Estes últimos quatro capítulos do livro de 2 Samuel relatam alguns acontecimentos que não obedecem à ordem cronológica, apenas aconteceram "durante os dias de Davi".
Não sabemos quando aconteceram os três anos de fome relatados aqui, assumindo-se que foi pouco depois de Davi assumir o reino de Israel, depois da morte do rei Saul, pois vieram em conseqüência da ação de Saul.
Séculos antes, sem consultar o SENHOR, Josué e os príncipes de Israel haviam feito um voto solene, em nome do SENHOR, de conservar a vida dos gibeonitas (Josué 9:15-19).
Saul havia procurado destruí-los, assim quebrando esse voto. Por ser ele o rei, todo o povo se tornara responsável e estava sendo castigado. Ao ser consultado por Davi, o SENHOR lhe disse que havia culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua família, por haver ele matado os gibeonitas.
Era necessário satisfazer a justiça, e Davi perguntou aos gibeonitas que resgate queriam do povo de Israel, a "herança do SENHOR", para satisfazê-los. Os gibeonitas disseram que nada queriam do povo de Israel, mas como a ofensa vinha de Saul (já morto), pediam que lhe dessem sete dos seus descendentes para que os enforcassem diante do SENHOR.
Davi então lhes deu os dois filhos que Saul teve com sua concubina Rispa e cinco netos de Saul, filhos de sua filha Merabe. Merabe era a filha mais velha de Saul e deveria ter sido dada como mulher a Davi (1 Samuel 18:19). Os gibeonitas os enforcaram.
A dedicação de Rispa aos corpos dessas vítimas, permanecendo junto deles sobre uma penha dia e noite comoveu Davi, que então mandou buscar os ossos de Saul e Jônatas e os enterrou com os corpos dos enforcados na sepultura de Quis, pai de Saul. Depois disto Deus se tornou favorável para com a terra.
Temos em seguida um relato dos quatro gigantes entre os filisteus que Davi e os seus homens enfrentaram e venceram. Depois de Davi ser quase morto pelo primeiro, seus homens juraram que ele nunca mais sairia com eles para a guerra, indicação que isto aconteceu quando ele já estava ficando velho.
Este salmo foi provavelmente escrito depois que ele se firmou no trono, expulsos os filisteus da terra de Canaã. O seu tema é de louvor ao SENHOR pelo livramento que lhe dera dos seus inimigos, e pelas inúmeras bênçãos recebidas.
Davi era um músico e um compositor de muito talento. Este salmo é uma bela composição literária, e fala do maravilhoso relacionamento que pode haver entre um homem e o Deus Todo-Poderoso, através das lutas enfrentadas com o inimigo das nossas almas.
Encontramos algo muito parecido, com algumas variações, no Salmo 18 e algumas das frases são repetidas no Novo Testamento (p.ex. v.3 em Hebreus 2:13, v.50 em Romanos 15:9). Deste ponto de vista profético, podemos analisar o salmo como segue:
Louvor a Deus por ouvir e responder a oração (ver. 2-4).
A morte se acercando do Salvador (ver. 5-7a).
Deus prevenindo sobre as forças do mal que procuram evitar, sem sucesso, a ressurreição (ver .7b - 20).
Razões por que Deus ressuscitou o Messias (ver. 21-30).
A segunda vinda do Messias, quando Ele destruirá os Seus inimigos (ver. 31-43).
O glorioso reino do Messias (ver. 44-51).
O primeiro versículo introduz as últimas palavras inspiradas de Davi, em forma de poesia. Encontramos aqui quatro declarações:
Davi era filho de Jessé: Jessé era um camponês, fazendeiro em Belém e Davi o seu oitavo filho. Sua origem era humilde.
Davi era o homem que foi exaltado: pela graça de Deus ele se tornou o rei de Israel, o trono ficou com a sua descendência, dele séculos mais tarde procedeu o Messias, e ele reinará sobre Israel durante o milênio.
Concernente ao ungido do Deus de Jacó: Davi fora ungido para ser rei. Mas a poesia que se segue fala profeticamente do Ungido de Deus, o Messias.
Do mavioso salmista de Israel: mais do que a sua vida notável e tempestuosa, Davi é lembrado pelas palavras dos seus salmos. A música original se perdeu através dos tempos. Música tocada em instrumentos para ser cantada com salmos e hinos contribui maravilhosamente para a beleza da adoração.
Iniciando com a descrição do governador ideal, o Messias, que "é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva", neste poema Davi profeticamente faz entrever que por causa da sua aliança com Deus, o Messias virá da sua descendência, donde lhe virá a salvação. Termina com o juízo sobre os "filhos de Belial", os rebeldes, quando Ele assumir o seu reinado.
Em seguida temos o rol dos homens valentes de Davi. Nota-se a ausência de Joabe, decerto por sua malignidade ao matar Abner e Amasa traiçoeiramente, e o indefeso Absalão.
Os atos de heroísmo desses homens são lembrados perpetuamente na Escritura Sagrada. Isso nos lembra que também tudo aquilo que fazemos na obra do Senhor Jesus Cristo, a coragem e a fé que demonstramos através das provas e aflições, e a nossa fidelidade a Ele em nossa luta contra as hostes das trevas estão sendo registrados nos céus, e receberemos nosso galardão no tribunal de Cristo, depois do arrebatamento da Sua igreja (2 Coríntios 5:10).
Provavelmente este recenseamento foi feito no intervalo entre a tomada de Jerusalém, e a transferência para lá da arca do concerto.
Embora o primeiro versículo deixe a impressão que foi a ira de Deus que causou o recenseamento, a realidade foi o inverso: Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel (1 Crônicas 21:1). Isso desagradou a Deus, embora o tenha permitido. Joabe teve suficiente perspicácia para saber que era um pecado e procurou demover Davi, mas sem sucesso.
O SENHOR havia dado instruções a Moisés sobre recenseamento do povo: quando fosse feito, cada um dos recenseados tinha que pagar o resgate de meio siclo como oferta ao SENHOR, para que não houvesse praga entre o povo (Êxodo 30:11-15). Não vemos menção disto aqui - talvez Davi se esqueceu. Tudo indica que o recenseamento foi motivado pelo orgulho de Davi na força do seu exército, esquecendo-se que as vitórias foram obtidas mediante a graça e o poder de Deus.
Logo ao saber o resultado Davi sentiu remorso, e pediu perdão a Deus, mas já era tarde. O SENHOR lhe propôs que escolhesse entre três castigos, todos tendo como conseqüência morte entre o povo.
Davi optou por uma praga de três dias, na expectativa da misericórdia do SENHOR.
Quando o Anjo de SENHOR estava para destruir Jerusalém o SENHOR o deteve. Davi implorou a Deus que poupasse o povo e castigasse a ele próprio e à sua família. Através do seu profeta Gade o SENHOR mandou que Davi oferecesse um holocausto e ofertas pacíficas ali mesmo numa eira. Davi o fez, comprando a eira e os bois para o sacrifício do dono, um gentio. A praga então cessou.
No lugar da eira, Salomão mais tarde construiu o templo, substituído depois pelo templo de Herodes. Hoje lá se encontra o Domo da Rocha dos muçulmanos, que provavelmente será substituído pelo templo do período da tribulação, e depois pelo templo do milênio.
Capítulo 21:
1 E houve, em dias de Davi, uma fome de três anos, de ano em ano; e Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas.
2 Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou (ora os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus, e os filhos de Israel lhes tinham jurado, porém Saul procurou feri-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá).
3 Disse, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que satisfação vos darei, para que abençoeis a herança do SENHOR?
4 Então, os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. E disse ele: Que é, pois, que quereis que vos faça?
5 E disseram ao rei: Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em termo algum de Israel,
6 de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao SENHOR, em Gibeá de Saul, o eleito do SENHOR. E disse o rei: Eu os darei.
7 Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do SENHOR, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.
8 Porém tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que tinha tido de Saul, a saber, a Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos da irmã de Mical, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita.
9 E os entregou na mão dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o SENHOR; e caíram estes sete juntamente; e foram mortos nos dias da sega, nos dias primeiros, no princípio da sega das cevadas.
10 Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma penha, desde o princípio da sega, até que destilou a água sobre eles do céu, e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo de noite.
11 E foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá, concubina de Saul.
12 Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul, e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da rua de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, quando os filisteus feriram a Saul em Gilboa.
13 E fez subir dali os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados.
14 Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai, e fizeram tudo o que o rei ordenara; e, depois disso, Deus se aplacou para com a terra.
15 Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos, e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou.
16 E Isbi-Benobe, que era dos filhos dos gigantes, e o peso de cuja lança tinha trezentos siclos de cobre, e que cingia uma espada nova, este intentou ferir Davi.
17 Porém Abisai, filho de Zeruia, o socorreu, e feriu o filisteu, e o matou; então, os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel.
18 E aconteceu, depois disso, que houve em Gobe ainda outra peleja contra os filisteus; então, Sibecai, o husatita, feriu a Safe, que era dos filhos dos gigantes.
19 Houve mais outra peleja contra os filisteus em Gobe; e Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, feriu Golias, o geteu, de cuja lança era a haste como eixo de tecelão.
20 Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos e em cada pé outros seis, vinte e quatro por todos, e também este nascera dos gigantes.
21 E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o feriu.
22 Estes quatro nasceram dos gigantes em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.
Capítulo 22:
1 E falou Davi ao SENHOR as palavras deste cântico, no dia em que o SENHOR o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul.
2 Disse, pois: O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador.
3 Deus é o meu rochedo, e nele confiarei; o meu escudo, e a força de minha salvação, e o meu alto retiro, e o meu refúgio. Ó meu Salvador, de violência me salvaste.
4 O SENHOR, digno de louvor, invoquei e de meus inimigos fiquei livre.
5 Porque me cercaram as ondas de morte, as torrentes de Belial me assombraram.
6 Cordas do inferno me cingiram, e encontraram-me laços de morte.
7 Estando em angústia, invoquei ao SENHOR e a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.
8 Então, se abalou e tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram e abalaram, porque ele se irou.
9 Subiu a fumaça de seus narizes, e, da sua boca, um fogo devorador; carvões se incenderam dele.
10 E abaixou os céus, e desceu, e uma escuridão havia debaixo de seus pés.
11 E subiu um querubim, e voou; e foi visto sobre as asas do vento.
12 E por tendas pôs as trevas ao redor de si, ajuntamento de águas, nuvens dos céus.
13 Pelo resplendor da sua presença, brasas de fogo se acendem.
14 Trovejou desde os céus o SENHOR e o Altíssimo fez soar a sua voz.
15 E disparou flechas e os dissipou; raios, e os perturbou.
16 E apareceram as profundezas do mar, os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão do SENHOR, pelo sopro do vento dos seus narizes.
17 Desde o alto enviou e me tomou; tirou-me das muitas águas.
18 Livrou-me do meu possante inimigo e daqueles que me tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu.
19 Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o SENHOR se fez o meu esteio.
20 E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer em mim.
21 Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu.
22 Porque guardei os caminhos do SENHOR e não me apartei impiamente do meu Deus.
23 Porque todos os seus juízes estavam diante de mim, e de seus estatutos me não desviei.
24 Porém fui sincero perante ele e guardei-me da minha iniqüidade.
25 E me retribuiu o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos seus olhos.
26 Com o benigno te mostras benigno, com o varão sincero te mostras sincero.
27 Com o puro te mostras puro, mas com o perverso te mostras avesso.
28 E o povo aflito livras, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás.
29 Porque tu, SENHOR, és a minha candeia; e o SENHOR clareia as minhas trevas.
30 Porque contigo passo pelo meio de um esquadrão, pelo meu Deus salto um muro.
31 O caminho de Deus é perfeito, e a palavra do SENHOR, refinada; ele é o escudo de todos os que nele confiam.
32 Porque, quem é Deus, senão o SENHOR? E quem é rochedo, senão o nosso Deus?
33 Deus é a minha fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho.
34 Faz ele os meus pés como os das cervas e me põe sobre as minhas alturas.
35 Instrui as minhas mãos para a peleja, de maneira que um arco de cobre se quebra pelos meus braços.
36 Também me deste o escudo da tua salvação e, pela tua brandura, me vieste a engrandecer.
37 Alargaste os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos.
38 Persegui os meus inimigos, e os derrotei, e nunca me tornei até que os consumisse.
39 E os consumi e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram, mas caíram debaixo dos meus pés.
40 Porque me cingiste de força para a peleja, fizeste abater debaixo de mim os que se levantaram contra mim.
41 E deste-me o pescoço de meus inimigos, daqueles que me tinham ódio, e os destruí.
42 Olharam, porém, não houve libertador, sim, para o SENHOR, porém não lhes respondeu.
43 Então, os moí como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei.
44 Também me livraste das contendas do meu povo; guardaste-me para cabeça das nações; o povo que não conhecia me servirá.
45 Os filhos de estranhos se me sujeitaram; ouvindo a minha voz, me obedeceram.
46 Os filhos de estranhos descaíram; e, cingindo-se, saíram dos seus encerramentos.
47 Vive o SENHOR, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação,
48 o Deus que me dá inteira vingança e sujeita os povos debaixo de mim,
49 e o que me tira dentre os meus inimigos; e tu me exaltas sobre os que contra mim se levantam; do homem violento me livras.
50 Por isso, ó SENHOR, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.
51 Ele é a torre das salvações do seu rei e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi e com a sua semente, para sempre.
Capítulo 23:
1 E estas são as últimas palavras de Davi. Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel:
2 O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.
3 Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.
4 E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando, pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra.
5 Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar.
6 Porém os filhos de Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão.
7 Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.
8 Estes são os nomes dos valentes que Davi teve: Josebe-Bassebete, filho de Taquemoni, o principal dos capitães; este era Adino, o eznita, que se opusera a oitocentos e os feriu de uma vez.
9 E, depois dele, Eleazar, filho de Dodô, filho de Aoí, entre os três valentes que estavam com Davi, quando provocaram os filisteus que ali se ajuntaram à peleja e quando de Israel os homens subiram,
10 este se levantou e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar a mão pegada à espada; e, naquele dia, o SENHOR operou um grande livramento; e o povo voltou atrás dele somente a tomar o despojo.
11 E, depois dele, Sama, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus.
12 Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR operou um grande livramento.
13 Também três dos trinta cabeças desceram e vieram no tempo da sega a Davi, à caverna de Adulão; e a multidão dos filisteus acampara no vale dos Refains.
14 Davi estava, então, num lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava, então, em Belém.
15 E teve Davi desejo e disse: Quem me dera beber da água da cisterna de Belém que está junto à porta!
16 Então, aqueles três valentes romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi; porém ele não a quis beber, mas derramou-a perante o SENHOR.
17 E disse: Guarda-me, ó SENHOR, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram a risco da sua vida? De maneira que não a quis beber. Isso fizeram aqueles três valentes.
18 Também Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era cabeça de três; e este alçou a sua lança contra trezentos, e os feriu, e tinha nome entre os três.
19 Porventura, este não era o mais nobre dentre estes três? Pois era o primeiro deles; porém aos primeiros três não chegou.
20 Também Benaia, filho de Joiada, filho de um homem valoroso de Cabzeel, grande em obras, este feriu dois fortes leões de Moabe; e desceu ele e feriu um leão no meio de uma cova, no tempo da neve.
21 Também este feriu um homem egípcio, homem de respeito; e na mão do egípcio havia uma lança, porém Benaia desceu a ele com um cajado, e arrancou a lança da mão do egípcio, e o matou com a sua própria lança.
22 Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada, pelo que teve nome entre os três valentes.
23 Dentre os trinta, ele era o mais nobre, porém aos três primeiros não chegou; e Davi o pôs sobre os seus guardas.
24 Asael, irmão de Joabe, estava entre os trinta, que eram: Elanã, filho de Dodô, de Belém;
25 Sama, harodita; Elica, harodita;
26 Heles, paltita; Ira, filho de Iques, tecoíta;
27 Abiezer, anatotita; Mebunai, husatita;
28 Zalmom, aoíta; Maarai, netofatita;
29 Helebe, filho de Baaná, netofatita; Itai, filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim;
30 Benaia, piratonita; Hidai, do ribeiro de Gaás;
31 Abi-Albom, arbatita; Azmavete, barumita;
32 Eliaba, saalbonita; os filhos de Jasém; e Jônatas;
33 Sama, hararita; Aião, filho de Sarar, ararita;
34 Elifelete, filho de Aasbai, filho de um maacatita; Eliã, filho de Aitofel, gilonita;
35 Hezrai, carmelita; Paarai, arbita;
36 Igal, filho de Natã, de Zobá; Bani, gadita;
37 Zeleque, amonita; Naarai, beerotita, o que trazia as armas de Joabe, filho de Zeruia;
38 Ira, jetrita; Garebe, jetrita;
39 Urias, heteu; trinta e sete por todos.
Capítulo 24
1 E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.
2 Disse, pois, o rei a Joabe, chefe do exército, o qual tinha consigo: Agora, rodeia por todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o número do povo.
3 Então, disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o SENHOR, teu Deus, a este povo cem vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei, meu senhor, o vejam; mas por que deseja o rei, meu senhor, este negócio?
4 Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe e contra os chefes do exército. Joabe, pois, saiu com os chefes do exército diante da face do rei, a numerar o povo de Israel.
5 E passaram o Jordão e puseram-se em campo junto a Aroer, à direita da cidade que está no meio do ribeiro de Gade, e junto a Jazer.
6 E vieram a Gileade e à terra baixa de Cades; também vieram até Dã-Jaã e ao redor de Sidom.
7 E vieram à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus, e saíram para a banda do sul de Judá, a Berseba.
8 Assim, rodearam por toda a terra e, ao cabo de nove meses e vinte dias, voltaram a Jerusalém.
9 E Joabe deu ao rei a soma do número do povo contado: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que arrancavam espada; e os homens de Judá eram quinhentos mil homens.
10 E o coração doeu a Davi, depois de haver numerado o povo, e disse Davi ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém agora, ó SENHOR, peço-te que traspasses a iniqüidade do teu servo; porque tenho procedido mui loucamente.
11 Levantando-se, pois, Davi pela manhã, veio a palavra do SENHOR ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo:
12 Vai e dize a Davi: Assim diz o SENHOR: três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça.
13 Veio, pois, Gade a Davi e fez-lho saber; e disse-lhe: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra; ou que por três meses fujas diante de teus inimigos, e eles te persigam; ou que por três dias haja peste na tua terra? Delibera, agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou.
14 Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do SENHOR, porque muitas são as suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.
15 Então, enviou o SENHOR a peste a Israel, desde pela manhã até ao tempo determinado; e, desde Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo.
16 Estendendo, pois, o Anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o Anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
17 E, vendo Davi ao Anjo que feria o povo, falou ao SENHOR e disse: Eis que eu sou o que pequei e eu o que iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai.
18 E Gade veio, naquele mesmo dia, a Davi e disse-lhe: Sobe, levanta ao SENHOR um altar na eira de Araúna, o jebuseu.
19 Davi subiu conforme a palavra de Gade, como o SENHOR lhe tinha ordenado.
20 E olhou Araúna e viu que vinham para ele o rei e os seus servos; saiu, pois, Araúna, e inclinou-se diante do rei com o rosto em terra.
21 E disse Araúna: Por que vem o rei, meu senhor, ao seu servo? E disse Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao SENHOR, para que este castigo cesse de sobre o povo.
22 Então, disse Araúna a Davi: Tome e ofereça o rei, meu senhor, o que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha.
23 Tudo isso deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei: O SENHOR, teu Deus, tome prazer em ti.
24 Porém o rei disse a Araúna: Não, porém por certo preço to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR, meu Deus, holocaustos que me não custem nada. Assim, Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata.
25 E edificou ali Davi ao SENHOR um altar e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas. Assim, o SENHOR se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel.
2 Samuel 21 a 24