foram boas aos seus olhos.
13 Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? E chamaram-nas: Terra de Cabul, até hoje.
14 E enviara Hirão ao rei cento e vinte talentos de ouro.
15 E esta é a causa do tributo que impôs o rei Salomão, para edificar a Casa do SENHOR, e a sua casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também a Hazor, e a Megido, e a Gezer.
16 Porque Faraó, rei do Egito, subiu, e tomou a Gezer, e a queimou, e matou os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote a sua filha, mulher de Salomão.
17 Assim edificou Salomão a Gezer, e Bete-Horom, a baixa,
18 e a Baalate, e a Tadmor, no deserto daquela terra,
19 e a todas as cidades das munições que Salomão tinha, e as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros, e o que o desejo de Salomão quis edificar em Jerusalém, e no Líbano, e em toda a terra do seu domínio.
20 Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, heteus, ferezeus, heveus, e jebuseus e que não eram dos filhos de Israel,
21 a seus filhos que restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não puderam destruir totalmente, Salomão os reduziu a tributo servil, até hoje.
22 Porém dos filhos de Israel não fez Salomão escravo algum; porém eram homens de guerra, e seus criados, e seus príncipes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.
23 Estes eram os chefes dos oficiais que estavam sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinqüenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na obra.
24 Subiu, porém, a filha de Faraó da Cidade de Davi à sua casa, que Salomão lhe edificara; então edificou a Milo.
25 E oferecia Salomão três vezes cada ano holocaustos e sacrifícios pacíficos sobre o altar que edificaram ao SENHOR e queimava incenso sobre o que estava perante o SENHOR; e assim acabou a casa.
26 Também o rei Salomão fez naus em Eziom-Geber, que está junto a Elate, na praia do mar de Sufe, na terra de Edom.
27 E mandou Hirão com aquelas naus os seus servos, marinheiros, que sabiam do mar, com os servos de Salomão.
28 E vieram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, e o trouxeram ao rei Salomão.
Capítulo 10:
1 E, ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, acerca do nome do SENHOR, veio prová-lo por enigmas.
2 E veio a Jerusalém com um mui grande exército, com camelos carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e veio a Salomão e disse-lhe tudo quanto tinha no seu coração.
3 E Salomão lhe declarou todas as suas palavras; nenhuma coisa se escondeu ao rei que não lhe declarasse.
4 Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara,
5 e a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e a sua subida pela qual subia à Casa do SENHOR, não houve mais espírito nela.
6 E disse ao rei: Foi verdade a palavra que ouvi na minha terra, das tuas coisas e da tua sabedoria.
7 E eu não cria naquelas palavras, até que vim, e os meus olhos o viram; eis que me não disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi.
8 Bem-aventurados os teus homens, bem-aventurados estes teus servos que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria!
9 Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono de Israel; porque o SENHOR ama a Israel para sempre; por isso, te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça.
10 E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras preciosas; nunca veio especiaria em tanta abundância como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
11 Também as naus de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muitíssima madeira de almugue e pedras preciosas.
12 E dessa madeira de almugue fez o rei balaústres para a Casa do SENHOR e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores; nunca veio tal madeira de sândalo, nem se viu até o dia de hoje.
13 E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto lhe pediu o seu desejo, além do que lhe deu, segundo a generosidade do rei Salomão; então, voltou e partiu para a sua terra, ela e os seus servos.
14 E era o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro,
15 além do dos negociantes, e do contrato dos especieiros, e de todos os reis da Arábia, e dos governadores da mesma terra.
16 Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; seiscentos siclos de ouro mandou pesar para cada pavês;
17 fez também trezentos escudos de ouro batido; três arráteis de ouro mandou pesar para cada escudo; e o rei os pôs na casa do bosque do Líbano.
18 Fez mais o rei um grande trono de marfim e o cobriu de ouro puríssimo.
19 Tinha esse trono seis degraus, e era a cabeça do trono por detrás redonda, e de ambas as bandas tinha encostos até ao assento; e dois leões estavam junto aos encostos.
20 Também doze leões estavam ali sobre os seis degraus de ambas as bandas; nunca se tinha feito obra semelhante em nenhum dos reinos.
21 Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os objetos da casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia neles prata, porque nos dias de Salomão não tinha estimação alguma.
22 Porque o rei tinha no mar as naus de Társis, com as naus de Hirão; uma vez em três anos, voltavam as naus de Társis, e traziam ouro, e prata, e marfim, e bugios, e pavões.
23 Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria.
24 E toda a terra buscava a face de Salomão, para ouvir a sabedoria que Deus tinha posto no seu coração.
25 E traziam cada um, por seu presente, vasos de prata e vasos de ouro, e vestes, e armaduras, e especiarias, e cavalos, e mulas; cada coisa de ano em ano.
26 Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros; de sorte que tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros; e os levou às cidades dos carros, e outros ficaram junto ao rei, em Jerusalém.
27 E fez o rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras e cedros em abundância, como figueiras bravas que estão nas planícies.
28 E tiravam cavalos do Egito para Salomão; e às manadas os recebiam os mercadores do rei, cada manada por um certo preço.
29 E subia e saía o carro do Egito por seiscentos siclos de prata, e o cavalo, por cento e cinqüenta; e assim, por meio deles, os tiravam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.
1 REIS 9 e 10