Este capítulo contém seis versículos curtos a respeito do Dia do Senhor, e do Sol da justiça que o introduz (na Bíblia hebraica eles aparecem ao fim do terceiro capítulo).
O povo tinha estado reclamando da injustiça e falta de punição por parte do SENHOR. O primeiro versículo descreve brilhantemente a punição dos soberbos e dos que cometem a iniqüidade num dia que ainda está para chegar: o dia vai arder como um forno, e todos eles serão como palha desaparecendo da terra sem deixar marcas.
O livro do Apocalipse nos dá grandes detalhes do Dia do SENHOR, que não é um dia de 24 horas, mas um período de sete anos de tribulação seguidos por um julgamento, quando todos os maus ainda vivos serão julgados e removidos do panorama terrestre e somente os justos entrarão no reino do Senhor Jesus.
Não importa como a vida nos parece agora, Deus controla o futuro, e tudo será retificado quando o Senhor Jesus vier a esta terra para estabelecer o Seu reino: os ímpios serão pisados como cinzas sob os pés dos justos. Nós que amamos e servimos a Deus esperamos por uma festa jubilosa. Esta esperança no futuro se torna nossa quando confiamos nossas vidas a Deus.
O Sol da justiça no Velho Testamento é a mesma pessoa que é a resplandecente Estrela da manhã no Novo Testamento (Apocalipse 22:16). No entanto, Cristo nunca é chamado de Sol da justiça no Novo Testamento, nem é chamado de resplandecente Estrela da manhã no Velho.
Esta profecia de Malaquias, que é a última palavra do SENHOR ao Seu povo seguindo-se um intervalo de quatro séculos, exortou Israel a lembrar a lei de Moisés. Era a palavra de Deus para eles até o dia em que o Senhor Jesus viesse cumpri-la ao pé da letra, e pela Sua graça dar a Sua vida em propiciação pelos pecados de todos aqueles que temem a Deus antes, durante e depois do Seu tempo na terra. Só então a lei de Moisés, como meio de salvação, foi abolida.
O silêncio de Deus foi quebrado quando Ele mandou o anjo Gabriel a outro Zacarias que servia no templo quatrocentos anos depois. Ele anunciou o nascimento de João Batista, e disse: "… ele converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, 'para converter o coração dos pais aos filhos' e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (ver Lucas 1:5-25). Uma parte disto é citação de Malaquias, mas é de se notar a ausência das palavras "antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR".
O profeta Elias realmente voltará antes do dia grande e terrível do SENHOR. Na festa da páscoa celebrada pelos judeus ortodoxos, coloca-se um lugar na mesa que ninguém ocupa. É para Elias que virá, em cumprimento desta profecia.
Os judeus pensavam que João Batista era Elias. O Senhor Jesus confirmou: "E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir" (Mateus 11:14) e "… digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista." (Mateus 17:12,13). João Batista veio com o mesmo propósito (ou espírito), com que Elias virá de acordo com essa profecia: para primeiro restaurar todas as coisas.
Mas João Batista não restaurou todas as coisas, assim como o Senhor Jesus não veio daquela vez para trazer julgamento sobre os ímpios. Ambos foram mortos.
João veio para anunciar o Messias, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o Salvador, não o grande e terrível Dia do Senhor que está para vir. Este ainda está no futuro.
A última palavra do Velho Testamento, falado por Deus para fechá-lo, é "maldição". No início, quando Adão e Eva desobedeceram a Deus no jardim do Éden, Deus disse que a terra seria amaldiçoada e que a maldição estaria sobre eles. Resultou do pecado, e não será retirada até que o Senhor venha a esta terra pela segunda vez para julgamento sobre os maus e para reinar em justiça na terra com vara de ferro.
A maldição veio sobre a humanidade pecadora e sobre toda a criação: "… a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora." (Romanos 8:19-22).
O Velho Testamento fechou nas trevas da noite, mas também com a promessa da luz de um novo dia para aqueles que temem o nome do SENHOR: "nascerá o sol da justiça, e salvação trará debaixo das suas asas". Pode ter sido encerrado com "maldição" mas não para os que temem a Deus: a eles é dada uma grande esperança de que, embora o sol tenha se posto e houvesse agora escuridão, havia luz para aparecer num novo dia. Não disse quando, mas outras profecias indicavam como (P.e. Isaías 53) e onde (Miquéias 5:2, Isaías 9:1,2).
A promessa se cumpriu na pessoa do Senhor Jesus: "No princípio … o Verbo estava com Deus … nele estava a vida e a vida era a luz dos homens … João veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele … a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo … A todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome" (João 1:1-12).
1 Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo.
2 Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como os bezerros do cevadouro.
3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que farei, diz o SENHOR dos Exércitos.
4 Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a qual são os estatutos e juízos.
5 Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR;
6 e converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição.
Malaquias 4, vers. 1 a 6