Lemos em 2 Pedro 1:19-21 que profecia é como uma candeia que brilha no escuro, que nenhuma profecia da Escritura é uma interpretação pessoal de qualquer pessoa, nem provém da vontade humana, mas são todas elas a expressão de Deus através de homens movidos pelo Espírito Santo: isto naturalmente inclui as profecias no livro de Daniel.
As profecias que se encontram neste trecho, dos versículos 2 até 23, futuras ao tempo em que foram recebidas e transcritas por Daniel, foram cumpridas com exatidão desde o tempo dele até agora, provando que as profecias da Bíblia são relatos verdadeiros do futuro (a Escritura da Verdade, cap. 10:21), pois entram em detalhes que só Deus, onisciente, sabe. Como foram cumpridas ao pé da letra, aprendemos que é assim que devemos entender todas as profecias da Bíblia. Também isso nos dá uma prova incontestável da inspiração divina da Bíblia.
A seguir, vamos ver como essas profecias se cumpriram:
"Três reis estarão na Pérsia, e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia" (v.2).
Os três reis foram Assuero (Cambises), Artaxerxes (Pseudo-Smerdis), e Dario (Dario Histaspis); o quarto foi Xerxes, que aplicou parte da fortuna que herdou de seu pai na formação de um grande exército, com o qual invadiu a Grécia no ano 480 a.C., mas sem sucesso.
"Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver. Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles" (v.3 e 4). Este foi o rei Alexandre, o Grande, da Grécia, que conquistou toda a região do oriente médio. Ao morrer, ainda novo, seu reino foi dividido entre quatro generais: Cassandro (oeste), Lisímaco (norte), Seleuco (leste), e Ptolomeu (sul), os quatro ventos do céu. Nenhum descendente de Alexandre assumiu o poder, e toda a sua família se extinguiu dentro dos quinze anos após sua morte.
"Será forte o rei do sul; mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará poderosamente; seu domínio será grande" (ver. 5). A partir daqui a profecia se limita aos reinos que tinham influência direta sobre a terra de Israel: o reino de Seleuco (rei do norte) e o de Ptolomeu (rei do sul), e "rei do norte" e "rei do sul" não se refere apenas a estes, mas ao chefe do governo da época. Neste versículo o "rei do sul" foi Ptolomeu I, e "um dos seus príncipes" foi Seleuco I Nicator, seu protegido, cujo reino cresceu, indo de Israel atéa Índia, muito maior do que o de Ptolomeu I.
"Mas, ao fim de alguns anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas ela não reterá a força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos" (ver. 6). Ptolomeu II deu sua filha Berenice em casamento a Antíoco I (sucessor de Seleuco), mas Antíoco a abandonou em favor de sua ex-esposa Laodice, quando Ptolomeu morreu. Laodice envenenou Antíoco e persuadiu seu filho Seleuco Calínico, seu sucessor, a assassinar Berenice e seu filho.
"Mas de um renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará contra eles, e prevalecerá. Também os seus deuses com as suas imagens de fundição, com os seus objetos preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte" (ver. 7 e 8). O irmão de Berenice, Ptolomeu III, invadiu a Síria em 246 a.C., executou Laodice, e voltou para o Egito com grande despojo incluindo muitos ídolos e objetos sagrados, feitos de metais preciosos.
"E entrará no reino o rei do sul, e tornará para a sua terra. Mas seus filhos intervirão e reunirão uma multidão de grandes forças; e virá apressadamente e inundará, e passará adiante; e, voltando levará a guerra até a sua fortaleza. Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este porá em campo grande multidão, e aquela multidão será entregue na sua mão. A multidão será tirada e o seu coração se elevará; mas ainda que derrubará muitos milhares, contudo não prevalecerá. Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira, e ao fim dos tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muitas riquezas" (ver. 9 a 13). Aqui temos uma descrição das batalhas que ocorreram entre os selêucidas (rei do norte), e os ptolomeus (rei do Sul), entre 223 e 200 a.C.
"E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão" (ver. 14). Seguiram-se conspirações e sedições contra os ptolomeus. Os judeus que exploravam seu próprio povo ("dados à violência" - assim cumprindo profecias sobre o sofrimento dos judeus) foram por sua vez perseguidos por Antíoco III, o Grande.
"E o rei do norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir. O que, pois, há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá resistir diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão haverá destruição. E dirigirá o seu rosto, para vir com a potência de todo o seu reino, e com ele os retos, assim ele fará; e lhe dará uma filha das mulheres, para corrompê-la; ela, porém, não subsistirá, nem será para ele. Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio. Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado. E em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória do reino; mas em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha" (ver. 15-20). Antíoco o Grande derrotou o exército egípcio em Sidom, firmou um tratado com Ptolomeu V e lhe deu sua filha por esposa. Anexou o litoral da Ásia Menor e tentou, sem sucesso, invadir a Grécia. Foi derrotado pelos romanos na batalha da Magnésia (190 a.C.), forçado a lhes pagar tributo, morrendo pouco depois. Seu filho, Seleuco IV o sucedeu, lançando impostos pesados sobre o povo de Israel para poder pagar o tributo. Seu exator, Heliodorus, confiscou os tesouros do templo, mas poucos dias depois Seleuco IV morreu, envenenado.
"Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com engano. E com os braços de uma inundação serão varridos de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe da aliança. E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca gente. Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província, e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa e os despojos, e os bens, e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo. E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá, porque maquinarão projetos contra ele. E os que comerem os seus alimentos o destruirão; e o exército dele será arrasado, e cairão muitos mortos. Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa falarão a mentira; mas isso não prosperará, porque ainda verá o fim no tempo determinado. Então tornará para a sua terra com muitos bens, e o seu coração será contra a santa aliança; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra. No tempo determinado tornará a vir em direção do sul; mas não será na última vez como foi na primeira. Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; e voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; voltará e atenderá aos que tiverem abandonado a santa aliança. E braços serão colocados sobre ele, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício contínuo, estabelecendo abominação desoladora. E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas" (veers. 21-32). Seu filho mais novo, homem sem escrúpulos, cruel e devasso, mediante intrigas apoderou-se do trono, que havia sido dado ao seu sobrinho, Demétrio, e com a ajuda de aliados arrasou as forças que o sustentavam, tornando-se seu sucessor, Antíoco IV Epifânio (175-174 a.C.). Ele traiu seu maior aliado Eumenes, rei de Pérgamo, e seu irmão Átalo, persuadindo os romanos a reconhecê-lo mediante falsidades. Com um exército pequeno ele extraiu um rico botim das províncias mais ricas, e mostrou-se generoso para com seus amigos. Organizou diversas expedições militares contra o Egito, geralmente com sucesso, mas não conseguiu tomar Alexandria. Ele descarregou a sua ira contra Israel, matando 40.000 dos seus habitantes, vendendo muitos outros como escravos e roubou o templo. Quando foi finalmente expulso do Egito pelos romanos, vindo da ilha de Chipre (Quitim), ele declarou ilegais as cerimônias mosaicas, promoveu massacres, perseguições e profanações do templo em Jerusalém. Decretando que os seus súditos obedeceriam a uma única religião, ele mandou instalar um ídolo sobre o altar do templo e nele foram oferecidos sacrifícios de carne de porco. Ele continuou suas campanhas militares, com sucesso, na Pérsia, mas eventualmente foi forcado a recolher-se para a Babilônia. Ao saber que os judeus, liderados pelos macabeus, promoviam uma revolta violenta em Israel, ele morreu de desgosto em 164 a.C..
"E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado" (ver. 33-35). As tribulações do povo de Israel continuarão desde aquele tempo até o "fim do tempo" quando virá o Anticristo, e a Grande Tribulação dos judeus.
2 E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia.
3 Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver.
4 Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles.
5 E será forte o rei do sul; mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará poderosamente; seu domínio será grande.
6 Mas, ao fim de alguns anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas ela não reterá a força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos.
7 Mas de um renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará contra eles, e prevalecerá.
8 Também os seus deuses com as suas imagens de fundição, com os seus objetos preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte.
9 E entrará no reino o rei do sul, e tornará para a sua terra.
10 Mas seus filhos intervirão e reunirão uma multidão de grandes forças; e virá apressadamente e inundará, e passará adiante; e, voltando levará a guerra até a sua fortaleza.
11 Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este porá em campo grande multidão, e aquela multidão será entregue na sua mão.
12 A multidão será tirada e o seu coração se elevará; mas ainda que derrubará muitos milhares, contudo não prevalecerá.
13 Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira, e ao fim dos tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muitas riquezas.
14 E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão.
15 E o rei do norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
16 O que, pois, há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá resistir diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão haverá destruição.
17 E dirigirá o seu rosto, para vir com a potência de todo o seu reino, e com ele os retos, assim ele fará; e lhe dará uma filha das mulheres, para corrompê-la; ela, porém, não subsistirá, nem será para ele.
18 Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio.
19 Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado.
20 E em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória do reino; mas em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha.
21 Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com engano.
22 E com os braços de uma inundação serão varridos de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe da aliança.
23 E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca gente.
24 Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província, e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa e os despojos, e os bens, e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.
25 E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá, porque maquinarão projetos contra ele.
26 E os que comerem os seus alimentos o destruirão; e o exército dele será arrazado, e cairão muitos mortos.
27 Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa falarão a mentira; mas isso não prosperará, porque ainda verá o fim no tempo determinado.
28 Então tornará para a sua terra com muitos bens, e o seu coração será contra a santa aliança; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra.
29 No tempo determinado tornará a vir em direção do sul; mas não será na última vez como foi na primeira.
30 Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; e voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; voltará e atenderá aos que tiverem abandonado a santa aliança.
31 E braços serão colocados sobre ele, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício contínuo, estabelecendo abominação desoladora.
32 E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.
33 E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias.
34 E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas.
35 E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado.
Daniel capítulo 11, vers. 2 a 35