A consagração é um ato pelo qual pessoas ou objetos são separados e dedicados ao serviço e ao culto de Deus. O SENHOR deu instruções minuciosas sobre a maneira como os sacerdotes e o tabernáculo deveriam ser consagrados.
O SENHOR ordenou que a consagração de tudo fosse feita por Moisés. Também a consagração do crente não é feita por ele próprio, nem por outro homem seja ele quem for: é algo que Deus faz por ele, em conseqüência da obra completada por Cristo.
Qualquer "consagração" feita por homens, às vezes incluindo imposição de mãos e outros rituais, é apenas humana. A imposição de mãos na igreja primitiva (1 Timóteo 4:14, 2 Timóteo 1:6) indicava apenas solidariedade no trabalho de um irmão (1 Timóteo 5:22), não a sua consagração como servo de Deus, nem a transmissão de qualquer dom especial da parte de Deus.
Antes de consagrar Arão e seus filhos, Moisés deveria providenciar os animais e outras coisas necessárias para o ato. Deus já providenciou tudo para a nossa consagração, como veremos.
Em seguida, o cerimonial consistia no seguinte:
Trazer Arão e seus filhos à porta do tabernáculo, onde Moisés tinha que lavá-los todos com água. Eles eram "batizados", pois o corpo todo era imerso na água. A lavagem cerimonial com água é típica da regeneração espiritual, a justificação por graça pelo Espírito Santo mediante Jesus Cristo, nosso Salvador (João 3:5, Tito 3:5-7), que é simbolizada pelo nosso batismo.
Vestir os sacerdotes com as vestes feitas conforme as instruções detalhadas que o SENHOR lhe havia dado. Consagração não é prometer usar o que somos e o que temos no serviço de Deus, mas sim pôr de lado o que somos e o que temos neste mundo (as velhas roupas) e virmos a Ele despidos de tudo, com as mãos vazias, reconhecendo nossa fraqueza e incapacidade, para que Ele nos vista com um novo caráter e nos habilite a fazer as Suas boas obras (as novas vestes sacerdotais).
Ungir Arão e seus filhos com o óleo da unção. Era um óleo muito perfumado, que deveria ser feito exatamente conforme uma receita que o SENHOR deu a Moisés, dedicado exclusivamente à consagração do tabernáculo, seus utensílios, e os sacerdotes. Se alguém compusesse óleo igual, ou dele pusesse em quem não fosse sacerdote, deveria ser eliminado do povo. Este cuidado todo era importante porque o óleo sagrado, feito das mais excelentes especiarias, representava o Espírito Santo. O sumo sacerdote simbolizava o Messias, o Senhor Jesus, chamado o Ungido de Deus (Atos 10:38), sobre quem o Espírito Santo desceu em seu batismo; Deus também unge todos os crentes em Cristo, seus novos sacerdotes, dando e selando-nos com o Espírito Santo quando da nossa conversão (2 Coríntios 1:21,22). Ninguém mais pode receber o Espírito Santo, de qualquer outra maneira (Atos 8:18-23). Notemos a ordem: primeiro Arão foi vestido e ungido, depois seus filhos. Também era necessário que Cristo viesse e completasse sua obra redentora antes que nós pudéssemos ser vestidos com a salvação que dele procede, e o Espírito Santo que Ele nos dá.
Arão e seus filhos tinham que impor as mãos sobre a cabeça do novilho trazido por Moisés, que depois devia ser imolado. Impor as mãos não transmitia qualquer coisa mágica ou espiritual para o novilho, apenas indicava que iria ser sacrificado pelo pecado deles. Depois de imolado, seu sangue, derramado pelo pecado dos sacerdotes, era colocado nos chifres e na base do altar. Todo sacrifício pelo pecado simboliza o único sacrifício aceitável como tal por Deus: o do seu Filho, Jesus Cristo, que Ele nos proveu. Seu sangue foi derramado ao pé da cruz, o Seu altar. Como o sacrifício pelo pecado tinha que ser queimado com fogo fora do arraial, também Jesus Cristo foi crucificado fora da cidade de Jerusalém.
Queimar o holocausto: um dos dois carneiros trazidos por Moisés, também identificado com Arão e os sacerdotes pela imposição das suas mãos, imolado, seu sangue era jogado ao redor do altar, seu corpo partido e lavado, depois queimado. Isto era aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR. Cristo se entregou a si mesmo por nós, como oferta em sacrifício a Deus em aroma suave (Efésios 5:2). Mas nosso amor a Deus e ao nosso próximo vale mais que todos sacrifícios de oferta queimada feitos debaixo da lei (Marcos 12:33), e nossas contribuições para os que estão no serviço de Deus são como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Filipenses 4:18). Este carneiro, portanto, fala-nos de nosso amor e comunhão com Deus, e com o Seus.
Sacrificar o segundo carneiro, também depois de identificado com Arão e os sacerdotes. O seu sangue era depois colocado na ponta da orelha direita, e o polegar das mãos e dos pés deles, sendo o restante jogado ao redor do altar. Esta providência marcava a dedicação dos sacerdotes ao serviço de Deus. Limpos, sem pecado, perfumados, gozando da comunhão de Deus, eles eram agora induzidos ao Seu serviço. Ouvindo somente a voz de Deus, suas mãos deveriam permanecer limpas, praticando a retidão, e seus pés deveriam caminhar no reto caminho da justiça, sem desviar para a direita ou para a esquerda, ou tropeçar e cair. Mediante o seu sangue, Cristo nos justificou, nos santificou, e nos dedicou ao serviço de Deus. Como os sacerdotes, devemos manter a consagração pelo sangue de Cristo do que ouvimos, fazemos e do nosso caminhar.
a) salpicar o sangue sobre o altar, e o óleo da unção, sobre as vestes sacerdotais, símbolo de santificação,
b) tomar a gordura e outras partes do carneiro, bem como um pão, um bolo, e uma obreia (pão asmo achatado) e queimá-los depois de movê-los diante do SENHOR.
c) tomar o peito do carneiro, movê-lo de um lado para o outro como oferta movida diante do Senhor, consagrá-lo junto com a coxa da porção que foi movida, depois cozê-los no lugar santo. Eles teriam que ser comidos somente por Arão e seus filhos, bem como os pães asmos trazidos por Moisés dentro do cesto.
Uma vez santificados pelo sangue, e pelo óleo, os sacerdotes agora podiam exercer o sacerdócio diante de Deus, oferecendo-lhe ofertas pacíficas, as ofertas movidas, e comer do sacrifício. Como eles, depois de purificados pelo sangue de Cristo, e ungidos pelo Espírito Santo, também podemos nos chegar diante de Deus, mediante Cristo, com nossas ofertas e sacrifícios de adoração, louvor, nossos corpos, e o que possuimos. Comemos do Pão de Deus, o Evangelho de Cristo, a Sua Palavra que nos foi dada pelo Espírito Santo.
O processo de consagração deveria ser repetido por sete dias, para completa purificação de Arão e seus filhos. O altar também precisava ser purificado e ungido repetidamente por sete dias. Depois disto, diariamente, eram feitos sacrifícios no altar de um cordeiro, pela manhã, e outro ao por do sol. Assim se recordava ao povo, duas vezes ao dia, que sangue inocente tinha que ser derramado pelos seus pecados. Esse sangue era figura de Cristo, que verteu o seu próprio, do que devemos constantemente nos lembrar (Hebreus 9:26).
Uma das coisas que distinguia o povo de Israel dos outros povos era a presença da glória do SENHOR com ele, na forma de núvem. Esta núvem lhes dava luz à noite, e indicava quando marchar ou parar. Nossa núvem é o Espírito Santo de Deus, que nos dirige mediante a sua Palavra, e nos ilumina o caminho quando as trevas nos cercam.
Capítulo 29
1 Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula,
2 e pão asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite; com flor de farinha de trigo os farás.
3 E os porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.
4 Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água;
5 depois, tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode.
6 E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra;
7 e tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás.
8 Depois, farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,
9 e os cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos.
10 E farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho;
11 e degolarás o novilho perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação.
12 Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar.
13 Também tomarás toda a gordura que cobre as entranhas, e o redenho de sobre o fígado, e ambos os rins, e a gordura que houver neles e queimá-los-ás sobre o altar;
14 mas a carne do novilho, e a sua pele, e o seu esterco queimarás com fogo fora do arraial; sacrifício por pecado é.
15 Depois, tomarás um carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do carneiro,
16 e degolarás o carneiro, e tomarás o seu sangue, e o espalharás sobre o altar ao redor;
17 e partirás o carneiro em suas partes, e lavarás as suas entranhas e as suas pernas, e as porás sobre as suas partes e sobre a sua cabeça.
18 Assim, queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o SENHOR, cheiro suave, uma oferta queimada ao SENHOR.
19 Depois, tomarás o outro carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do carneiro;
20 e degolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre a ponta da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito; e o resto do sangue espalharás sobre o altar ao redor.
21 Então, tomarás do sangue que estará sobre o altar e do azeite da unção e os espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes, e sobre seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; para que ele seja santificado, e as suas vestes, e também seus filhos, e as vestes de seus filhos com ele.
22 Depois, tomarás do carneiro a gordura, e a cauda, e a gordura que cobre as entranhas, e o redenho do fígado, e ambos os rins com a gordura que houver neles, e o ombro direito, porque é carneiro das consagrações;
23 e uma fogaça de pão, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão do cesto dos pães asmos que estiverem diante do SENHOR.
24 E tudo porás nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos; e com movimento o moverás perante o SENHOR.
25 Depois, o tomarás das suas mãos e o queimarás no altar sobre o holocausto por cheiro suave perante o SENHOR; oferta queimada ao SENHOR é.
26 E tomarás o peito do carneiro das consagrações, que é de Arão, e com movimento o moverás perante o SENHOR; e isto será a tua porção.
27 E santificarás o peito do movimento e o ombro da oferta alçada, que foram movidos e alçados do carneiro das consagrações que for de Arão e de seus filhos,
28 e será para Arão e para seus filhos por estatuto perpétuo dos filhos de Israel, porque é oferta alçada; e a oferta alçada será dos filhos de Israel; dos sacrifícios pacíficos, a sua oferta alçada será para o SENHOR.
29 E as vestes santas, que são de Arão, serão de seus filhos depois dele, para serem ungidos neles e sagrados neles.
30 Sete dias os vestirá aquele que de seus filhos for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da congregação para ministrar no santuário.
31 E tomarás o carneiro das consagrações e cozerás a sua carne no lugar santo;
32 e Arão e seus filhos comerão a carne deste carneiro e o pão que está no cesto à porta da tenda da congregação
33 e comerão as coisas com que for feita expiação, para consagrá-los e para santificá-los; mas um estranho não as comerá, porque santas são.
34 E se sobejar alguma coisa da carne das consagrações ou do pão até à manhã, o que sobejar queimarás com fogo; não se comerá, porque santo é.
35 Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos, conforme tudo o que eu tenho ordenado; por sete dias os sagrarás.
36 Também cada dia prepararás um novilho por sacrifício pelo pecado para as expiações e purificarás o altar, fazendo expiação sobre ele; e o ungirás para santificá-lo.
37 Sete dias farás expiação pelo altar e o santificarás, e o altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo.
38 Isto, pois, é o que oferecereis sobre o altar: dois cordeiros de um ano cada dia continuamente.
39 Um cordeiro oferecerás pela manhã e o outro cordeiro oferecerás à tardinha.
40 Com um cordeiro, a décima parte de um efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e, para libação, a quarta parte de um him de vinho,
41 e o outro cordeiro oferecerás à tardinha e com ele farás como com a oferta da manhã e conforme a sua libação, por cheiro suave; oferta queimada é ao SENHOR.
42 Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR, onde vos encontrarei para falar contigo ali.
43 E ali virei aos filhos de Israel para que por minha glória sejam santificados.
44 E santificarei a tenda da congregação e o altar; também santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio.
45 E habitarei no meio dos filhos de Israel e lhes serei por Deus,
46 e saberão que eu sou o SENHOR, seu Deus, que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu, o SENHOR, seu Deus.
Capítulo 40:
34 Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo,
35 de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo.
36 Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.
37 Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;
38 porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.
Êxodo capítulos 29 e 40:34-38