Jó admitiu a onipotência do SENHOR, e que nada poderia impedir os seus propósitos. Deus é plenamente capaz de fazer qualquer coisa, mas não comete alguma tolice, porque também é justo e onisciente. Ele faz o que está no contexto do Seu caráter, e é sempre fiel a Si mesmo.
Não podemos pedir que Deus faça algo contrário aos Seus próprios sábios propósitos, como se Ele fosse nosso menino de recados. Devemos sempre confiar em Seu muito mais sábio julgamento em todas as circunstâncias de nossas vidas. Pela mesma razão, não devemos reclamar de Deus na adversidade, como se Deus estivesse equivocado ao permitir que acontecesse conosco. Foi aqui que Jó errou.
Jó se referiu às perguntas anteriores que o SENHOR fizera a ele (Jó 38:2, 3), e de forma aberta e sem reservas admitiu que estivera falando sobre “coisas que para ele eram demasiado maravilhosas, e que ele não conhecia”. Ou seja, agora reconhecia que havia reclamado de Deus sobre o que ele não podia entender, coisas extraordinárias das quais era ignorante.
Jó tinha anteriormente deixado implícito que Deus de alguma forma carecia de sabedoria e de entendimento por submetê-lo ao seu sofrimento terrível. Agora ele tinha uma nova concepção de Deus: percebeu que não tinha condições para questionar Deus naquilo que fazia.
Jó disse que já ouvira falar de Deus - provavelmente por meio da tradição que vinha desde as primeiras eras. Mas agora estava vendo o SENHOR com seus próprios olhos (provavelmente uma das teofanias das quais o Antigo Testamento dá testemunho).
No início do livro, foi dito que Jó era "íntegro", e ele, evidentemente, se orgulhava da sua própria justiça, a julgar pelos seus discursos escritos no livro. Mas agora ele se abominava, quando seus olhos se abriram à sua insignificância e pobreza diante de Deus. Mas esta é a experiência dos santos de Deus ao longo dos tempos. D. L. Moody escreveu que " quanto mais crescemos na graça, mais insignificantes nos tornamos aos nossos próprios olhos".
Vendo a glória do SENHOR, ele agora se viu como realmente era, vil - e ele mesmo se abominava, arrependendo-se no pó e na cinza. Observamos aqui os passos do verdadeiro arrependimento na fé:
Quando aceitamos a evidência de que somos pecadores e indignos da presença de Deus, e deixamos de confiar em nossos próprios méritos e não tentamos mais viver segundo a nossa própria vontade, mas nos voltamos ao Deus vivo, isso é que é a verdadeira conversão.
Jó foi humilhado, reconheceu a soberania do SENHOR, confessou a sua arrogância e se arrependeu. Esta foi a sua conversão, e, desta forma o SENHOR cumpriu seu propósito na vida de Jó. Jó chegou a ver a si mesmo à luz da presença do SENHOR. "Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado. " 1 João 1:6,7.
1 Então respondeu Jó ao Senhor:
2 Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
3 Quem é este que sem conhecimento obscurece o conselho? por isso falei do que não entendia; coisas que para mim eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia.
4 Ouve, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me responderas.
5 Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.
6 Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.
Jó capítulo 42, versículos 1 a 6