Deus (o SENHOR dos exércitos) nunca foi Pai de um israelita isolado: mesmo Moisés e Davi eram chamados apenas de servos do SENHOR. Mas aqui Deus chama a nação inteira de Seu filho, e os recorda desse relacionamento.
A lei mandava que um filho honrasse o seu pai e mãe a fim de ser abençoado com uma vida longa (Êxodo 20:12). Então Deus pergunta à nação: "Onde está a minha honra?"
Deus era o Senhor da nação. Um Senhor exige um temor reverente dos seus servos, cuja função é fazer a sua vontade. Então Deus pergunta à nação: "Onde está o meu temor?"
Os sacerdotes eram os líderes espirituais do povo, e tinham o dever de instruí-los na Lei de Deus, para que houvesse santidade no Seu templo, e para serem instrumentos mediante os quais o povo poderia oferecer a Deus os seus sacrifícios pelo pecado e as ofertas pacíficas.
Por causa desses deveres, eles eram responsáveis pelo padrão de honra e reverência que o povo dava a Deus. Deus agora lhes diz que estavam em falta, porque estavam desprezando o Seu nome e deixando de Lhe dar honra e reverência.
A resposta para a pergunta feita em retórica "Em que desprezamos nós o Teu Nome?" era que estavam oferecendo sacrifícios profanados.
No entanto estavam seguindo a rotina correta e pontualmente, segundo os rituais exigidos pela lei, e pensavam que estavam cumprindo o seu dever. Como seguiam as regras não entendiam porque estavam sendo repreendidos.
Eles eram arrogantes, presunçosos e insolentes. Eles faziam o trabalho que lhes era requerido, mas não tinham o temor de Deus para impeli-los a honrá-lo e fazer o povo respeitá-lo. As multidões se reuniam no templo como uma obrigação religiosa, traziam os sacrifícios que a lei determinava, e os sacerdotes faziam a sua parte em oferecê-los da maneira certa.
Todos aparentavam grande religiosidade, e talvez a sua atuação piedosa fosse até impressionante. Poderíamos até pensar, olhando para eles "Este é um grupo bem vivo, e estão certamente adorando a Deus". No entanto estavam bem longe de Deus. A adoração de Deus já não era mais sincera; era apenas um trabalho cansativo para os sacerdotes. Lá por dentro eles até desprezavam o Seu nome.
A lei exigia que só se oferecessem animais perfeitos a Deus (p.ex. Levítico 1:3, Deuteronômio 15:23), mas em seu desdém estes sacerdotes permitiam ao povo oferecer animais cegos, aleijados, e doentes como sacrifícios. Eles nunca ofereceriam isso ao governador.
Agora sabemos que as ofertas segundo a lei eram uma ilustração do Senhor Jesus Cristo que é o perfeito Cordeiro de Deus que tomou sobre si o pecado do mundo. Qualquer oferta imperfeita era um insulto ao Senhor Jesus Cristo.
Deus sabia disto, e através de Malaquias Ele os acusou de O estarem desonrando. Havia três fatores:
Oportunismo: oferecendo o mais barato.
Negligência: não se importando em como a oferta se fazia.
Desobediência: negligenciando os mandamentos claros de Deus.
O apóstolo Paulo descreveu os homens nos últimos dias como "tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela" (2 Timóteo 3:5). É como aqueles sacerdotes: por fora seguindo aqueles rituais e parecendo ser religiosos e trabalhadores. Mas faltava o amor de Deus, eles se exaltavam pomposamente ao invés de honrá-lo, e orgulhosamente faziam o que queriam ao invés de obedecê-lo.
Como cristãos nossas vidas deviam ser sacrifícios vivos a Deus (Romanos 12:1), e também devíamos lhe dar o sacrifício de nossas posses e do nosso louvor. O que Lhe trazemos também é testemunho do amor e respeito que temos por Ele e como honramos o Seu nome. Existe oportunismo, negligência ou desobediência no que damos?
Os sacerdotes foram exortados a se arrepender das suas práticas ruins e a se reconciliarem com Deus, senão todo o povo iria sofrer se a situação continuasse. Deus está sempre pronto a ouvir o pecador que se arrepende, e nunca é tarde para pedir o Seu perdão.
O SENHOR dos Exércitos desejava que alguém fechasse as portas do templo para que os sacrifícios possam parar. Eles estavam acendendo fogo no altar de Deus em vão, porque Ele não podia aceitar qualquer sacrifício das suas mãos. Todo o seu esforço e ritual eram em vão. É melhor não oferecer qualquer sacrifício do que desonrar o nome de Deus quando é oferecido. Deus não vai aceitar.
Israel era o povo escolhido de Deus e através dele Ele haveria de prover salvação e bênção aos gentios. O propósito de Deus ao escolher Israel era a fim de que esse povo desse testemunho às nações do mundo. Mas Israel estava dando má reputação ao nome do SENHOR pela maneira em que O servia.
Em seu auge, no tempo de Salomão, todo o mundo ao seu redor estava impressionado com o Senhor Deus de Israel, tanto assim que a rainha de Sabá, entre muitos outros estadistas, foi verificar em pessoa a sua sabedoria e ficou muito impressionada com o que ouviu e viu. Mas agora o seu testemunho havia desaparecido e os gentios não estavam mais impressionados porque era apenas um ritual e cerimônia e Deus não estava sendo honrado.
No entanto o propósito de Deus não tem sido alterado, e no milênio a profecia vai ser cumprida quando "desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações". Mas ainda não.
Assim como aconteceu com Israel no passado, o povo de Deus em Sua igreja está no mundo como testemunha. Deus quer divulgar a Sua mensagem de salvação pela graça mediante a fé em Cristo pelo mundo, através de todos os que crêem nEle - judeus e gentios. Como vai o seu testemunho? Ele transmite o amor e fidelidade de Deus, dando a Ele a honra e reverência que lhe são devidas?
Os sacerdotes profanavam a santidade do serviço a Deus:
Por dizerem que "A mesa do SENHOR é impura, e o seu produto, a sua comida, é desprezível".
Por dizerem "Eis aqui, que canseira!" E lançando desprezo nela.
Por trazerem "o roubado, e o coxo, e o enfermo" como oferta!
O SENHOR não aceitaria isto das suas mãos. Uma maldição permaneceria com todos aqueles que prometessem e trouxessem coisa vil a Deus como sacrifício.
Os sacerdotes foram prevenidos que estariam sujeitos a um terrível juízo se não se arrependessem e mudassem sua maneira de proceder. Ser descendentes de Levi não os salvaria: seus antecessores haviam sido fieis, mas eles eram corruptos, portanto Deus os havia tornado desprezíveis e indignos entre o povo.
A adoração era um "fardo" para esses sacerdotes. Muitos pensam que seguir a Cristo vai tornar a vida fácil e mais interessante. Estão procurando prazer e conveniência. A verdade é que às vezes é penoso viver de acordo com os altos padrões de Deus. Podemos ter que enfrentar perseguição, pobreza e sofrimento. Mas se para nós servir a Deus é o mais importante de tudo, o que abandonamos será pouco comparado com o que ganhamos: a vida eterna com Deus.
Que importância damos ao nosso serviço para Deus? É só algo cansativo ao qual nos submetemos porque nos sentimos obrigados mas sem muito gosto? Damos para o serviço de Deus o que é mais precioso para nós, ou damos o que nos custa menos, de má vontade?
Capítulo 1:
...
6 O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? —diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto, que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.
8 Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? —diz o SENHOR dos Exércitos.
9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de nós; isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa pessoa? —diz o SENHOR dos Exércitos.
10 Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação.
11 Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos.
12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é impura, e o seu produto, a sua comida, é desprezível.
13 E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos: vós ofereceis o roubado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta; ser-me-á aceito isto de vossa mão? —diz o SENHOR.
14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR uma coisa vil; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome será tremendo entre as nações.
Capítulo 2:
1 E, agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós.
2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração.
3 Eis que vos corromperei a semente e espalharei esterco sobre o vosso rosto, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados.
4 Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que o meu concerto seja com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
5 Meu concerto com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que me temesse, e me temeu e assombrou-se por causa do meu nome.
6 A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniqüidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e apartou a muitos da iniqüidade.
7 Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do SENHOR dos Exércitos.
8 Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
9 Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei.