Davi e os seus homens desceram para o deserto de Parã. Fica ao nordeste da península do Sinai, ao sudoeste da terra de Canaã.
Nabal (insensato), fazendeiro abastado, morava em Maom e tinha terras em Carmelo: esta era uma localidade um quilômetro e meio ao norte de Maom, não o monte Carmelo que fica bem mais para o norte. Ele era um homem de mau caráter, duro e maligno em todo o seu trato, alcoólatra.
Sua esposa Abigail, por sua vez, era sensata e formosa, e temente a Deus.
Duas personalidades opostas. Davi e seus homens tinham sido bons para os pastores de Nabal, quando apascentavam os rebanhos no campo entre eles, dando-lhes proteção de dia e de noite. Sabendo que Nabal havia vindo até Carmelo para a tosquia, Davi mandou dez dos seus homens até lá para pedir-lhe mantimento. Davi e seus homens haviam protegido os rebanhos e a propriedade de Nabal em troca de provisões, e o dia do pagamento havia chegado. Mas Nabal insultou Davi e os seus companheiros, fingindo não conhecê-los, e recusou dar-lhes qualquer coisa.
Quando os mensageiros voltaram e contaram isto a Davi, ele ficou indignado. Imediatamente tomou consigo quatrocentos homens armados e se dirigiu para o Carmelo, resolvido a matar Nabal e todos os seus homens.
Um dos moços de Nabal, sabedor do que estava acontecendo, correu para contar tudo para Abigail, a fim de que ela tomasse as necessárias providências, uma vez que ninguém podia falar com seu marido.
Abigail imediatamente preparou provisões generosas e foi encontrar Davi e os seus homens quando passavam perto de onde ela morava, a caminho de Carmelo. Com muita humildade ela se prostrou com o rosto em terra diante de Davi, lançou-se aos seus pés e pediu que não se importasse com Nabal, que era louco, nem se vingasse com as suas próprias mãos pelo insulto que havia sofrido dele.
Ela assumia toda a responsabilidade, e lhe trouxe o presente para ser distribuído aos moços de Davi. Pediu perdão pela transgressão dela (tomando para si a culpa do marido), para que ele não carregasse um peso em sua consciência quando chegasse ao trono de Israel, por ter se vingado com suas próprias mãos.
No versículo 29 a figura de linguagem é extraída do costume de se amarrarem objetos valiosos num feixe para protegê-los de algum dano. Deus cuida dos Seus como um homem dos seus tesouros. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nos foi dado beber de um só Espírito (1 Coríntios 12:13). Todos os que cremos fazemos parte de um só corpo - o de Cristo - pela fé. Estamos em Cristo e não há condenação para os que estão em Cristo. Fazemos parte deste "feixe" com o Senhor Jesus Cristo.
Diante daquelas amplas provisões, e da humildade e sábias ponderações de Abigail, Davi caiu em si e reconheceu que o SENHOR é que a havia enviado ao seu encontro, impedindo que ele derramasse sangue. Ele recebeu o que ela havia trazido e atendeu à sua petição, mandando-a de volta para casa em paz. Como Davi, devemos estar sempre prontos a ouvir conselhos sábios e ter o controle próprio para corrigir ainda em tempo os impulsos que nos levam a praticar o mal.
Enquanto isso, Nabal havia voltado para casa onde ele fez um banquete, como banquete de rei: o que contrasta fortemente com sua recusa de víveres para Davi e seus homens, que haviam contribuído para a preservação dos seus bens. E embriagou-se.
Quando na manhã seguinte Nabal soube o que Abigail havia feito, ele aparentemente ficou paralisado por causa de um ataque cardíaco ou um derrame, morrendo dez dias depois, ferido pelo SENHOR.
Davi louvou ao SENHOR por ter impedido que ele tomasse a vingança em suas próprias mãos e por ter executado Nabal pela ofensa que lhe fora feita. Recebeu ainda um grande presente: informou Abigail que desejava tomá-la como mulher e ela consentiu. Sem dúvida ele não só apreciou a sua formosura, mas também o seu caráter e fé no SENHOR.
Infelizmente, Davi foi além e tomou outra mulher para si, chamada Ainoã. A poligamia é oposta ao ideal divino para o casamento (Gênesis 2:24), mas não era proibida na lei de Moisés, sendo a bigamia até admitida (Deut. 21:15-17). Freqüentemente resultava em muita dor e sofrimento, tendo Davi experiência disso mais tarde. 0 seu primeiro casamento, com Mical, a filha de Saul, havia sido desfeito pois o rei a deu como esposa para outro homem.
Novamente os zifeus foram até Saul para informá-lo onde Davi se encontrava. Esquecendo seu juramento anterior, Saul reuniu três mil homens escolhidos de Israel e foi buscá-lo.
Davi ficou no deserto. Ele era um bom guerreiro, conhecia bem o território, e contava com soldados leais dispostos a morrer com ele ou por ele. Saul não conhecia o território, e não tinha motivos para confiar na lealdade dos seus soldados. Davi mandou espias para verificar se de fato Saul tinha vindo atrás dele - parecia incrível! Davi era tão senhor da situação que pôde ir pessoalmente ao lugar onde Saul havia se acampado e ver onde Saul e o comandante do seu exército estavam deitados.
Davi voltou outra vez, de noite, com seu sobrinho Abisai, e foi até onde eles estavam dormindo. Abisai disse que Deus havia entregue Saul nas mãos de Davi, e que ele, Abisai, poderia matá-lo ali mesmo em um instante com um só golpe de lança.
Era outra prova para Davi: podia agora eliminar aquele que desejava a sua morte. Mas Davi decidiu deixá-lo vivo para que ele morresse, ou por ação direta do SENHOR, ou por morte natural, ou em batalha. Ele conhecia Aquele que disse: "A mim pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo…" (Deuteronômio 32:35).
Antes ele estava disposto a matar Nabal e todos os seus homens. Agora recusava eliminar seu inimigo mais ferrenho. A diferença era que este havia sido colocado em sua posição de autoridade por Deus, e Davi se submetia a ele mesmo com risco da própria vida.
Abisai acatou a decisão de Davi e voltou com ele para o seu esconderijo, levando apenas a lança e a bilha d'água da cabeceira de Saul. Ninguém percebeu que tinham estado ali porque um profundo sono veio sobre todos eles da parte do SENHOR.
Desta vez Davi se pôs no cume do monte com uma boa distância entre ele e o exército de Saul, e de lá bradou de forma que todos ouvissem, chamando Abner, o comandante do exército de Saul Despertando do sono, Abner não entendeu a princípio o que estava acontecendo. Davi, sem se identificar, repreendeu-o por não ter mantido vigilância, permitindo que alguém chegasse até Saul: era uma falta grave, digna da pena de morte. E lhe mostrou a lança e a bilha d'água que havia levado. Abner ficou desmoralizado.
Saul percebeu que a voz era de Davi e falou com ele. Davi indagou por que Saul o estava perseguindo: se fosse a vontade de Deus, Davi ofereceria um sacrifício expiatório a Ele; se fossem outros homens, eles seriam malditos porque o estavam afastando da sua terra como que obrigando-o a servir a outros deuses.
Saul reconheceu o seu pecado e loucura e pediu que Davi voltasse. Mas Davi apenas disse que queria que a sua vida fosse tão preciosa diante do SENHOR quanto a vida de Saul tinha sido para ele.
Saul o abençoou e cada um seguiu o seu caminho. Não se encontraram mais.
Capítulo 25:
1 E faleceu Samuel, e todo os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. E Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.
2 E havia um homem em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; e era este homem mui poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo.
3 E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher, Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa, porém o homem era duro e maligno nas obras; e era da casa de Calebe.
4 E ouviu Davi, no deserto, que Nabal tosquiava as suas ovelhas,
5 e enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens: Subi ao Carmelo e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está.
6 E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz!
7 Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores; ora, os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo.
8 Pergunta-o aos teus jovens, e eles to dirão; estes jovens, pois, achem graça a teus olhos, porque viemos em bom dia; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.
9 Chegando, pois, os jovens de Davi e tendo falado a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, se calaram.
10 E Nabal respondeu aos criados de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, e cada um foge a seu senhor.
11 Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?
12 Então, os jovens de Davi se tornaram para o seu caminho, e voltaram, e vieram, e lhe anunciaram tudo, conforme todas estas palavras.
13 Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.
14 Porém um dentre os jovens o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém ele se lançou a eles.
15 Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos faltou em todos os dias que conversamos com eles, quando estávamos no campo.
16 De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
17 Olha, pois, agora, e vê o que hás de fazer porque já de todo determinado está o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar.
18 Então, Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos,
19 e disse aos seus jovens: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. Isso, porém, não declarou a seu marido Nabal.
20 E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e encontrou-se com eles.
21 E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
22 Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino.
23 Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.
24 E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva.
25 Meu senhor, agora não faça este homem de Belial, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os jovens de meu senhor, que enviaste.
26 Agora, pois, meu senhor, vive o SENHOR, e vive a tua alma, que o SENHOR te impediu de vires com sangue e de que a tua mão te salvasse; e, agora, tais quais Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram mal contra o meu senhor,
27 e agora esta é a bênção que trouxe a tua serva a meu senhor; dê-se aos jovens que andam após as pisadas de meu senhor.
28 Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o SENHOR casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do SENHOR, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias.
29 E, levantando-se algum homem para te perseguir e para procurar a tua morte, então, a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR, teu Deus; porém a vida de teus inimigos se arrojará ao longe, como do meio do côncavo de uma funda.
30 E há de ser que, usando o SENHOR com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti e te tiver estabelecido chefe sobre Israel,
31 então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar no coração o sangue que sem causa derramaste, nem tampouco o haver-se salvado meu senhor a si mesmo; e, quando o SENHOR fizer bem a meu senhor, lembra-te, então, da tua serva.
32 Então, Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro.
33 E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse.
34 Porque, na verdade, vive o SENHOR, Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal, que se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal, até à luz da manhã, nem mesmo um menino.
35 Então, Davi tomou da sua mão o que tinha trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vês aqui que tenho dado ouvidos à tua voz e tenho aceitado a tua face.
36 E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre nele, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe deu a entender palavra alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã.
37 Sucedeu, pois, que pela manhã, havendo já saído de Nabal o vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas palavras; e se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra.
38 E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu.
39 E, ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o SENHOR, que pleiteou o pleito da minha afronta da mão de Nabal e deteve a seu servo do mal, fazendo o SENHOR tornar o mal de Nabal sobre a sua cabeça. E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher.
40 Vindo, pois, os criados de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher.
41 Então, ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor.
42 E Abigail se apressou, e se levantou, e montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher.
43 Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e também ambas foram suas mulheres.
44 Porque Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.
Capítulo 26:
1 E vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não está Davi escondido no outeiro de Haquila, à entrada de Jesimom?
2 Então, Saul se levantou e desceu ao deserto de Zife, e com ele três mil homens escolhidos de Israel, a buscar a Davi no deserto de Zife.
3 E acampou-se Saul no outeiro de Haquila, que está à entrada de Jesimom, junto ao caminho; porém Davi ficou no deserto e viu que Saul vinha após ele ao deserto.
4 Pois Davi enviou espias e soube que Saul vinha decerto.
5 E Davi se levantou e veio ao lugar onde Saul se tinha acampado; viu Davi o lugar onde se tinha deixado Saul e Abner, filho de Ner, chefe do seu exército; e Saul estava deitado dentro do lugar dos carros, e o povo estava acampado ao redor dele.
6 E respondeu Davi e falou a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe, dizendo: Quem descerá comigo a Saul ao arraial? E disse Abisai: Eu descerei contigo.
7 Vieram, pois, Davi e Abisai de noite ao povo, e eis que Saul estava deitado, dormindo dentro do lugar dos carros, e a sua lança estava pregada na terra à sua cabeceira; e Abner e o povo estavam deitados ao redor dele.
8 Então, disse Abisai a Davi: Deus te entregou, hoje, nas mãos a teu inimigo; deixa-mo, pois, agora, encravar com a lança de uma vez na terra, e não o ferirei segunda vez.
9 E disse Davi a Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem estendeu a sua mão contra o ungido do SENHOR e ficou inocente?
10 Disse mais Davi: Vive o SENHOR, que o SENHOR o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou descerá para a batalha e perecerá.
11 O SENHOR me guarde de que eu estenda a mão contra o ungido do SENHOR; agora, porém, toma lá a lança que está à sua cabeceira e a bilha da água, e vamo-nos.
12 Tomou, pois, Davi a lança e a bilha da água, da cabeceira de Saul, e foram-se; e ninguém houve que o visse, nem que o advertisse, nem que acordasse; porque todos estavam dormindo, pois havia caído sobre eles um profundo sono do SENHOR.
13 E Davi, passando à outra banda, pôs-se no cume do monte ao longe, de maneira que entre eles havia grande distância.
14 E Davi bradou ao povo e a Abner, filho de Ner, dizendo: Não responderás, Abner? Então, Abner respondeu e disse: Quem és tu, que bradas ao rei?
15 Então, disse Davi a Abner: Porventura, não és varão? E quem há em Israel como tu? Por que, pois, não guardaste tu o rei, teu senhor? Porque um do povo veio para destruir o rei, teu senhor.
16 Não é bom isso que fizeste; vive o SENHOR, que sois dignos de morte, vós que não guardastes a vosso senhor, o ungido do SENHOR; vede, pois, agora, onde está a lança do rei e a bilha da água, que tinha à sua cabeceira.
17 Então, conheceu Saul a voz de Davi e disse: Não é esta a tua voz, meu filho Davi? E disse Davi: Minha voz é, ó rei, meu senhor.
18 Disse mais: Por que persegue o meu senhor assim o seu servo? Pois que fiz eu? E que maldade se acha nas minhas mãos?
19 Ouve, pois, agora, te rogo, ó rei, meu senhor, as palavras de teu servo: Se o SENHOR te incita contra mim, cheire ele a oferta de manjares; porém, se são os filhos dos homens, malditos sejam perante o SENHOR; pois eles me têm repelido hoje, para que eu não fique apegado à herança do SENHOR, dizendo: Vai, serve a outros deuses.
20 Agora, pois, não se derrame o meu sangue na terra diante do SENHOR; pois saiu o rei de Israel em busca de uma pulga, como quem persegue uma perdiz nos montes.
21 Então, disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, porque não mandarei fazer-te mal; porque foi hoje preciosa a minha vida aos teus olhos. Eis que procedi loucamente e errei grandissimamente.
22 Davi, então, respondeu e disse: Eis aqui a lança do rei; passe cá um dos jovens e leve-a.
23 O SENHOR, porém, pague a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te tinha dado hoje na minha mão, porém não quis estender a minha mão contra o ungido do SENHOR.
24 E eis que, assim como foi a tua vida hoje de tanta estima aos meus olhos, de outra tanta estima seja a minha vida aos olhos do SENHOR, e ele me livre de toda tribulação.
25 Então, Saul disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi; pois grandes coisas farás e também prevalecerás. Então, Davi se foi pelo seu caminho, e Saul voltou para o seu lugar.
Capítulo 27:
1 Disse, porém, Davi no seu coração: Ora, ainda algum dia perecerei pela mão de Saul; não há coisa melhor para mim do que escapar apressadamente para a terra dos filisteus; para que Saul perca a esperança de mim e cesse de me buscar por todos os termos de Israel; e assim escaparei da sua mão.
2 Então, Davi se levantou e passou com os seiscentos homens que com ele estavam a Aquis, filho de Maoque, rei de Gate.
3 E Davi ficou com Aquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua casa; Davi, com ambas as suas mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita.
4 E, sendo Saul avisado de que Davi tinha fugido para Gate, não cuidou mais em o buscar.
5 E disse Davi a Aquis: Se eu tenho achado graça aos teus olhos, dá-me lugar numa das cidades da terra, para que ali habite; pois por que razão habitaria o teu servo contigo na cidade real?
6 Então, lhe deu Aquis, naquele dia, a cidade de Ziclague (pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje).
7 E foi o número dos dias que Davi habitou na terra dos filisteus um ano e quatro meses.
I SAMUEL 25:1 a 27:7