Os juízes governavam o povo.
De quinze juízes (ou quatorze se omitirmos o "rei" Abimeleque), só temos o registro dos feitos de oito.
Depois da administração geral de Moisés e de Josué, cada tribo ficou com um chefe ou "príncipe" hereditário para dirigí-la, executar justiça e conduzí-la para a guerra, sendo eles auxiliados pelos chefes das famílias em decisões importantes (Números 26, 27; Josué 7). Era um governo do tipo "patriarcal".
Depois de Josué não havia união entre as tribos. Seu governo patriarcal tendia a segregar ao invés de agregá-las.
Esta desunião não deveria ter acontecido, pois tinham um rei - o SENHOR presente no Seu "Palácio-Tabernáculo". Mas o povo deixou de se abrigar à sombra do seu Rei invisível, uma falta de fé trágica que levou-o aos ídolos, e o conduziu a desejar um rei como as nações ao seu redor.
Sua idolatria foi castigada com opressão, que, por sua vez, foi aliviada mediante a provisão de libertadores ou juízes, que agiam como enviados do Rei invisível.
Os juízes eram levantados por Deus, mas em quase todos os casos eram confirmados pela escolha livre do povo, Jefté sendo um exemplo provável da maneira em que a maioria foi nomeada. Gideão e Sansão foram, no entanto, nomeados diretamente pelo SENHOR, o segundo mesmo antes de nascer. Os juízes não eram hereditários.
Ao que consta, os juízes não eram pagos pelo seu trabalho, fora, possívelmente, uma parte dos espólios das batalhas.
Os juízes não tinham uma comitiva de cortezãos e empregados, nem marcas ou símbolos de sua posição. Geralmente tinham vida simples.
Os juízes livravam o povo dos inimigos, destruiam a idolatria e promoviam o conhecimento de Deus.
Sobre o período dos juízes, temos a seguinte observação na Arqueologia Bíblica de Jahn:
A nação, de maneira geral, teve muito mais prosperidade do que adversidade durante o tempo dos juízes. Durante esses 450 anos só houve opressão dos inimigos durante 111 anos, que foi menos de um quarto do período. Mesmo na maior parte desses 111 anos toda a nação não esteve subjugada a outros povos ao mesmo tempo, mas geralmente só algumas tribos de cada vez. As opressões não eram sempre muito severas, e todas as calamidades terminavam com a vantagem e a glória do povo de Israel assim que ele abolia a idolatria e voltava para o seu SENHOR. Eles não tinham motivo para mudar a sua constituição; eles só tinham que observar as condições que lhe haviam sido determinadas para que a prosperidade nacional fosse concedida.