Sem dúvida Davi reconhecia que as tribulações que lhe sobrevieram eram conseqüência do seu pecado (2 Samuel 12:11). Ele amava muito aos seus filhos, e a dor que sentia pela morte violenta de Absalão foi aumentada pelo sentimento de culpa que tinha. Embora seu exército fosse vitorioso contra a revolta de Absalão, Davi sentiu-se derrotado. É mesmo até possível que Davi desejasse que eventualmente Absalão o sucedesse, legalmente, no trono. Ele se lastimava tanto que os combatentes que estavam com ele se retiraram para as suas tendas tristes, envergonhados e sentindo-se culpados.
O general Joabe - responsável pela morte de Absalão - percebeu o perigo da situação, pois o povo poderia acabar abandonando Davi por causa da falta de reconhecimento por parte dele do sacrifício que haviam feito para conseguir a vitória sobre os seus inimigos. Ele foi repreender o rei, mesmo correndo o risco de cair no seu desagrado.
Ele cumpriu com o que considerava ser o seu dever, mostrando ao rei que a sua atitude dava ao povo a impressão que estava mais interessado nos seus inimigos do que nos seus fiéis acompanhantes, e que estava sendo ingrato com os que haviam salvo a sua vida. Às vezes é necessário ter um confronto pessoal para resolver uma situação perigosa, para o próprio bem daquele que repreendemos.
Davi imediatamente percebeu a justiça do que Joabe lhe estava dizendo, e foi até a porta de cidade (Maanaim, onde ele se havia alojado quando fugia de Absalão), para conversar com o seu povo. Ao saber que ele estava lá, o povo saiu outra vez das suas tendas e foi ter com ele.
Enquanto isso, do outro lado do rio Jordão, todo o povo de Israel estava confuso. O rei Davi, que havia livrado a terra dos filisteus, estava no exílio e o seu filho, a quem haviam aclamado rei em seu lugar, estava morto. Que fazer? Eles discutiam entre si.
Iniciou-se um movimento para trazer o rei Davi de volta para restaurá-lo ao trono. É a atitude que devem tomar as igrejas de hoje, nos dias em que se assemelham à igreja de Laodicéia, quando Cristo diz: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" (Apocalipse 3:20).
Ouvindo isto, Davi usou como seus intermediários os sacerdotes Zadoque e Abiatar, fiéis a ele, para falar com os anciãos de Judá, para que tomassem a iniciativa de trazê-lo de volta a Jerusalém. Ele não queria voltar à força, mas retornar a pedido dos próprios rebeldes. A sua própria tribo deveria ser a primeira a prontificar-se a fazê-lo, não a última, como estava parecendo.
Num gesto político, Davi também instruiu-lhes que dissessem ao seu sobrinho Amasa, general de Absalão, que ele jurava dar-lhe o comando geral do seu exército em lugar de Joabe. Isso deve ter agradado a Amasa e aos da tribo de Judá, pois mandaram dizer a Davi que voltasse, com todos os seus homens.
O rei Davi então se pôs a caminho de volta, sendo encontrado pela tribo de Judá ao cruzar o rio Jordão.
Com eles apressou-se a vir Simei (que havia amaldiçoado Davi quando fugia de Absalão) com mil benjamitas, e Ziba (que havia mentido a Davi e com isso recebido dele as propriedades de Mefibosete), a fim de agradar a Davi. Decerto estavam receosos do castigo que mereciam.
Simei se humilhou diante de Davi, reconheceu que lhe havia feito mal, e pediu que o perdoasse. Mesmo contra a vontade dos seus generais, no entusiasmo do momento Davi o perdoou ali - mas não esqueceu a afronta e anos mais tarde, quando estava à morte, instruiu a Salomão que o matasse quando subisse ao trono (1 Reis 2:8,9).
Mefibosete também veio encontrar-se com Davi, e era óbvio pela sua aparência que ele realmente era leal a Davi e havia lamentado a saída dele de Jerusalém. A explicação que deu para o fato de não ter ido com Davi era evidentemente correta e foi aceita por Davi. Assim mesmo, Davi não puniu Ziba, apenas restituiu a Mefibosete a metade dos seus bens, que havia dado a Ziba. Mas Mefibosete revelou a sua grande lealdade ao rei ao dizer "Fique ele, muito embora, com tudo, pois já voltou o rei, meu senhor, em paz à sua casa".
Barzilai o gileadita, um gentio que havia sido generoso a Davi e aos seus homens enquanto estavam no exílio, acompanhou-o até a passagem do rio Jordão. Davi queria levá-lo com ele até Jerusalém para poder recompensá-lo regiamente por tudo o que ele havia feito.
Mas Barzilai nada quis - dizendo-se muito idoso para poder apreciar a comida e a música, ele achava que ia ser inutilmente pesado ao rei. Ele se contentava em ir um pouco além do Jordão em companhia do rei, para depois voltar para casa. Mas deixou Quimã, possivelmente o seu filho mais novo, com Davi. Seu nome aparece novamente, relacionado com uma hospedaria perto de Belém, Gerute-Quimã (Jeremias 41:17), do que se especula que ela teria sido um presente do rei Davi a Quimã. Também que alguns séculos mais tarde teriam passado por esta mesma hospedaria José e Maria. Quem sabe?
Já um grande cortejo se havia formado: todos os homens de Judá, e a metade dos homens das outras tribos. Mas o favoritismo que Davi havia demonstrado para com a sua própria tribo, e o fato que fora ela que o acompanhara ao atravessar o rio Jordão, levantou ciúmes por parte das outras. Elas não se satisfizeram com a explicação dada pelos homens de Judá, que era apenas porque Davi era seu parente e que eles não tinham obtido nenhuma vantagem pessoal com isso, e replicaram que tinham dez vezes mais direito ao privilégio do que Judá. Judá respondeu ainda com mais dureza, preparando o caminho para a rebelião de Seba.
Um homem perverso ("de Belial") chamado Seba, benjamita e possivelmente parente de Saul, aproveitou-se dessa altercação para promover-se a si próprio levantando uma rebelião contra o rei Davi.
Então, daquele cortejo, só ficaram os homens da tribo de Judá, seguindo os outros após Seba. Vemos depois que não eram muitos.
No entanto, Davi prosseguiu até Jerusalém, onde tomou posse da sua casa novamente e segregou as suas dez concubinas, que haviam sido violadas por Absalão, para que vivessem como se fossem viúvas pelo resto das suas vidas.
Tendo substituído Joabe por Amasa, Davi deu-lhe ordem para que reunisse os homens de Judá no prazo de três dias diante dele em Jerusalém.
Amasa no entanto atrasou-se e Davi, ansioso para dar fim à rebelião de Seba, antes que ele com seus homens pudessem se colocar dentro de uma cidade fortificada, enviou Abisai com os homens da guarda e os outros disponíveis para saírem em perseguição a Seba.
Joabe ia com eles, e no caminho encontraram Amasa que vinha de volta. Joabe então o matou traiçoeiramente. A vista do seu corpo no meio do caminho atrasou um pouco a marcha, mas foi afastado e a perseguição continuou até a cidade de Abel-Bete-Maaca, onde Seba e seus homens haviam se refugiado.
Joabe havia já assumido o comando, cercou a cidade e preparava um aterro para assaltá-la quando uma mulher sábia chamou por ele de dentro da cidade e, ao ser informada que ele só queria Seba, ela propôs lançar a cabeça dele pelo muro. Aceita a proposta, ela avisou os homens da cidade, que prontamente decapitaram Seba e jogaram a sua cabeça a Joabe. Isso foi o fim da rebelião.
Mas Davi não conseguira se livrar de Joabe: ele voltou a ocupar o posto de comandante geral do seu exército. Temos a seguir uma nova lista dos oficiais mais importantes do reino de Davi, que pouco difere da lista encontrada no capítulo 8 ver. 15.
Capítulo 19:
1 E disseram a Joabe: Eis que o rei anda chorando e lastima-se por Absalão.
2 Então, a vitória se tornou, naquele mesmo dia, em tristeza para todo o povo; porque, naquele mesmo dia, o povo ouvira dizer: Mui triste está o rei por causa de seu filho.
3 E, naquele mesmo dia, o povo entrou às furtadelas na cidade, como o povo de vergonha se escoa quando foge da peleja.
4 Estava, pois, o rei com o rosto coberto; e o rei gritava a alta voz: Meu filho Absalão, Absalão, meu filho, meu filho!
5 Então, entrou Joabe ao rei, em casa, e disse: Hoje, envergonhaste a face de todos os teus servos, que livraram hoje a tua vida, e a vida de teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e a vida de tuas concubinas,
6 amando tu aos que te aborrecem e aborrecendo aos que te amam; porque, hoje, dás a entender que nada valem para contigo capitães e servos; porque entendo, hoje, que, se Absalão vivesse, e todos nós, hoje, fôssemos mortos, então, bem te parecera aos teus olhos.
7 Levanta-te, pois, agora; sai e fala conforme o coração de teus servos; porque, pelo SENHOR, te juro que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo esta noite; e maior mal te será isso do que todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora.
8 Então, o rei se levantou e se assentou à porta, e fizeram saber a todo o povo, dizendo: Eis que o rei está assentado à porta. Então, todo o povo veio apresentar-se diante do rei; porém Israel fugiu cada um para as suas tendas.
9 E todo o povo, em todas as tribos de Israel, andava altercando entre si, dizendo: O rei nos tirou das mãos de nossos inimigos, e ele nos livrou das mãos dos filisteus; e agora fugiu da terra por causa de Absalão.
10 E Absalão, a quem ungimos sobre nós, já morreu na peleja; agora, pois, por que vos calais e não fazeis voltar o rei?
11 Então, o rei Davi enviou a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes, dizendo: Falai aos anciãos de Judá, dizendo: Por que seríeis vós os últimos em tornar a trazer o rei para a sua casa? (Porque as palavras de todo o Israel chegaram ao rei, até à sua casa.)
12 Vós sois meus irmãos, meus ossos e minha carne sois vós; por que, pois, seríeis os últimos em tornar a trazer o rei?
13 E a Amasa direis: Porventura, não és tu meu osso e minha carne? Assim me faça Deus, e outro tanto, se não fores chefe do arraial diante de mim para sempre, em lugar de Joabe.
14 Assim, moveu o coração de todos os homens de Judá, como o de um só homem; e enviaram ao rei, dizendo: Volta tu com todos os teus servos.
15 Então, o rei voltou e chegou até ao Jordão; e Judá veio a Gilgal, para ir encontrar-se com o rei, à outra banda do Jordão.
16 E apressou-se Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, que era de Baurim; e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi.
17 E com ele mil varões de Benjamim, como também Ziba, servo da casa de Saul, e seus quinze filhos, e seus vinte servos com ele; e prontamente passaram o Jordão adiante do rei.
18 E, passando a barca, para fazer passar a casa do rei e para fazer o que bem parecesse aos seus olhos, então, Simei, filho de Gera, se prostrou diante do rei, passando ele o Jordão.
19 E disse ao rei: Não me impute meu senhor a minha culpa, e não te lembres do que tão perversamente fez teu servo, no dia em que o rei, meu senhor, saiu de Jerusalém; não conserve o rei isso no coração.
20 Porque teu servo deveras confessa que eu pequei; porém eis que eu sou o primeiro que de toda a casa de José desci a encontrar-me com o rei, meu senhor.
21 Então, respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria, pois, Simei por isso, havendo amaldiçoado ao ungido do SENHOR?
22 Porém Davi disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, para que hoje me sejais adversários? Morreria alguém hoje em Israel? Por que, porventura, não sei que hoje fui feito rei sobre Israel?
23 E disse o rei a Simei: Não morrerás. E o rei lho jurou.
24 Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado as suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz.
25 E sucedeu que, vindo ele a Jerusalém a encontrar-se com o rei, disse-lhe o rei: Por que não foste comigo, Mefibosete?
26 E disse ele: Ó rei, meu senhor, o meu servo me enganou; porque o teu servo dizia: Albardarei um jumento, e nele montarei, e irei com o rei; pois o teu servo é coxo.
27 De mais disso, falsamente acusou o teu servo diante do rei, meu senhor; porém o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus; faze, pois, o que parecer bem aos teus olhos.
28 Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; e, contudo, puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa; e que mais direito tenho eu de clamar ao rei?
29 E disse-lhe o rei: Por que ainda falas mais de teus negócios? Já disse eu: Tu e Ziba, reparti as terras.
30 E disse Mefibosete ao rei: Tome ele também tudo, pois já veio o rei, meu senhor, em paz à sua casa.
31 Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim e passou com o rei o Jordão, para o acompanhar à outra banda do Jordão.
32 E era Barzilai mui velho, da idade de oitenta anos; e ele tinha sustentado o rei, quando tinha a sua morada em Maanaim, porque era homem mui grande.
33 E disse o rei a Barzilai: Passa tu comigo, e sustentar-te-ei comigo em Jerusalém.
34 Porém Barzilai disse ao rei: Quantos serão os dias dos anos da minha vida, para que suba com o rei a Jerusalém?
35 Da idade de oitenta anos sou eu hoje; poderia eu discernir entre bom e mau? Poderia o teu servo ter gosto no que comer e beber? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras? E por que será o teu servo ainda pesado ao rei, meu senhor?
36 Com o rei passará teu servo ainda um pouco mais além do Jordão; e por que me recompensará o rei com tal recompensa?
37 Deixa voltar o teu servo, e morrerei na minha cidade junto à sepultura de meu pai e de minha mãe; mas eis aí está o teu servo Quimã; que passe com o rei, meu senhor, e faze-lhe o que bem parecer aos teus olhos.
38 Então, disse o rei: Quimã passará comigo, e eu lhe farei como bem parecer aos teus olhos, e tudo quanto me pedires te farei.
39 Havendo, pois, todo o povo passado o Jordão, e, passando também o rei, beijou o rei a Barzilai e o abençoou; e ele voltou para o seu lugar.
40 E dali passou o rei a Gilgal, e Quimã passou com ele; e todo o povo de Judá conduziu o rei, como também a metade do povo de Israel.
41 E eis que todos os homens de Israel vieram ao rei e disseram ao rei: Por que te furtaram nossos irmãos, os homens de Judá, e conduziram o rei e a sua casa por sobre o Jordão e todos os homens de Davi com eles?
42 Então, responderam todos os homens de Judá aos homens de Israel: Porquanto o rei é nosso parente; e por que vos irais por isso? Porventura, comemos à custa do rei ou nos apresentou algum presente?
43 E responderam os homens de Israel aos homens de Judá e disseram: Dez partes temos no rei e até em Davi mais temos nós do que vós; porque, pois, fizestes pouca conta de nós, para que a nossa palavra não fosse a primeira, para tornar a trazer o nosso rei? Porém a palavra dos homens de Judá foi mais forte do que a palavra dos homens de Israel.
Capítulo 20
1 Então, se achou ali, por acaso, um homem de Belial, cujo nome era Seba, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual tocou a buzina e disse: Não temos parte em Davi, nem herança no filho de Jessé; cada um às suas tendas, ó Israel.
2 Então, todos os homens de Israel deixaram de seguir Davi e seguiram Seba, filho de Bicri; porém os homens de Judá se uniram ao seu rei, desde o Jordão até Jerusalém.
3 Vindo, pois, Davi para sua casa, a Jerusalém, tomou o rei as dez mulheres, suas concubinas, que deixara para guardarem a casa, e as pôs numa casa em guarda, e as sustentava; porém não entrou a elas; e estiveram encerradas até ao dia da sua morte, vivendo como viúvas.
4 Disse mais o rei a Amasa: Convoca-me os homens de Judá para o terceiro dia e tu, então, apresenta-te aqui.
5 E foi Amasa para convocar a Judá; porém demorou-se além do tempo que lhe tinha designado.
6 Então, disse Davi a Abisai: Mais mal agora nos fará Seba, o filho de Bicri, do que Absalão; pelo que toma tu os servos de teu senhor e persegue-o, para que, porventura, não ache para si cidades fortes e escape dos nossos olhos.
7 Então, saíram atrás dele os homens de Joabe, e os quereteus, e os peleteus, e todos os valentes; estes saíram de Jerusalém para irem atrás de Seba, filho de Bicri.
8 Chegando eles, pois, à pedra grande que está junto a Gibeão, Amasa veio perante eles; e estava Joabe cingido da sua roupa que vestiu e sobre ela um cinto com a espada, em seus lombos, na sua bainha; e, adiantando-se ele, lhe caiu.
9 E disse Joabe a Amasa: Vai contigo bem, meu irmão? E Joabe, com a mão direita, pegou da barba de Amasa, para o beijar.
10 E Amasa não se resguardou da espada que estava na mão de Joabe, de sorte que este o feriu com ela na quinta costela e lhe derramou por terra as entranhas; e não o feriu segunda vez, e morreu; então, Joabe e Abisai, seu irmão, foram atrás de Seba, filho de Bicri.
11 Mas um dentre os moços de Joabe parou junto a ele e disse: Quem há que bem queira a Joabe e quem seja por Davi, siga a Joabe.
12 E Amasa estava envolto no seu sangue no meio do caminho; e, vendo aquele homem que todo o povo parava, desviou a Amasa do caminho para o campo e lançou sobre ele um manto; porque via que todo aquele que chegava a ele parava.
13 E, como estava apartado do caminho, todos os homens seguiram a Joabe, para perseguirem a Seba, filho de Bicri.
14 E passou por todas as tribos de Israel até Abel-Bete-Maaca e a todos os beritas; e ajuntaram-se todos e também o seguiram.
15 E vieram, e o cercaram em Abel-Bete-Maaca, e levantaram uma tranqueira contra a cidade, assim que já estava em frente do antemuro; e todo o povo que estava com Joabe batia no muro, para o derribar.
16 Então, uma mulher sábia gritou de dentro da cidade: Ouvi, ouvi, peço-vos que digais a Joabe: Chega-te cá, para que eu te fale.
17 Chegou-se a ela, e disse a mulher: Tu és Joabe? E disse ele: Eu sou. E ela lhe disse: Ouve as palavras de tua serva. E disse ele: Ouço.
18 Então, falou ela, dizendo: Antigamente, costumava-se falar, dizendo: Certamente, pediram conselho a Abel; e assim o cumpriam.
19 Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em Israel; e tu procuras matar uma cidade que é mãe em Israel; por que, pois, devorarias a herança do SENHOR?
20 Então, respondeu Joabe e disse: Longe, longe de mim que eu tal faça, que eu devore ou arruíne!
21 A coisa não é assim; porém um só homem do monte de Efraim, cujo nome é Seba, filho de Bicri, levantou a mão contra o rei, contra Davi; entregai-me só este, e retirar-me-ei da cidade. Então, disse a mulher a Joabe: Eis que te será lançada a sua cabeça pelo muro.
22 E a mulher, na sua sabedoria, entrou a todo o povo, e cortaram a cabeça de Seba, filho de Bicri, e a lançaram a Joabe; então, tocou este a buzina, e se retiraram da cidade, cada um para as suas tendas. E Joabe voltou a Jerusalém, ao rei.
23 E Joabe estava sobre todo o exército de Israel; e Benaia, filho de Joiada, sobre os quereteus e sobre os peleteus;
24 e Adorão, sobre os tributos; e Josafá, filho de Ailude, era o chanceler;
25 e Seva, o escrivão; e Zadoque e Abiatar, os sacerdotes;
26 e também Ira, o jairita, era o oficial-mor de Davi.
2 SAMUEL 19 e 20