Devido à ação dos inimigos, houve uma paralisação nas obras de construção do templo. Então dois profetas, Ageu e Zacarias, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém, em nome do Deus de Israel.
Os dois deixaram profecias por escrito, que foram incorporadas no cânone do Velho Testamento. Vejamos um pequeno esboço desses dois livros:
Ageu (Festivo) nasceu no cativeiro na Babilônia e voltou a Jerusalém com Zorobabel na primeira expedição em 538 AC em obediência ao decreto de Ciro, rei da Pérsia.
O livro que tem o seu nome contém profecias feitas por ele durante um ano e três meses, cerca de dezesseis anos depois do retorno da Babilônia. Primeiro ele convocou o povo a voltar a trabalhar na reconstrução da Casa do Senhor, pois o povo estava dizendo que ainda não era tempo para isso e cuidava em embelezar suas residências. Por causa disso o SENHOR havia feito vir a seca sobre a terra.
Josué, Zorobabel e o resto do povo ouviram o que Ageu disse e temeram. Ageu os confortou com uma mensagem do SENHOR dizendo "Eu sou convosco, diz o SENHOR." Eles se animaram e logo começaram a trabalhar na Casa do SENHOR.
O SENHOR então mandou dizer ao povo que os que tivessem conhecido o antigo templo o comparassem com o que se via agora, e se esforçassem a trabalhar porque o SENHOR dos Exércitos era com eles, como quando saíram do Egito - que não temessem.
O SENHOR fez Ageu reiterar uma profecia dada antes por outros profetas, sobre o Dia do Senhor, quando "farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; e farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos." (Ageu 2:6,7).
Toda a riqueza pertence ao SENHOR, e naquele dia o novo templo terá uma glória ainda maior do que a da primeira, e naquele lugar o SENHOR dos Exércitos dará a paz.
Dois meses depois, Ageu trouxe outra mensagem do SENHOR pedindo a santificação do povo, antes de começarem a construção, "a partir desse dia em que se fundou o templo do SENHOR". Deus abençoou o povo a partir desse dia, e comunicou outra profecia a Zorobabel sobre o Dia do SENHOR, quando Zorobabel será honrado porque Deus o escolheu.
Zacarias ("O SENHOR é Lembrado") era realmente neto de Ido, e filho de Baraquias (Zacarias 1:1). Ele era ainda jovem quando começou a profetizar (Zacarias 2:4), um mês antes da última profecia de Ageu.
Praticamente só a primeira profecia no livro com o seu nome, e a profecia seguinte proferida três meses depois, dizem respeito àquele tempo. O resto do livro, com exceção de alguns poucos versículos, contém profecias ainda futuras mesmo para nós, concernentes ao Dia do SENHOR, dando detalhes, muitos em forma figurativa, que nos ajudam a compreender mais sobre o reino de Cristo na terra no milênio.
A primeira profecia pede o retorno do povo para o SENHOR. A segunda veio por meio de uma visão, interpretada por um anjo que conversava com ele, informando que o SENHOR estava velando por Jerusalém e por Sião, que Ele estava irado contra as nações "em descanso" e que Ele assegurava que a Sua casa seria edificada e as cidades aumentariam e prosperariam.
Sem dúvida eram profecias não só para admoestação mas também encorajadoras. O trabalho recomeçou, não por força do decreto de Ciro, mas pelo poder do Espírito Santo, falando através desses dois profetas.
Logo veio uma interpelação por parte do governador da província daquém do rio e seus companheiros persas, que foram até Jerusalém para verificar a legalidade do que estava sendo feito ali. Indagaram que autoridade tinham para a construção do templo e do muro e quem eram os responsáveis.
Obtendo as explicações, escreveram uma carta para Dario explicando a situação e pedindo a confirmação dele. Era razoável, pois a ordem para reconstrução do templo tinha sido dada por Ciro, seu antecessor, e convinha que Dario decidisse se ainda convinha continuar.
Dario mandou procurar nos arquivos a ordem dada por Ciro para a reconstrução do templo - e foi achada. Encontrando tudo legalmente em ordem, Dario imediatamente respondeu ao governador:
Que ele e os seus companheiros se apartassem de Jerusalém.
Que não interviessem na obra desta Casa de Deus, para que o governador dos judeus e os judeus a edificassem em seu lugar.
Que da fazenda do rei, dos tributos dalém do rio, se pagasse prontamente a despesa aos anciãos dos judeus, para que não fossem impedidos de edificar por falta de fundos.
Que diariamente fosse fornecido tudo o que fosse necessário para holocausto ao Deus dos céus segundo o rito dos sacerdotes de Jerusalém, como bezerros, carneiros, cordeiros, trigo, sal, vinho e azeite, para que não houvesse falta, e para que oferecessem sacrifícios de cheiro suave ao Deus dos céus e orassem pela vida do rei e de seus filhos.
Que no caso de todo homem que mudar esse decreto, um madeiro se arrancaria da sua casa, e, levantado, o pendurariam nele, e da sua casa se faria por isso um monturo.
Que o Deus que fez habitar ali o seu nome derribasse a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e para destruírem essa Casa de Deus, que está em Jerusalém.
O governador Tatenai e os seus homens obedeceram apressuradamente ao decreto de Dario.
Os anciãos dos judeus prosseguiram edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, e edificaram o templo e o aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e também de Artaxerxes, o rei seguinte.
O templo foi oficialmente terminado quatro anos depois do seu reinício, e foi devidamente consagrado com alegria por todo o povo de Israel que estava ali (516 AC), oferecendo cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, por expiação do pecado de todo o Israel, segundo o número das tribos de Israel.
Os sacerdotes e os levitas voltaram a ministrar em Jerusalém conforme a lei de Moisés, e a Páscoa foi regularmente celebrada no dia catorze do primeiro mês do calendário hebreu.
Os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem, e todos estavam limpos; e mataram o cordeiro da Páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
Também participaram da Páscoa todos os que a eles se apartavam da imundícia das nações da terra, para buscarem o SENHOR, Deus de Israel.
Celebraram também os sete dias da Festa dos Pães Asmos porque o SENHOR os tinha alegrado e tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da Casa de Deus, o Deus de Israel.
Capítulo 5:
1 E Ageu, profeta, e Zacarias, filho de Ido, profeta, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.
2 Então, se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a Casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam.
3 Naquele tempo, veio a eles Tatenai, governador daquém do rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros e disseram-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificardes esta casa e restaurardes este muro?
4 Então, assim lhes dissemos: E quais são os nomes dos homens que construíram este edifício?
5 Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio veio a Dario, e, então, responderam por carta sobre isso.
6 Cópia da carta que Tatenai, o governador daquém do rio, com Setar-Bozenai e os seus companheiros, os afarsaquitas, que estavam daquém do rio, enviaram ao rei Dario.
7 Enviaram-lhe uma relação; e assim estava escrito nela: Toda a paz ao rei Dario.
8 Seja notório ao rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, que se edifica com grandes pedras, e já a madeira se está pondo sobre as paredes; e essa obra apressuradamente se faz e se adianta em suas mãos.
9 Então, perguntamos aos anciãos e assim lhes dissemos: Quem vos deu ordem para edificardes esta casa e restaurardes este muro?
10 Demais disto, lhes perguntamos também pelos seus nomes, para tos declararmos, para que te pudéssemos escrever os nomes dos homens que são entre eles os chefes.
11 E esta resposta nos deram, dizendo: Nós somos servos do Deus dos céus e da terra e reedificamos a casa que foi edificada muitos anos antes; porque um grande rei de Israel a edificou e a aperfeiçoou.
12 Mas, depois que nossos pais provocaram à ira o Deus dos céus, ele os entregou nas mãos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu, o qual destruiu esta casa e transportou o seu povo para Babilônia.
13 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro deu ordem para que esta Casa de Deus se edificasse.
14 E até os utensílios de ouro e de prata, da Casa de Deus, que Nabucodonosor tomou do templo que estava em Jerusalém e os meteu no templo de Babilônia, o rei Ciro os tirou do templo de Babilônia, e foram dados a um homem cujo nome era Sesbazar, a quem nomeou governador.
15 E disse-lhe: Toma estes utensílios, e vai, e leva-os ao templo que está em Jerusalém, e faze edificar a Casa de Deus, no seu lugar.
16 Então, veio o dito Sesbazar e pôs os fundamentos da Casa de Deus, que está em Jerusalém; e desde então para cá se está edificando e ainda não está acabada.
17 Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se lá na casa dos tesouros do rei, que está em Babilônia, se é verdade haver uma ordem do rei Ciro para edificar esta Casa de Deus em Jerusalém; e sobre isso nos faça o rei saber a sua vontade.
Caqpítulo 6
1 Então, o rei Dario deu ordem, e buscaram na chancelaria, onde se metiam os tesouros em Babilônia.
2 E em Acmetá, no palácio que está na província de Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um memorial, que dizia assim:
3 No ano primeiro do rei Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: Com respeito à Casa de Deus em Jerusalém, essa casa se edificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura, de sessenta côvados, e a sua largura, de sessenta côvados,
4 com três carreiras de grandes pedras e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará da casa do rei.
5 Demais disto, os utensílios de ouro e de prata da Casa de Deus, que Nabucodonosor transportou do templo que estava em Jerusalém e levou para Babilônia, se tornarão a dar, para que vão ao seu lugar, ao templo que está em Jerusalém, e os levarão à Casa de Deus.
6 Agora, pois, Tatenai, governador de além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros, os afarsaquitas, que estais de além do rio, apartai-vos dali.
7 Deixa-os na obra desta Casa de Deus, para que o governador dos judeus e os judeus edifiquem esta Casa de Deus no seu lugar.
8 Também por mim se decreta o que haveis de fazer com os anciãos dos judeus, para que edifiquem a Casa de Deus, a saber, que da fazenda do rei, dos tributos dalém do rio, se pague prontamente a despesa a estes homens, para que não sejam impedidos.
9 E o que for necessário, como bezerros, e carneiros, e cordeiros, para holocausto ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes de dia em dia, para que não haja falta;
10 para que ofereçam sacrifícios de cheiro suave ao Deus dos céus e orem pela vida do rei e de seus filhos.
11 Também por mim se decreta que todo homem que mudar este decreto, um madeiro se arrancará da sua casa, e, levantado, o pendurarão nele, e da sua casa se fará por isso um monturo.
12 O Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e para destruírem esta Casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario, dei o decreto; apressuradamente se execute.
13 Então, Tatenai, o governador de além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros assim fizeram apressuradamente, conforme o que decretara o rei Dario.
14 E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia.
15 E acabou-se esta casa no dia terceiro do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario.
16 E os filhos de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram a consagração desta Casa de Deus com alegria.
17 E ofereceram para a consagração desta Casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, por expiação do pecado de todo o Israel, segundo o número das tribos de Israel.
18 E puseram os sacerdotes nas suas turmas e os levitas nas suas divisões, para o ministério de Deus, que está em Jerusalém, conforme o escrito do livro de Moisés.
19 E os que vieram do cativeiro celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês;
20 porque os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem, e todos estavam limpos; e mataram o cordeiro da Páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
21 Assim, comeram a Páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que a eles se apartavam da imundícia das nações da terra, para buscarem o SENHOR, Deus de Israel.
22 E celebraram a Festa dos Pães Asmos os sete dias com alegria, porque o SENHOR os tinha alegrado e tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da Casa de Deus, o Deus de Israel.
Esdras capítulos 5 e 6